Petraglia explica recusa ao Grupo City e diz que Athletico “está à venda”

o dirigente afirmou que o Furacão "chegou no seu limite" e admite que será preciso se tornar SAF.

Foto: Gustavo Oliveira / Athletico Paranaense

Afastado por recomendação médica, o presidente do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia, falou sobre a situação do clube em entrevista ao blog “Negócios do Esporte”, do jornalista Rodrigo Capelo, no site “ge.globo”. Apesar de ter as finanças controladas, o dirigente afirmou que o Furacão “chegou no seu limite” e admite que será preciso se tornar SAF (Sociedade Anônima de Futebol) para conseguir acompanhar outros clubes. Ele frisou que o Athletico tem uma torcida reduzida em relação Atlético-MG, Cruzeiro e Internacional, e citou o processo de maturação do futebol brasileiro.

 

“Nós batemos no teto, eu diria. Chegamos no nosso limite. Nossa torcida é reduzida, um terço da torcida do Atlético-MG, do Cruzeiro, do Grêmio e do Internacional, que são clubes que maturaram na década de 70. O Athletico ficou pra trás. A maturação tem acontecido agora, no final do século, e leva 50, 60 anos para formar uma torcida. Ainda o Paraná é um fenômeno à parte, porque são três Paranás. O Paraná paranaense, o gaúcho e o paulista. Temos essa dificuldade ainda, mas estamos crescendo”, comentou Petraglia.

“Nós estamos à venda. Nossa posição era de que venderíamos só a parte minoritária, mas com o andar da carruagem, do mercado, se tiver uma oferta de um parceiro que realmente dê para casar… Porque é casamento, né? Futebol é complicado. Nós pensamos até na venda do controle acionário. Ele tem que estar envolvido nos novos projetos, o clube quer se tornar a nível sul-americano um dos top four, então tem que investir”, afirmou.

Aos 79 anos, Petraglia também falou sobre a recusa do Athletico-PR ao City Football Group e afirmou que não aceitaria ser o segundo clube do conglomerado. Vale lembrar que o carro chefe do grupo é o Manchester City, da Inglaterra, atual campeão da Liga dos Campeões, e hoje o segundo time de maior investimento do City é o Bahia, que foi adquirido no final do ano passado.

“O próprio Manchester City, o grupo, nos sondou, havia um interesse, mas como seríamos sempre o segundo clube, a gente nem conversou com eles. Nós somos pobrinhos, mas limpinhos”, comentou.

Ele também revelou o projeto de tornar o Athletico-PR o maior clube formador atletas de futebol mundial para conseguir atrair parceiros com grande poderio financeiro.

“O clube quer se tornar o maior formador de atletas do futebol do planeta, ou seja, queremos grande parte deste capital que deve entrar para destinar à formação de jovens. Trazer jovens da África, da Austrália, da América, da Europa, que seja, trazer para cá para formar. E outro aspecto da necessidade do capital é a manutenção do nosso atleta. O (Bruno) Guimarães quando chegou para mim: “ô, presidente, eu vou ganhar 800 mil euros por mês no primeiro ano, você não pode tirar essa oportunidade de mim”. O que eu vou dizer para ele? Vai à vida, meu filho, seja feliz. A vida do jogador é curta, e se você não fizer teu pé de meia, depois você vai ser o quê? Então nós queremos capital também para a manutenção desses atletas”.

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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