Em virtude do futebol ser tão dinâmico e à movimentação nos seus bastidores ser mais dinâmica ainda, além da palavra “imponderável” ser tão normal no seu dia a dia, é possível ou provável que no momento em que estou redigindo esse texto ou até, quando estiver sendo apropriado para sua publicação pelo Blog Futebol Bahiano, o Esporte Clube Bahia já esteja anunciando, oficialmente e com toda pompa, a contratação de Rodriguinho ou até mesmo de Éderson ou, então, a contratação de ambos, sendo que o segundo citado estaria mais inclinado a acertar com o Corinthians, enquanto Rodriguinho, segundo a imprensa, já acertou com o Esquadrão. Quanto ao “sonho de consumo” com relação ao jogador Rodriguinho que há muito tempo é demonstrado pelo presidente do Bahia, acho que não é só ele e sua diretoria que enxerga à necessidade da contratação de um jogador desse estilo, um meia de ofício e de categoria, muito raro no futebol brasileiro e Rodriguinho é tudo isso.
Só que, a grande Nação Tricolor vem sentindo e cobrando essa carência, há muito tempo, pois, desde 2005, ou seja, há quinze anos, que o último meia de ofício, de verdade e genuinamente baiano que o Bahia teve, chama-se Robert, jogador que atuou em várias equipes do futebol internacional e nacional, chegando ao auge do seu futebol, atuando pelo Santos, mas, contratado pelo Bahia em 2004, fez uma bela temporada, quando o Bahia iniciava sua via crucis nas divisões inferiores do futebol brasileiro, uma pena que o time não obteve o acesso na época e, o pior, penou por mais seis anos fora da Série A. Desafio ao torcedor do Bahia, apontar um jogador que jogou na posição de Robert e que o tenha superado nos últimos quinze anos.
Portanto, nenhuma restrição ao futebol de Rodriguinho. Minha análise recai na questão racional e financeira e aí, vem à minha resistência à sua contratação, de um jogador que estava em litígio com o Cruzeiro. Reitero, tratar-se de um ótimo jogador, especialista numa posição rara e, creio que em extinção no futebol brasileiro, mas, já está com 31 anos de idade, tinha salário no Cruzeiro de R$800 mil/mês, o que faz crer que o atleta já esteja com sua vida financeira resolvida e, embora seja nordestino do Rio Grande do Norte, não se sabe se teria interesse ou motivação em voltar a jogar no Nordeste e, por fim, sendo o jogador caro e técnico que é, tinha a obrigação de ter sido um líder dentro de campo, com postura de vencedor, na desastrosa campanha da Raposa no Brasileirão do ano passado que culminou com o rebaixamento do clube mineiro. Para agravar ainda mais a situação, o jogador já entrou em “leilão” com clubes do Sul do país.
Com relação ao jovem atleta Éderson, trata-se de um jogador promissor, também em litígio com o Cruzeiro por questões salariais e encargos sociais, também, interessa ao Bahia e, como já frisei no início do texto que o futebol é dinâmico e suas ações mais ainda, a negociação entre o Bahia e o jogador se transformou num “bolinho de estudante” que já vem se arrastando desde à pré-temporada, inclusive, com o jogador se utilizando de um documento do Bahia, apresentando-o à Justiça do Trabalho para comprovar o interesse do Clube pela sua contratação. Infelizmente, já entrou também, em “leilão”.
Na minha opinião, no futebol brasileiro, ao contrário da rara posição de meia que Rodriguinho joga, o jogador que é “volante” é mesmo que mato, nasce e se encontra em qualquer lugar, não dando dor de cabeça a nenhum cartola para encontrar no mercado um atleta de tal posição, e mesmo que não tenha a qualidade e a categoria que tem o Éderson, se aproxima e o Bahia já deveria ter colocado um ponto final nessa negociação.
José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.
Atualização: Rodriguinho aceita proposta do Bahia e é aguardado em Salvador