Bahia pretende cortar R$ 13 milhões em despesas

A atual diretoria do Bahia, de fato, vai assumir o Bahia em Janeiro com um início de temporada dentro do planejamento, depois de observado os buracos encontrados. Fernando Schmidt está para o Bahia, na mesma condição que o atual prefeito está para Salvador, ou seja, removendo o lixo encontrado e arrumando a casa. Tarefas complexas em ambos os casos. Acredito, também, que o BAHIA NOVO, já muito festejado, só irá acontecer em dezembro de 2014, quando teremos uma eleição efetiva para um mandato na sua integralidade, junto com o fim do mandato tampão do atual presidente, em quase uma espécie de intervenção de primeiro e segundo tempo e com a promessa velada de que não teremos prorrogação. 

O site oficial do Bahia divulgou, na segunda-feira, o documento por eles chamado de balanço, orçamento e plano de gestão onde podem ser vistos planilhas, números para cacete, projeções, possibilidades, resumo de receitas, despesas por centro de custos, enfim, uma linha técnica, que somente os “radiologista dos números” podem ter uma exata dimensão do atual quadro financeiro do tricolor de açoe quais são as perspectivas.

Vale lembrar que é um documento inédito, já que nas antigas administrações ninguém sabia de nada e quem se aventurasse, seria mandado para os quintos dos infernos sem qualquer cerimônia. 

Mas o Jornal A Tarde, em publicação do jornalista Ricardo Palmeira, neste dia de Natal, trincha o documento e, agora sim, o torcedor do Bahia terá uma visão um pouco mais clara e simples do que pretende o Bahia no ano de 2014. Veja abaixo. 

De acordo com a planilha exposta no site, o Bahia tem para 2014 uma receita líquida de R$ 70,4 milhões. Contudo, antecipou R$ 9 milhões. Assim, tem disponível R$ 61,4 milhões. Em uma primeira projeção, as despesas ficariam em R$ 70 milhões (na planilha, consta R$ 78 milhões, talvez por um descuido de digitação. O valor foi corrigido por Reub Celestino em contato telefônico com a reportagem de A TARDE). O fato geraria um déficit de R$ 8,6 milhões. 

Contudo, aí entra a readequação financeira do clube. Na projeção, Reub mostra que é possível o Bahia chegar ao fim do ano com um superávit de R$ 19 milhões. As receitas, confia ele, podem ser aumentadas em R$ 10 milhões. Já as despesas têm um projeção de redução em R$ 17,6 milhões. Para isso, o corte principal seria de pessoal: R$ 13 milhões. Ou seja, vem dispensas por aí. Entre eles, jogadores profissionais e da base. 

“Nosso quadro de funcionários está inchado, sim. Para que mais de 300 funcionários para botar só 11 jogadores em campo?”, comentou o diretor, para, na sequência, apontar o alvo principal do corte dos gastos. 

“Nossa divisão de base precisa trabalhar com mais eficiência e menos quantidade. Hoje, são 160 jogadores na base do Bahia. Neste ano, tivemos três atletas surgidos de lá jogando no time principal: Madson, Feijão e Talisca. Muito eventualmente quatro, com Jussandro. A desproporção é muito grande. Nosso elenco profissional também precisará de reajustes. A idéia é trabalhar com um elenco enxuto e com uma melhor relação custo-benefício. Isso sem contar a redução na comissão técnica. De 2013 para 2014, só pela troca da comissão, conseguimos uma redução de aproximadamente R$ 2 milhões no ano”, declarou o diretor. 

Quanto aos atletas, entre os alvos para saírem do clube, estão Souza, com seu salário mensal de R$ 180 mil, e Kleberson, que ganha R$ 150 mil e está retornando de empréstimo. 

No planejamento, outros R$ 2 milhões de redução de custos são projetados em negociações de jogadores. A tabela se completa com economia administrativa de R$ 2 milhões e mais R$ 600 mil de corte em serviços. 

Cerca de R$ 16 milhões do superávit seriam usados para abater o passivo do clube, estimado em R$ 71,2 milhões.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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