Bahia detecta suspeito de racismo contra lateral; Clube e torcedor podem ser punidos

Episódio aconteceu no empate em 1 a 1 com o CSA, na noite da última quarta-feira (16)

Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/E.C. Bahia

O empate do Bahia diante do CSA por 1 a 1, na noite da última quarta-feira (16), na Arena Fonte Nova, pela 5ª rodada da Copa do Nordeste 2022, foi um resultado heroico para a equipe mandante que acabou a partida com um jogador a menos. Todavia, fora de campo, a partida contou com um ato suspeito de injúria racial de um torcedor tricolor. Em um dos momentos de aquecimento dos atletas reservas durante o segundo tempo, um grito saiu das arquibancadas em direção ao lateral-esquerdo Luiz Henrique, que estava acompanhando o jogo da parte externa do gramado:

 

“Cabelo feio da d*******”, falou o torcedor, em um vídeo que com a câmera apontada para o jogador.

Nesse sentido, o homem já foi identificado. Segundo apuração do Futebol Bahiano, o Esquadrão de Aço fará um novo pronunciamento sobre o caso ainda nesta quinta-feira (17). O jogo contra o Azulão do Mutange teve a presença somente de sócios do Tricolor Baiano.

De acordo com o Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), o torcedor pode receber uma punição tal qual pelo Código de Ética e Conduta do Bahia. No caso da agremiação, as sanções podem ser de advertência, suspensão e exclusão da lista de sócios depois da etapa de tramitação de processo.

Já referente ao Código Geral do país, o artigo 243 indica punição para aquele que “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. Assim como o torcedor, o Bahia também pode ser enquadrado e a pena prevista em uma eventual condenação compreende multa no valor entre R$ 100 e R$ 100 mil à perda de pontos da partida, bem como mandos de campos, em casos graves.

A Arena Fonte Nova se pronunciou por meio de nota afirmando que “não compactua com qualquer tipo de discriminação e sempre apoia campanhas educativas e de combate à violência e ao preconceito. Informa ainda que está à disposição para contribuir para esclarecer a situação.”

Autor(a)

Pedro Moraes

Jornalista, formado pela Universidade Salvador (Unifacs). Possui passagens em vários ramos da comunicação, com destaques para impresso, sites e agências de Salvador e São Paulo. Contato: pedrohmoraessjorn@gmail.com

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