As contratações equivocadas do Esporte Clube Vitória

Contratações sempre vão envolver riscos: ambientação, recomeço, mudança de divisão, adaptação, novo estado, outros companheiros entre outros aspectos que influenciam o desempenho de determinados jogadores. Alguns  vão embora antes do prazo através de acordo deixando a sensação que nunca chegaram, outros cumprem o contrato até o fim, mas em ambas as situações, o prejuízo vai para a conta do clube.

No entanto, boa parte são puros erros de avaliação de dirigentes despreparados, que contratam jogadores consultando a REVISTA PLACAR de anos anteriores,  aceita os oferecidos, o que sobrou dos sinistros e os tais jogadores de apelo –  tipo: Kléberson, Cláudio Pitbull que quando contratado pelo Bahia veio da 3ª na segunda divisão do futebol turco e “novo Pelé”, Freddy Adu, contratado pelo tricolor como uma espécie de “reforço” mediático, quase um embaixador para abrir as portas de um suposto mercado americano para o Bahia. Moral, não abriu porta alguma e o clube é que precisou abrir os cofres para lhe pagar uma fortuna, via acção na justiça do trabalho, inserido no tal pacotão que o Bahia paga mensalmente: apenas três jogos com a camisa do Bahia nenhum gol e nenhuma lembrança, dizem até que já abandonou o futebol antes mesmo de completar 28 anos.

Um exemplo recente dos equívocos dos dirigentes é o atacante Thiago Ribeiro que, aliás, não enganou ninguém, ele jogou no Bahia exatamente o que vinha jogando nos últimos 12 meses: ou seja: nada e Dagoberto, este podemos até dar um abatimento de 45% em caráter promocional. Vinha de um longo período de inatividade em virtude de lesões e não deu certo. Foi embora sem causar prejuízos financeiros ao Vitória ou marcar um único gol com a camisa rubro-negra. O que marcou, o juiz anulou.

Ainda sobre este tema, estive lendo hoje à noite, por indicação do meu querido amigo Imperador, um texto publicado no site Arena Rubro-Negra, de autoria de Rogério Pessoa, onde as contratações e equívocos do Vitória, notadamente na época de Alex Portela e seus indicados, são tratados em detalhes.  Um texto longo, que imagino o trabalho que deu ao rubro-negro que ainda assim, fez um texto esclarecedor, perfeito e muito bem elaborado.

Vale a pena conferir 

É sabido que, no futebol, contratar jogador é um ato de risco. Mas, sabemos também que este risco pode ser majorado ou minorado, em razão da competência de quem contrata.


Neste aspecto, a gestão do Esporte Clube Vitória é campeã disparada pelo aspecto negativo. Não sei se o método de contratação (fala-se que por lá se contrata muito por DVD), ou a confiança em empresários com outros interesses que não fortalecer o clube com bons jogadores, ou a incapacidade de “olheiros” de descobrir novos e verdadeiros talentos. Enfim, não sei precisar o motivo, mas a verdade é que desde que o grupo comandado por Alexi Portela assumiu o clube – e isso vem desde 2006 – ocorre um verdadeiro desastre quando o assunto é contratação de novos reforços, ou melhor, novos jogadores pois não podemos chamá-los de reforços.


Pensando nisso, resolvi dar uma pesquisada nessas contratações durante uma parte da gestão de Alexi, de Falcão (seu sucessor indicado por ele) e de Raimundo Viana (indicação dele também). Sendo assim, comecei a pesquisar apenas de 2010 para cá, ou seja, nesses últimos 06 anos, apesar de ter muitos mais jogadores de péssimo nível, já que a gestão de Alexi e de seus apadrinhados começou em meados de 2006. Acreditem que, mesmo não lembrando de alguns, todos os jogadores listados foram contratados de 2010 para cá por essa gestão que afirma que prima pela “excelência no futebol”.


Por uma questão didática, para alguns jogadores pouco lembrados (seja pelo “excelente” nível técnico ou pelo curto tempo que por aqui ficou), resolvi colocar ao lado do seu nome a posição que jogou.


Nesse ano de 2016, fomos muito bem. Temos ou já tivemos no nosso elenco muitos craques, tais como Alipio, Ramalho, Guilherme Mattis, Dagoberto, Serginho, Amaral, Robert, Vander, Norberto, Cárdenas, Willian Henrique, Henrique, Leandro Domingues, Ednei, Maicon Silva, dentre outros.


Nos anos anteriores, tivemos também muitas pérolas: Marcelo Matos, Pereira (meia), Saimon (zagueiro), Danilo Tarracha, Jorge Wagner, Jonathan Ferrari, Caio (atacante), Rômulo (atacante), Vínicius (atacante), Rodrigo Defendi, Marco Junior, Lucas Zen, Douglas (goleiro), Hugo, Camacho, Lucas Nania, Richarlyson, Souza, Kleber Pereira, etc.


Reparem que alguns ainda chegaram aqui como craques, ou como grandes promessas. A lista continua: Pedro Oldoni, Josa (volante), Marcinho, Leandrão, Giancarlo, Fabricio (zagueiro), Fernando Bob, David Braz, Elizeu (volante), Cardoso, Luis Alberto, Marcos, Renato Santos, Lúcio Maranhão, Alemão, Rodrigo Mancha, Daniel Borges (lateral), Marcelo Nicácio, Willian Gerlem (meia), Eduardo Ramos, Caio Secco (goleiro), Gabriel Araújo (lateral), Mauricio (zagueiro), Zé Luis, Preto, Edu (meia), Nikão, Léo Fortunato, Eduardo Neto (lat. esquerdo), Thiago Martinelli, Evandro, Renato Ribeiro, Derlei, Jonas, Javier Reina.


Vou deixar de fora alguns jogadores, conhecidos no jargão popular como meeiros, tais como Diego Renan, Diogo Mateus, Tiago Real, Fernando Miguel, Kieza, Juan, Ayrton, Neto Baiano, Rildo, etc. São muitos, mas vou me deter a listar apenas os medíocres, que nada acrescentaram ao clube.


Nesse sentido, a lista, apenas exemplificativa, ainda tem Renan (goleiro), Robston, Wellington Saci, Marcos Bamban, Rodrigo Costa (zagueiro), Pedrão (atacante), Ernani, Vitor Sabá, Vander, Dão (zagueiro), Luis Aguiar, Guilhermo Beltran, Adriano (volante), Léo Costa, Jean (zagueiro), Charles Vagner, Fernandinho, Chiquinho (lat. esquerdo), Xuxa, Geraldo, Geovanni, Gilberto, Lucio Flavio, Renan Silva, Fabio Santos, Pablo (atacante), Richelly, César Santiago, Evson, Pelezinho, Jonas, Thiago Humberto, Soares, Henrique (atacante), Jacson.


Nesse período, ainda tivemos que conviver com grandes promessas oriundas da base, promovidas ao elenco profissional pelos “expert” do futebol do Vitória, por exemplo, Flavio, Jose Welison, Euller, Edson Magal, Leilson, Willie, Romário, Dankler, Matheus Salustiano, Duylio, Neto Coruja, Reniê, Arthur Maia, Ueliton, Dimas, Felipe, Mansur, Mineiro, Marconi, dentre tantos outros “aprovados” pela direção, mas reprovados pela torcida.


Reparem que falando apenas de contratações, fora os oriundos da base, fora também os “meeiros”, são 103 jogadores medíocres que, repito, nada acrescentaram ao Vitória. Ou melhor, acrescentaram e muito a folha de pagamento, pois temos uma média de 17 péssimas contratações por ano. Esta aí, talvez, a verdadeira causa de não se ter dinheiro para contratar bons jogadores. Quanto não custou salários e rescisões destes bondes? E aqueles que não rescindiram amigavelmente? E as multas pagas? E os gols perdidos ou tomados por erros destes craques?


A direção, por sua vez, sempre alegou que o clube é do nordeste, tem renda pequena de TV, não tem patrocinador como os do Sul/Sudeste, dentre outras desculpas, na tentativa de tirar o foco do real motivo de não se ter dinheiro: a falta de competência na contratação de jogadores pela falta de conhecimento de futebol de quem dirige uma empresa do porte do Esporte Clube Vitória, que é uma empresa sim, mas acima de tudo um clube de futebol.


Saudações rubro negras,

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