Bahia 1×1 Fortaleza: Esta é a torcida que eu amo!

PQP, PQP, PQP são pelas três bolas na trave, nossa estrela brilhou. Mas, antes de falar do jogo, vou falar da volta da Nação que todos amamos, o número ainda não foi o desejado, mas nossa torcida fez o que todos esperam dela, deu show, segurou o time, incentivou, vibrou, chorou e até vaiou, mas na hora certa. Esta é a torcida que tanto elogiei no post “Que torcida é esta, meu irmão?”. Hoje, nosso torcedor foi aquele que o Brasil admira, que os adversários temem e que os jogadores veneram. Se o time não correspondeu em campo, a Nação se superou em campo (não errei, nossa torcida estava em campo, não na arquibancada), me faltam palavras para dizer o que sinto pela NAÇÃO neste momento, em especial depois de ter criticado tão duramente nosso torcedor. AQUI é BAHIA, PORRA.

Vamos ao jogo, sem dúvida tomamos um sufoco histórico, o Fortaleza dominou os 90 minutos, nossa defesa mal protegida com a expulsão de PR voltou a mostrar muita fragilidade, em especial na esquerda. Nos 5 primeiros minutos não passamos do meio-campo, na primeira bola que chegamos, em um bom lançamento de Hayner, Thiago Ribeiro protegeu bem a bola e foi puxado pelo defensor, pênalti marcado, festa antecipada, mas na cobrança ThR telegrafou o canto que ia bater e perdeu. Festa adiada.

O jogo continuou, e Paulo Roberto fez uma falta normal, não sei se falou algo para o juiz, mas tomou amarelo. Amarelo dado não se retira, PR sabe disto, tinha que ter tido inteligência para evitar um lance mais ríspido, não teve e acabou expulso aos 26 minutos. Antes disto, o Fortaleza já tinha colocado bola na trave aos 11, chance clara aos 15 salva por Lomba e depois por Lucas Fonseca, e outra aos 19 com JPG só observando a cabeçada de Juninho. Ou seja, mesmo no 11 contra 11, eles estavam muito melhor, dominavam o meio-campo, exploravam nossas laterais e conseguiam rapidamente recuperar a bola, sofremos muito. Aos 35, o time do Bahia se lançou ao ataque, Edigar Junio (EJ) fez uma boa jogada pela direita e cruzou rasteiro, ninguém aproveitou. O contrataque do Leão cearense foi rápido e Anselmo perdeu um gol feito ao se precipitar na finalização. Este foi o último sufoco da etapa inicial, eles puxaram o freio de mão e levamos o 0x0 até o fim.

Primeiro tempo para aprender muito, mostramos de novo fragilidade na marcação pelas laterais, não fomos bem nas bolas aéreas na defesa, e pouco criamos. Doriva não soube sair da armadilha montada por Marquinhos Santos.

No intervalo, Doriva trocou Luisinho por Moisés, o substituído era certeza entre a torcida, além de fazer um primeiro tempo aquém dos seus companheiros, Luisinho não tinha condições de recompor o meio, o que era urgente ser feito. O substituto foi uma surpresa, na minha opinião Doriva acertou na teoria, pois Moisés é mais forte fisicamente do que JPG, sendo melhor defensivamente, ademais, no banco tínhamos como opções dois volantes e Rômulo, os dois primeiros não nos dariam condições de sair rápido no contrataque e Rômulo não teria o poder de marcação necessário. Na prática, Moisés entrou mal e justamente pelo lado esquerdo tomamos o gol, e JPG perdeu dois gols que não se perde num jogo decisivo, o primeiro então foi desastroso. Mas, o Bahia passou a ter no segundo tempo o contrataque, pode ter sido pelo desespero do Fortaleza que se lançou para frente, ou pela nova disposição do Esquadrão em campo.

Antes de falar do que aconteceu no segundo tempo, quero frisar que foi justamente nesta etapa que a Nação Tricolor encantou, fez mais do que substituir PR, foi o 12º, 13º e 14º jogador em campo, arrepiou quem viu tanta vibração e energia positiva em campo, tenho certeza que foram elas que tiraram as duas na trave na etapa final. Mesmo, meia-hora após o final do jogo, ainda continuo sem palavras para descrever o que nossa torcida fez, só queria estar lá do lado para fazer o mesmo. Até o Diretor do EI MAXX não sabia se mostrava o jogo ou a torcida.

Dentro de campo, a única mudança no cenário foram nossos contrataques que começaram aparecer, no mais o Fortaleza começou e terminou o pressionando. Aos 4 minutos, nos safamos com ajuda da energia do torcedor da primeira bola na trave, de novo nas costas da nossa LE; e aos 5 minutos eles tiveram um gol anulado, adivinha de qual lateral veio a bola. Quando o jogo estava mais controlado, o esquema de Doriva começando a render frutos, veio o gol dos caras. Posteriormente, vou publicar um post com imagens para mostrar os detalhes deste lance, mas adianto que o ponta deles fechou e Moisés foi atrás, JPG, sempre ele, recompôs mal e tomou nas costas, gol merecido dos caras aos 20 minutos. Depois, eles ainda tiveram uma boa chance pela esquerda com a bola tirando tinta da trave de Lomba.

Haja coração, sufoco da zorra e o tempo não passava, cada segundo demorava uma eternidade para passar. A Nação sentiu o baque, mas logo depois se reanimou e voltou a dar show.

Como eu disse, o Bahia teve alguns contrataques, no primeiro JPG chegou bem, mas ficou em dúvida se chutava ou cruzava e isolou a bola; no segundo, EJ deu um passe açucarado, mas JPG isolou de novo; aos 33 minutos, tentem advinhar quem desperdiçou a outra chance, nesta ele nem teve tanta culpa, mas dava para ter feito se tocasse na bola com mais força; na quarta chance não teve jeito, ThR recebeu na direita, prendeu, pois não tinha ninguém na área, driblou, e teve a paciência e sapiência necessárias para levantar a cabeça e rolar com açúcar e afeto para chegada de Juninho, o chute foi sacanagem, GOLAÇO. Foi inevitável não soltar o tradicional grito dos babas da Bahia, PEGA PORRA. Com este gol, Juninho ratificou o veredicto do post anterior. APROVADO

O que aconteceu após isto, pressão do Fortaleza e espetáculo da torcida. O jogo se encaminhava para o final, mesmo sem força e organização, mas no base do abafa eles tiveram chances aos 44, nesta quase infarto, de novo nas costas do nosso LE; aos 45, em uma chegada pela direita; aos 48, Ancelmo recebe e concluiu para fora. Pronto, pensei, acabou, só que ainda tinha mais emoção, no último lance do jogo, os caras metem um chutão para dentro da nossa área, Moisés vacila, Lomba fica no meio do caminho e é encoberto, a bola vai entrando mas se choca na trave e não entra. Como se diz, só o Sobrenatural de Almeida para explicar o que aconteceu, mas continuo com minha teoria foi a energia da torcida que desviou as três bolas.

Perdemos os 100%, mas chegamos na semifinal, agora é enfrentar novamente o Santinha. Com esta torcida de hoje, não perdemos para ninguém. Doriva, assista, reassista e tri-assista este jogo, ele tem muito a lhe ensinar.

Miguel Leite 

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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