O primeiro grão é dos pintos – por Erick Cerqueira

Foto: Mauricia da Matta / Bahia Notícias

Fala, Nação Tricolor! Que diabo foi aquilo na Arena Fatal Model? O time se aputou! Mas não tem nada perdido!

Dia 31 de março é aniversário de meu pai e estávamos indo pra um baba quando ele falou que Ceni não podia inventar hoje. Perguntei porque ele faria, já que havia poupado o time justamente pra esse jogo. E disse que não tinha sentido, iríamos com carga máxima.
Antes do jogo começar, discuti com meu cunhado sobre Ceni. E falei o que sempre achei: a gente perdeu o BAVI que podia e venceu o que precisava. E que o importante não era um jogo e sim, ser Campeão no final das contas. O que ele discordava.
E começa o jogo. Os donos da casa acharam uma bola numa falha absurda de Marcos Felipe. E só. O resto do primeiro tempo só o Bahia atacou.

Um cruzamento de Juba que quase virou gol. Uma cabeçada de Thaciano que o zagueiro tirou em cima da linha e podemos resumir nisso, os 45 minutos iniciais.

No segundo tempo o Bahia começa arrasador. Aos 20 segundos Juba lança Cauly que toca com açúcar pra Thaciano marcar o primeiro. E… imitar a galinha de novo. Pô, vei. Na boa. Desde o segundo gol do Nordestão, que critiquei Rezende, sobre isso. O cartão amarelo é certo! E ele fez. 1×0 com 24 segundos de jogo.

Depois outra bela troca de passes na entrada da área. Everton pra Jean Lucas, que toca pra Juba que encontra Cauly debaixo da trave pra só empurrar pras redes. 2×0.

Eram apenas 17 minutos de jogo. O Campeonato podia ter terminado ali. Era só se concentrar um pouco mais e meter o terceiro. Os caras estava atordoados. MAS…

O maluco recebe na grande área, cercado por 4 e consegue o toque nas costas de Árias. 2×1.

O Bahia simplesmente desligou apartir daí.

Não conseguiu mais chutar em gol, desistiu do jogo. Sentindo isso o técnico dos caras jogou o time pra cima. E Rogério Ceni fez o que? Recuou todo mundo, numa linha de 5 seguida por outra de 3 volantes. Detalhe, além de colar a bundinha na trave, tirou Rezende da lateral pra jogar no meio. Colocou Juba por ali e depois piorou tudo, com a maluquice da noite. Caio Roque na esquerda, David Duarte de terceiro zagueiro e Yago Felipe no meio. O castigo veio a galope. Yago erra a jogada no meio, o time demora a se recompor, toma um contra-ataque pela esquerda (de Caio Roque), o atacante dos caras deixa David Duarte deitado e toca. De novo, Árias estava mal colocado e deixa o cara sozinho fazer o segundo.

Como desgraça pouca é bobagem, o juiz resolveu ajudar. Tinha dado 5 minutos, depois deu mais um e esperou mais 2 pra ver se os donos da casa viravam. Conseguiu aos 53 minutos. De novo pela esquerda, de novo em cima de David Duarte e de novo toma a virada.3×2.

Bora Baêa Minha Porra!

Ainda dá pra virar isso, Só que diferente do outro jogo, Ceni não podia culpar o calendário. Não podia falar da importância do jogo de quarta. Ele nao tinha mais a justificativa de não ter treinado ou dos jogadores estarem desgastados. Então precisava de uma desculpa nova. Culpou, acreditem, a falta de peças no elenco. Velho, o cara olha pro banco, tem Gabriel Xavier e coloca David Duarte. Tem Marcos Victor e Jota, pro meio, e coloca Yago Felipe. Tem Biel, Ratão, Oscar e pensa. É, vamos inventar o Caio Roque, que nunca jogou com esse time antes, pra ver se dá certo.Porra, bicho. Assim não tem quem aguente. Fora que ele assumiu na coletiva que o time não aguenta mais do que 70 minutos. Que é isso? é time da base? De baba, com 2 tempos de 35? Que diabos de desculpa é essa? E pra piorar assumiu que treinou o time com um -3-1 defensivo pra quando fosse tirar os jogadores principais. Ou seja, a culpa é do preparador físico e do departamento de futebol, nunca dele. E se ele achava que só ganharia o jogo se fizesse o placar com 70 minutos e conseguisse segurar, jogando com medo e retrancado, que imagem esse treinador passa pros seus comandados? Que ele não confia nos caras?

É difícil. São muitas perguntas e nenhuma resposta. O certo é que o Bahia deu sobrevida aos caras na final. Perdeu a vantagem da liderança e agora tem de vencer na Fonte de qualquer jeito. Esse jogo vale muito mais que um clássico. Vale a confiança do Grupo no trabalho de Ceni. Vale a paciência do Torcedor com as mudanças do técnico. E além disso, o 51º Título Baiano. Que não vale nada. Mas vale TUDO!

Autor(a)

Erick Cerqueira

Resenheiro extra-oficial do Único TIME BI CAMPEÃO BRASILEIRO entre Minas Gerais e o pólo Norte. Pós graduado em Gestão Esportiva, publicitário, parcial, Torcedor do Bahia e pai de Thor! Twitter: https://twitter.com/ericksc_

Deixe seu comentário