Fim do monopólio da Rede Globo, Bahia e Vitória em 2016

Ontem, o Paulinho Fernando torcedor do Bahia, em texto como sempre bem elaborado e escrito, questionou em um dos parágrafos o que esperar da dupla Bahia e Vitória na temporada de 2016, além de revelar a baixíssima representatividade dos nossos clubes cenário nacional. E perguntou: que precisamos fazer para mudar esse panorama? Muitos se manifestaram e apontaram o final do Campeonato Baiano e o fortalecimento do Campeonato do Nordeste como medida fundamental. 

A quase perpetuação de Ednaldo Rodrigues no comando da FBF foi apontada pelo amigo Lourival de PAULO como um atraso para o futebol domestico. Mas teve até gente que acredita que toda a festa tem o pobre ( prefiro, coadjuvante) e este é o nosso papel quando o futebol é tratado em nível nacional pela baixa representatividade econômica do estado da Bahia, além de visões diversas. No entanto, a opinião do tricolor Olival Mata, cumpriu um papel integral quando respondeu o que esperar da dupla Bahia e Vitória em 2016, além de sugerir a quebra do fim do monopólio da Rede Globo como medida de primeiro momento para o avanço do futebol da Bahia.

Para mim essas melhoras só passarão com as mudanças estruturais do futebol brasileiro como um todo. A começar pelo fim do monopólio da Rede Globo ou mudanças drásticas na sua postura. A Globo/CBF gostam e apoiam os estaduais. Apadrinham as federações estaduais. Para participar da Copa do Nordeste, por exemplo, tem que ir bem no estadual. Se o time abandonar o estadual ou for mal como foi o Esporte Clube Vitória ano passado, fica sem a Copa do Nordeste que é um regional interessante.

Então, com tantos campeonatos a disputar, os times nordestinos, que já não tem tantos recursos, tem que se preocupar não só com qualidade mais tb com quantidade de jogadores no elenco. Logicamente a preocupação com quantidade diminui a qualidade das contratações.

Em 2015 o Bahia optou pela austeridade, pagamento em dia e não antecipação de receita da TV. Montou um time barato para os seus padrões de pressão e não cumpriu o principal objetivo do ano. O Vitória que deve ter gastado mais de 10 milhões a mais com folha no ano que o Bahia, passou na conta para a Série A as custas de atrasos de salário, antecipação de cotas de TV (continua nas mãos da Globo) e novas dívidas trabalhistas. O mais lógico que deve acontecer em 2016 é o novo elevador, caso a diretoria do Bahia dessa vez consiga ser mais competente com o orçamento que dispor. Ou então que em 2017 os dois estejam abraçados novamente na série B. É muito difícil que o Vitória consiga superar adversários milionários, ainda mais se o comportamento for o mesmo de 2015. Tendo de remontar o time e gastar o que não tem para corrigir os rumos do futebol.

A perda da melhores peças da base de 2015 e a falta de contratação do time rubro-negro demonstra que o mesmo vai apostar as fichas no segundo semestre. O problema é encontrar jogadores bons disponíveis para o segundo semestre. Corre-se o risco de novo fiasco no estadual, mais um ano longe da Copa do Nordeste e ainda cair da mesma maneira.

Já o Bahia tenta acertar mais nas contratações. Começou bem contratando jogadores de destaque da série B cujo o futebol ao menos foi elogiado por parte da torcida tricolor, e Hernanes que é um jogador que já teve destaque nacional e ainda tem lenha para queimar. Porém, não agradou nas ultimas contratações com jogadores que praticamente não apareceram em 2015 ou foram destaques de times muito inferiores como time de série C. Necessita se fortalecer mais pois terá um primeiro semestre mais puxado que o Vitória. Não dá para correr o risco de tentar apostar as fichas no segundo semestre.

Quando vejo um time como o SP tendo dificuldades para concluir uma negociação de um jogador como o Kieza para a Libertadores, me dá mais apreensão a respeito da capacidade dos times baianos (principalmente o Bahia, claro) de contratarem bons nomes para 2016.

Olival Mata – Torcedor do Bahia 

Autor(a)

Deixe seu comentário