Em meio aos velhos e sempre repetidos questionamentos de boa parte da torcida do Bahia, inclusive do Emerson Monteiro, em seu texto publicado aqui no Blog (veja), sobre a incapacidade do técnico Guto Ferreira que, segundo Emerson, “não tem mínimas condições de comandar um clube como o Bahia”, o péssimo custo x benefício do meia Renato Cajá, que recebe na casa dos R$ 300 mil e ainda não mostrou a que veio, nem titular é, e a nova oportunidade (merecida ou não) dada ao goleiro Jeanzinho.
Assuntos que atraem opiniões diversas, entre elas, a do nosso amigo Olival Mata, torcedor fanático pelo Bahia e colaborador do Blog Futebol Bahiano. Seriam esses três personagens injustiçados pela torcida do Bahia ou foram superestimados demais, sem nenhum critério a favor e a ponto de serem tratados como unanimidade por alguns?
Veja abaixo a opinião de Olival sobre Guto, Jean e Cajá:
Guto Ferreira – Tem um trabalho interessante. Pouco compreendido, inclusive por mim, às vezes. Não é um bom boleiro, como Renato Gaúcho. Nem nenhum mago dos nós táticos/técnicos. Porém, faz um trabalho excelente de gerência do grupo. Acredito que o melhor trabalho que já vi passar pelo Bahia. Vê-se que ele exige muito dos jogadores em campo. Não é fácil fazer atacantes ajudarem na marcação, como os do Bahia ajudam, nem motivar os jogadores a correrem tanto, principalmente, em jogos menos motivadores como o C. Baiano.
Em contrapartida, Guto tem um sistema de jogo que desagrada ao torcedor, ao botar o pé no freio quando o time constrói um resultado. E agora, com esse esquema de modificar bastante a equipe em dois campeonatos, para desgastar menos os jogadores. Para mim, acaba no fim existindo um equilíbrio de forças. Guto monta um time com mais peças ofensivas (nunca com 3 zagueiro ou 3 volantes, esquemas muito criticados pelos torcedores do Bahia, sobretudo quando era o usado em campeonatos fracos como o C. Baiano), porém, seu forte tático é o defensivo. Ou seja, ele sabe organizar mais o time defensivamente que ofensivamente.
Então, para o seu time ter o sucesso que o torcedor deseja, terá de ter peças que desequilibram no ataque. Para mim, o que faz o Bahia ainda ter uma ofensiva razoável, é a quantidade de jogadores que atacam e não a qualidade do ataque (troca de passe, ultrapassagens, passes em profundidade, etc). No fim, acho um técnico bom para o Bahia. Irrita em algumas decisões, mas me agrada em outras. No fim, o resultado, ATÉ AQUI, tem sido muito bom. E acredito que tende a melhorar pois Guto não é um treinador que se adapta perfeitamente ao elenco que tem, mas é um treinador que sabe montar um elenco que se adapta à sua forma de jogar. Agora, em 2017, o elenco está mais coerente com sua forma de trabalho, que em 2016.
Jeanzinho – Inegavelmente um goleiro com muito potencial. Já aos 19 anos ,foi bem tecnicamente nos campeonatos regionais, até ao fatídico frango na final. Mas por que o torcedor o crucificou com essa falha, já que a lógica diz que um caso isolado como esse e para um garoto de 19 anos é perfeitamente normal de acontecer? Na minha opinião, é porque Jean é um jogador “da base” e “marrento”. Uma combinação nada agradável aos olhos do torcedor tricolor. Se Jean tivesse a índole estilo bonacheirão e humilde, como a de Feijão, seria ídolo e ai de quem lembrasse do frango na final do Nordestão, para tentar crucificá-lo.
Eu cá como não me importo muito com o estilo psicológico do jogador (afinal ele não é meu parente, muito menos minha mulher). Eu quero que ele faça bem o trabalho dele. Só orientaria que fosse menos confiante, porque “tudo demais é sobra” e os acidentes acontecem, justamente, quando a gente perde aquele “medo” natural, que faz a gente ficar sempre alerta. Ele é um goleiro de boa estatura, ótima forma física, bom de bola com os pés, ótimos reflexos, rápido e de personalidade. Porém, tem que fazer o simples quando o simples é o suficiente. Senão vai continuar correndo o risco de fazer grandes defesas e depois se atrapalhar com bolas mais fáceis.
Renato Cajá – É um jogador que já sabemos da qualidade. E, por isso, aprovamos seu contrato, inclusive com os valores em que foi feito. Mas cadê essa qualidade no Bahia? Ainda não apareceu. Talvez alguns lampejos, mas nenhuma regularidade. Muito pouco até agora. Parcialmente justificável, por conta dos problemas familiares e condições físicas em que chegou em 2016. Em 2017 estou esperando passar a fase de melhoria física e ganho de ritmo, que em jogadores da idade de Cajá são naturais que demorem um pouco mais para acontecer. Passado esse momento, a cobrança vai ser ao estilo Sr. Lourival em cima de Cajá…rs.