Bahia repete os erros e desculpas do estadual

Quem saiu na sexta-feira para tomar o choppinho regrado pela Lei Seca perdeu pouca coisa. O cardápio de variedades do menu tricolor é tão restrito quanto o do boteco de copo sujo. O time é samba de uma nota só. A ladainha da escassez de recursos cansou o mais complacente dos torcedores. O Bahia é previsível até nos muitos problemas da temporada, com toque especial na Série B.

Outro empate por 1×1: terceiro. “Como nos outros jogos, nossa equipe começa muito forte e consegue fazer o placar. No início do segundo tempo, a gente sabe que quem joga em casa a ordem é sufocar o adversário para tentar empatar”, lamentou o goleiro Darci, chateado.

Muda o adversário, mas qual a novidade? O clube acumula cinco igualdades, resultado preferencial em 11 partidas. Contra o Vila Nova, no Serra Dourada, foi a terceira vez consecutiva em que o time saiu na frente como visitante e permitiu ao adversário reagir – aconteceu também no 2×2 com o Ceará e na goleada por 4×1 para o Juventude.

As pernas pesam nos 45 minutos finais, o oxigênio não chega ao cérebro. É o chamado time de um único tempo. Teoria comprovada por números: nove dos 14 gols sofridos aconteceram na segunda etapa, enquanto apenas dois dos 11 gols pró foram marcados neste período. O problema não é só físico, mas de estratégia. Arturzinho tende a substituir com o intuito de defender quando o Bahia larga na dianteira e é acuado, expediente mais facilmente observável diante de Criciúma, Ceará e Avaí.

Tudo muito recorrente, embora o discurso de defesa possa alegar: se falta qualidade ao time, o que se pode dizer do banco de reservas?. Verdade, mas uma coisa não contrapõe a outra. Falta de boas opções no elenco é deficiência administrativa. O departamento de futebol anunciou 28 contratações em 2008 – média de uma a cada semanas de 2008 – e o Bahia ainda não encontrou meio-campista eficiente.

A torcida se alvoroçou com Canindé, Dinelson, Rosembrick, Adriano Felício e tantos outros em vão. E não tem sido sempre assim? Na mesmice tricolor, “está difícil” ou “não temos dinheiro” e os treinadores seguem reclamando os atletas requisitados desde o princípio do Baiano. No ataque, salva-se o artilheiro Galvão no universo de 13 reforços, incluídos aí Marcelo Ramos e Jones, oficializados na quinta-feira.

A pergunta se repete: qual a novidade? É preciso interrogar comissão técnica, diretoria e jogadores sobre o que aconteceu em Goiás, na sexta-feira à noite? Mais do mesmo. O clube continua no miolo da tabela, lugar que ocupou em boa parte deste pouco mais de ¼ de Brasileiro, oscilando para mais ou para menos entre 10º e 15º lugares. E há quem procure respostas.Galvão – Muito se comenta no futebol brasileiro sobre a “janela de agosto”, quando será reaberto o mercado para transferências internacionais. E é bom o torcedor baiano ficar atento. O atacante Galvão, artilheiro do Bahia na Série B, tem cláusula no contrato que o permite ir ao exterior. Acesso = Barradão

O governador Jaques Wagner terá, amanhã, reunião com o presidente do Vitória S/A, Jorge Sampaio, para discutir a possibilidade de o clube ceder o Barradão ao Bahia, enquanto a obra de Pituaçu não estiver concluída. Em compensação, o governador do estado acenaria com melhoria nas vias de acesso, em novos lances de arquibancada, além de admitir a hipótese de ceder o gramado da Fonte Nova.É válida a sensibilidade do governador com o acesso ao Barradão e, como administrador de recursos públicos, querer melhorias. Contudo, atrelar esta hipotética – e necessária – melhoria ao empréstimo do estádio ao Bahia não parece ser o caminho ideal. Se é necessária a melhora, que seja feita por princípios, e não por “tabelinha”. Aliás, o imposto do contribuinte deve ser usado em seu benefício, não a favor de Bahia S/A e Vitória S/A, duas empresas.Comissão desentrosada
A seqüência de gols sofridos pelo Bahia no segundo tempo tem causado saia-justa no Fazendão. Inseparáveis por muitos anos, Arturzinho e Dudu Fontes não exibem mais o entrosamento de outrora, embora se tratem com respeito. Arturzinho não gostou de Dudu ter continuado no Bahia após a diretoria, no final de 2007, tê-lo dispensado sem qualquer classe. E até hoje não engoliu 100% o episódio. Informações do Correio da Bahia

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