Feijão, Suor e Lágrimas. Bahia 1000×0 Inter

Sempre fui péssimo de matemática, mas nesse jogo, alguns números merecem destaque… 



Numa 5ª onde o Bahia estava há 1 ponto do Z4, encarávamos o Inter, 5º colocado, sem 3 dos seus principais jogadores. Cheguei 10 minutos atrasado na Fonte e já notei uma diferença: a ausência das batucadas das 3 Torcidas Organizadas. Mas com uma Torcida como a nossa, tambor nenhum faz falta.

Em campo 1 jogo equilibrado. O Bahia tentava e parava. Na pipocada de Walyson em chutar de canhota, nos 2 chutes de Fernandão no finzinho do 1º, e acabava a primeira etapa com 50% da Torcida vaiando e os outros 50% aplaudindo.

Estranha sensação pairava no ar. O jogo tava equilibrado e o Inter começava a sua sina de acertar a trave.

Nosso camisa 1 começava a fazer milagres. Nosso lateral direito, 1 dos 4 volantes, marcava e não subia nem com a zorra. Titi foi um monstro, tirou tudo e mais um pouco. Lucas ia bem e Jussandro não cumpria o papel de Raul, mas também não complicava muito. No intervalo, o placar da Arena mostrava o jogo de 89, o histórico 2 a 1, e eu comentava com meu pai sobre o fatídico 1º jogo da final, onde brocamos de virada os gaúchos. Sempre bom lembrar, né?

Começa o 2º tempo e as expectativas se renovam. Em 5 minutos o time mostrava-se outro. E Hélder, o camisa 30, faz uma grande jogada (para queimar minha língua pela primeira vez) e toca para Barbio. O menino maluquinho cruza e Muriel (isso não é nome de sabão em pó?) tira da cabeça de Fernandão. Na sobra, Feijão acerta um chutaço rasteiro. Era o gol 1 do jogo e 1000 do Brasileirão. E sabe o que significa fazer o gol 1000? Nada demais. O importante eram os 3 pontos. O Inter muda e o jogo também. O Bahia que mandava no jogo começou a tomar pressão. Foram 5 bolas na trave com 1 delas tocando nas 2. Eu nunca tinha visto isso em meus 35 anos de Fonte Nova. Problema deles. Bola na trave não altera o placar, diria Samuel Rosa.

E passamos a tomar uma pressão desnecessária. Até que Cristóvão, que acertara nos 11 iniciais, viria a fazer a 1ª das 3 substituições corretas no mesmo jogo. Não lembro quando isso tinha acontecido. Walyson sai e Marquinhos Gabriel entra pra mudar o jogo. Duas ou 3 enfiadas de bola do camisa 10 e os atacantes desperdiçavam as oportunidades.

Erick estreia no lugar de Jussandro e não compromete. Aí a Torcida perdeu a paciência com Fernandão. A galera começou a gritar o nome de Obina (eu, sinceramente, não acreditava naquilo, mas…). O jogo ficou lá e cá e os caras chegavam com perigo, mas Lomba e a trave macumbada salvavam o Bahia. Diones é chamado e o coro de “Obina, Obina” se misturava ao de “burro, burro”. E olhe que estávamos na frente… Até que Hélder rouba a bola no meio, toca pra Marquinhos Gabriel que mostra porque foi tão aplaudido quando entrou em campo. Toque certeiro, virando a cara, pra o vaiado Fernandão e o artilheiro driblou zagueiro, goleiro, desconfiança, urucubaca, a porra toda, para desabafar: “aqui é Bahia, porra!”

As lágrimas do gigante, mistura de raiva com desabafo, levantaram a Torcida que passou a cantar seu nome, salvavam a pele de Cristóvão, queimava minha língua de novo e acabava com a vontade dos gaúchos. Depois daí foi só esperar o apito final e sair pra comemorar 1 triunfo depois de 6 jogos…


Bora Baêa Minha Porra! Ganhamos do Inter sem os titulares e tomando 6 bolas na traves… Dane-se. Brocamos! Quando a gente joga sem 3 ou 4 titulares ninguém fica com peninha, não… Mais 3 pontos importantes e principalmente, 1 time com 11 jogadores jogando com muita garra no 2º tempo. Marquinhos e Barbio, com Fernandão de centroavante, tem tudo pra dar reggae. Não vou nem falar do caminhão de volantes hoje. O Bahia ganhou com uma jogada de Hélder (para alegria de Ruy Cerqueira e Rodrigo Fernandes) e um chute de Feijão, então, hoje é dia de dizer: Coach, you are right!

Autor(a)

Redação Futebol Bahiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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