Retrospectiva 2023: Vitória supera turbulência e tem ano de reviravolta com título inédito

Vitória amargou eliminações, mas terminou o ano com um título inédito.

Foto: Divulgação/EC Vitória

O Esporte Clube Vitória viveu um ano especial em 2023, porém, o início foi bastante conturbado, com eliminações precoces no Campeonato Baiano, Copa do Brasil e Copa do Nordeste, ameaças ao presidente Fábio Mota, que até cogitou renunciar ao cargo. Os primeiros meses do ano foram terríveis, mas a redenção viria no segundo semestre. Uma incrível reviravolta, com uma campanha impecável na Série B que foi coroada com a conquista do primeiro título nacional da história do clube.

 

Esse ano foi quase um replay de 2022, quando também amargou eliminações, mas conseguiu um acesso heroico na Série C. O Vitória começou a temporada sob o comando de João Burse, e se classificando para a fase de grupos da Copa do Nordeste, ao superar Cordino e Jacuipense. Depois foram só decepções, caindo na primeira fase do Campeonato Baiano, pelo 5º ano seguido, e também na Copa do Nordeste.

Entre os vexames, está a goleada sofrida por 4 a 1 para o Itabuna, no Barradão. No Estadual, o Rubro-Negro terminou na 6ª colocação, com 12 pontos, após três vitórias, três empates e três derrotas. No Nordestão, o Leão foi o vice-lanterna do Grupo A, com seis pontos – uma vitória, três empates e quatro derrotas.

Responsável por levar o time da C para a B, João Burse não resistiu aos péssimos resultados, e foi demitido no dia 5 de fevereiro, após derrota para o CSA. O Vitória, então, foi buscar Léo Condé, que vinha de bons trabalhos no Sampaio Corrêa. O novo comandante teve um início complicado, com sete jogos seguidos sem vencer.

Léo Condé pegou o “bonde andando e sem freio”, e não conseguiu recuperar a equipe e classificar para o mata-mata do Campeonato Baiano e da Copa do Nordeste. Na Copa do Brasil, foi eliminado pelo Nova Iguaçu, na primeira fase, perdendo por 2 a 0. Com as seguidas eliminações, o Vitória sofreu forte pressão com protestos da torcida. Fábio Mota cogitou renunciar após ter a família ameaçada, mas decidiu continuar com o trabalho. Em fevereiro, o mandatário cravou que o Vitória seria campeão da Série B e que disputaria a Copa do Brasil em 2024, e foi taxado como “maluco”.

Em meio ao momento turbulento, o Vitória passou por uma reformulação, demitindo o diretor de futebol Edgar Montemor e contratando Ítalo Rodrigues. O clube teve 40 dias de preparação para a Série B, uma “intertemporada” forçada, que foi fundamental. Léo Condé ganhou reforços importantes, como o zagueiro Wagner Leonardo, principal destaque do sistema defensivo.

Fábio Mota conseguiu arrumar a casa e montar uma equipe competitiva para a disputa da Série B, pagando os salários antecipadamente e confiando no trabalho de Léo Condé. O Leão teve um início avassalador na Série B, vencendo os cinco primeiros jogos. A campanha foi tão boa que nem o tropeço histórico para o CRB, por 6 a 0, abalou o desempenho da equipe.

O Vitória conquistou o acesso e o título com duas rodadas de antecedência. No dia 12 de novembro, celebrou o retorno à elite vencendo o Novorizontino, por 2 a 1. No retorno a Salvador, teve uma recepção calorosa no aeroporto com o “Aero Nêgo”. No dia 14, o título foi oficializado com o empate entre Guarani e Criciúma. No dia 18/11, o Leão venceu o Sport por 1 a 0 no jogo da entrega da taça no Barradão lotado. No dia seguinte, um trio na Barra arrastou uma multidão de torcedores, com as presenças de Ivete Sangalo, Léo Santana e Oh Polêmico.

O Leão fechou a Série B com 72 pontos – 22 triunfos, seis empates e dez derrotas. Foi a melhor campanha do Leão na era dos pontos corridos da competição. Com Léo Condé, o Vitória venceu 23 de 46 jogos, além de dez empates e 13 derrotas. O aproveitamento foi de 57%. Mas não podemos esquecer do torcedor, que abraçou o time, e foi o 12º jogador, sempre lotando o Barradão e apoiando, mesmo nas derrotas.

Em 2023, o Vitória fez 58 jogos, entre Campeonato Baiano, Copa do Nordeste, Copa do Brasil e Série B. Teve 28 vitórias, 12 empates e 18 derrotas. Marcou 74 gols e sofreu 58. O aproveitamento foi de 55%. Atuando no Barradão, foram 30 partidas, com 19 vitórias, 7 empates e 4 derrotas, 45 gols marcados e 18 sofridos, um aproveitamento de 71%. Como visitante, fez 28 jogos, venceu 9, empatou 5 e perdeu 14, balançou as redes 29 vezes e sofreu 40, um aproveitamento de 38%. O artilheiro do time foi Léo Gamalho, com 12 gols em 35 jogos.

João Burse – 10 jogos e 46% de aproveitamento;
Ricardo Amadeu – 1 jogo e 100% de aproveitamento;
Léo Condé – 46 jogos e 57% de aproveitamento.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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