Vitória vende a alma ao diabo

Após sofrer pressão de vários segmentos (Federação Baiana de Futebol, Governo do Estado da Bahia e Imprensa Baiana) para alugar o Barradão ao rival Itinga, a diretoria do Vitória e o Conselho Deliberativo ignoraram os apelos da torcida, que se manifestou contrária à cessão do estádio através de enquetes em vários sites, bem como por pesquisa elaborada através da própria diretoria rubro-negra e, acabou cedendo diante do poder do capitalismo, e vendendo a alma ao diabo. Uma atitude vergonhosa dos dirigentes, que deixa ainda mais envergonhada a imensa nação rubro-negra, que durante anos resistiu às chacotas de tricolores em relação à localização do estádio, mas que sempre teve orgulho do seu santuário. A diretoria rubro-negra fez sua própria torcida de besta, passando uma falsa credibilidade ao que nós rubro-negros pensamos.

Lembrando um passado recente, quando a torcida era maltratada e não tinha direito a voz, a atual diretoria trabalhou de forma traiçoeira e ainda mais cruel. Fez a torcida rubro-negra acreditar que sua opinião seria soberana e, quando menos esperávamos, fomos surpreendidos pela decisão de ceder o estádio ao nosso pior inimigo, ajudando-o a sair do fundo do poço em troca de alguns trocados velados em forma de benfeitorias. Certamente irão argumentar que a proposta financeira é muito vantajosa, mas dignidade e orgulho não têm preço.

A torcida rubro-negra, fiel ao clube de coração, enfrentou as maiores dificuldades para legitimar o seu estádio, lutando contra imprensa, “laranjas” e rivais. Jamais deixou de freqüentar o Manoel Barradas, mesmo nas séries B e C, enfrentando sol e chuva, poeira e lama, lixo e muito mais lixo… Mas conseguimos nos livrar de tudo que nos prejudicava. Nos livramos do poder da imprensa através de vários sites rubro-negros, nos livramos do lixo, que agora é depositado na estrada do CIA (bem próximo a Itinga), trocamos os urubus por bem-te-vis e quero-queros. E agora, dirigentes rubro-negros, imprensa e governo do estado recolocam o lixo no nosso santuário.

A diretoria rubro-negra usa a torcida como objeto de barganha, sem dar o devido valor ao seu amor incondicional pelo VITÓRIA (nunca por dirigentes). A diretoria esquece ainda que seu próprio torcedor pode e, possivelmente, se revoltará com a decisão e resistirá a comparecer ao Barradão.
Foram dois anos de reaproximação do torcedor com seu clube, depois de anos de maus tratos da antiga diretoria. Agora, essa mesma direção que reaproximou seu torcedor, planeja, na surdina, afastá-la mais uma vez. A própria torcida reconhece o valor que possui e, mesmo beneficiado com possíveis benfeitorias no estádio, recusa esse dinheiro sujo, fruto de suborno e negociatas nos bastidores e diz NÃO ao aluguel do Barradão.

“É a força da grana que ergue e destrói coisas belas” (Caetano Veloso).

Associação Vitória Forte – AVF

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