Retrospectiva: Bahia sofre no 'ano zero' da SAF, mas fecha 2023 aliviado

Retrospectiva: Bahia sofre no ‘ano zero’ da SAF, mas fecha 2023 aliviado

Bahia amargou decepções, sofreu, mas conseguiu evitar o rebaixamento.

Retrospectiva: Bahia sofre no ‘ano zero’ da SAF, mas fecha 2023 aliviado
Fotos: Felipe Oliveira/EC Bahia

O Esporte Clube Bahia iniciou a temporada 2023 com as expectativas elevadas após a venda de 90% da SAF para o City Football Group, por R$ 1 bilhão. A chegada do conglomerado deixou o torcedor animado e motivado. Contudo, o chamado “ano zero” como clube-empresa ficou marcado por vexames e decepções, mesmo com um investimento de mais de R$ 100 milhões em reforços. O diretor de futebol Cadu Santoro foi o principal alvo das críticas durante o ano conturbado.

 

Comandado pelo português Renato Paiva, primeiro técnico da ‘Era City’, o Esquadrão conquistou o seu 50º título baiano em cima do Jacuipense, vencendo por 3 a 0 na Arena Fonte Nova após empate em 1 a 1 em Riachão do Jacuípe, mas deu vexame na Copa do Nordeste, caindo na primeira fase. O Bahia fez sua pior campanha na história do torneio, terminando na 6ª colocação, com 9 pontos, sendo eliminado com uma rodada de antecedência. O maior vexame foi a derrota por 6 a 0 para o Sport na Ilha do Retiro.

A torcida já pedia a demissão de Renato Paiva desde a eliminação na Copa do Nordeste, no entanto, a nova diretoria bancou o treinador para a Série A. Diante do alto investimento, a torcida acreditava ao menos em uma vaga na Sul-Americana, mas o Bahia não passou nem perto disso. Do início ao fim do Brasileirão, a luta foi contra o rebaixamento. A equipe ia se afundando, a queda para a Série B se aproximando, e o português sendo bancado no cargo.

Na Copa do Brasil, o Bahia conseguiu chegar nas quartas de final, e acabou eliminado sem perder nenhum jogo, caindo nos pênaltis diante do Grêmio. Na Série A, o time seguia oscilando, aos trancos e barrancos, e mesmo com protestos da torcida no CT e no aeroporto, o Grupo City seguia confiando no trabalho de Renato Paiva, até que no dia 6 de setembro, após o empate contra o Vasco, pela 22ª rodada, o treinador decidiu pedir demissão após a forte pressão, chegando a ser hostilizado no aeroporto e na Arena Fonte Nova.

Paiva comandou o Bahia em 51 jogos, com 20 triunfos, 15 empates e 16 derrotas, um aproveitamento de 49%. Ele deixou o time na 16ª colocação. Com a saída do português, o Bahia trouxe Rogério Ceni, que estreou no dia 14 de setembro, no triunfo por 4 a 2 sobre o Coritiba, dando a impressão de que o time enfim conseguiria uma regularidade. O novo treinador chegou a falar até em vaga na Sul-Americana. Porém, continuou as oscilações e os erros defensivos.

O Tricolor seguiu decepcionando, perdendo pontos importantes dentro de casa, e tudo caminhava para o rebaixamento, mas no último suspiro, a equipe conseguiu se salvar. O Bahia chegou na última rodada da Série A com chances pequenas de escapar da degola. Antes da última partida, os atletas sofreram ameaças com bonecos simulando cadáveres na porta do CT. O time precisava vencer o vice-líder Atlético-MG na Fonte Nova e torcer por derrota de Vasco ou Santos. O Esquadrão fez sua parte goleando o Galo por 4 a 1, e contou com a ajuda do Fortaleza, que aplicou 2 a 1 no Peixe na Vila Belmiro. O time baiano terminou em 16º, com 44 pontos, um acima do Santos, que caiu pela primeira vez.

Vale frisar que Ceni pegou um time desarrumado e desacreditado, com a missão de evitar o rebaixamento em 16 jogos. Nesse período, a equipe conquistou 7 triunfos, um empate e sofreu 8 derrotas. Ou seja, somou 22 pontos dos 48 possíveis. O aproveitamento com Ceni foi de 45,8% que, apesar de também ser baixo, foi suficiente para conseguir a permanência, que era o principal objetivo.

O ano foi de muito sofrimento para a torcida tricolor, mas a permanência na Série A acabou sendo um grande alívio, evitando um vexame histórico, de ser rebaixado com um investimento recorde no primeiro ano da SAF. Se dentro de campo, o time foi sofrível, nas arquibancadas a torcida deu show. O Bahia fechou a Série A com a 4ª melhor média de público (36.489), atrás apenas de Flamengo (54.499), São Paulo (43.780) e Corinthians (38.433). Outro destaque foi o meia Cauly, que chegou como desconhecido, e foi o principal jogador do time, sendo decisivo para a permanência na Elite.

Números do Bahia em 2023: 67 jogos, 27 triunfos, 16 empates e 24 derrotas, 93 gols marcados e 85 sofridos.

Campeonato Baiano – 13 jogos, 9 triunfos, 1 empate e 3 derrotas, 20 gols marcados e 12 sofridos.

Copa do Nordeste – 8 jogos, 2 triunfos, 3 empates e 3 derrotas, 9 gols marcados e 15 sofridos.

Copa do Brasil – 8 jogos, 4 triunfos e 4 empates. 14 gols marcados e 5 sofridos.

Campeonato Brasileiro – 38 jogos, 12 triunfos, 8 empates e 18 derrotas. 50 gols marcados e 53 sofridos.

BAHIA DE PAIVA
22 jogos, 5 triunfos, 7 empates e 10 derrotas
23 gols marcados
29 gols sofridos
22 pontos de 66 possíveis
33,3% aproveitamento

BAHIA DE CENI
16 jogos, 7 triunfos, 1 empate e 8 derrotas
27 gols marcados
24 gols sofridos
22 pontos de 48 possíveis
45,8% aproveitamento

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Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Baiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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