Recentemente vi o título de um texto, oposto a esse, aqui no blog. Perdoe-me o autor, mas fiquei tão indignado com essa afirmação que nem li o texto ou o nome de quem escreveu…
A Torcida do Bahia jamais pode ser chamada de pessimista. Aliás, não há o que se reclamar da Nação Tricolor. Recentemente vi uma entrevista do Jorge Avancine, que foi meu professor, falando, em outras palavras, sobre a falta de compromisso da Torcida em não se associar ao clube. Fiquei feliz em saber que avisei a ele: aqui não é Porto Alegre. Baiano não tem cultura de associação. Porém, fiquei triste ao notar que no afã de privilegiar o sócio, ele acaba desvalorizando a Torcida não-sócia. E isso é um erro de marketing, terrível. Um crime mercadológico motivado pelo desconhecimento da cultura do seu público alvo e uma generalização baseada em um pequeno grupo acostumados a coisas erradas. A Nação Tricolor é, e sempre foi, o maior patrimônio do Bahia e deve ser respeitada por todos.
Mas que diabos isso tem a ver com Fortaleza e Bahia? Explicarei.
Fortaleza e Bahia era jogo em que tínhamos a certeza da classificação. O Tricolor se classificaria mesmo se perdesse de 1×0. Mas a Nação queria ver, é claro, mais um triunfo do Esquadrão de Aço. Pra melhorar a situação, pênalti logo no início. Thiago Ribeiro, sofreu a falta, pegou a bola com confiança, bate e perdeu. Um lance aos 8 minutos do primeiro tempo, provocou uma virada total na partida.
Empolgado pela defesa da penalidade, os cearense foram pra frente com gosto de gás. O Bahia jogava mais uma vez com um a menos. Luisinho fez sua pior apresentação no ano, superando a última, e a antepenúltima. O jogador no qual depositávamos muitas fichas simplesmente parece ter esquecido o futebol após a morte do pai (igual Gamalho ano passado).
Sem um a coisa já estava ruim, imaginem sem dois. Paulo Roberto fez uma falta idiota, sem bola, no meio de campo e acabou expulso antes dos 30 minutos de jogo. Aí, irmão. Só deu os caras. Sufoco miserável, Lomba fez uma defezaça e eles jogaram umas 4 ou 5 bolas, perigosíssimas, pra fora. Rezei pra acabar a parada logo.
Na volta do intervalo, Luisinho nem voltou e Doriva mudou a cara do jogo. A entrada de Moisés reforçou a zaga e jogou JPGomes pro meio. a coisa melhorou. O jogo ficou equilibrado e ambos começaram a perder grandes chances. JPGomes perdeu duas incríveis e lá atrás a trave salvava o Bahia mais vezes que Lomba. Até que num vacilo de marcação pela esquerda (porra, com dois laterais tomar aquela jogada é dose) os caras abriram o placar. 0x1.
O gol não mudava a classificação, mas incomodava demais a Torcida. O jogo ia passando e a cada lance do adversário a galera olhava o tempo no placar. O segundo gol dos caras parecia muito perto e o Bahia desperdiçava chances lá na frente. A Torcida cantava, pulava, vibrava o jogo todo. O resultado ainda era nosso.
Até que Thiago Ribeiro puxa um contra-ataque contra 5 adversários. Segura a bola até a passagem do lateral, toca e avança. Recebe novamente e espera o time se armar. O lance continua e ele entra na área, espera o momento certo e serve com maestria Juninho. Logo ele que tinha sido o nome do jogo no Ceará, aparece e manda um foguete pra rede. 1×1. E adeus, Fortaleza.
No último lance da partida, aos 49, o fdp da juiz olha pro cronômetro, vê que os acréscimos já haviam terminado, mas manda o lance seguir. Essa porra é bába com Bola-Fora, seu corno? A jogada segue, Lomba sai catando borboleta e a bola acerta a trave, mais uma vez. Fim de papo. E que venha o Santa Cruz, novamente. Sorte? Porra nenhuma. Como lembrou o Tricolor Anderson Oliveira, levamos na raça! Fim de papo.
Bora Baêa Minha Porra! Parabéns aos jogadores (menos Luisinho). Partidaça de superação, com raça, com vontade e mesmo sendo envolvidos, lutaram até fim, com um a menos, durante mais de uma hora de jogo. Parabéns a Doriva pela substituição. E claro, parabéns aos otimistas 18000 Tricolores que comparaceram e empurraram o time o jogo todo. Essa Torcida é sensacional, diferenciada. Aos críticos dela, não confundam cobrança com pessimismo. Quem cobra e está desconfiado, tem seus motivos. Mas tachar a Maior do Nodestão de pessimista, tá por fora.