Jogo entre Vitória e Botafogo gera discussão

Este assunto não iria demorar em entrar na pauta da imprensa
esportiva da Bahia, especialmente aquela independente, como o Jornal a Tarde.
Trata-se do jogo entre Vitória e o Botafogo-BA, que voltou a primeira divisão
composto quase que na maioria do elenco de jogadores não aproveitados pelo Leão e no proximo sabado, se enfrentam pelo Campeonato baiano.  Veja.

Sábado, 16, no Barradão, às 16 horas, Vitória e Botafogo se
enfrentam em jogo que desperta atenção pela relação estreita entre os dois
clubes. Eles firmaram um acordo no qual o Leão emprestou para o Diabo Rubro 12
jogadores, dois integrantes da comissão técnica, além de ter cedido a Toca para
o parceiro fazer seus treinamentos.

A reportagem do ESPORTE CLUBE apurou ainda outros benefícios
nessa relação. O Vitória teria feito um empréstimo de R$ 25 mil ao Botafogo,
para ajudar o clube a pagar os salários de alguns atletas, além de, com
frequência, ceder o departamento médico para tratamento de jogadores
lesionados.

Auditor do Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD),
Cristiano Possídio garante que não há impedimento jurídico para a parceria.
Porém, o advogado classifica como “não recomendável” o fato de clubes
que são rivais em uma competição treinarem no mesmo local.

“Não vejo problema nenhum nessa questão do empréstimo.
Isso é praxe no futebol. Haveria problema se a parceria fosse mais profunda,
caso houvesse uma simbiose administrativa”, afirmou Possídio, que se apoia
no Artigo 27 da Lei Pelé. 

Este diz que “nenhuma pessoa física ou jurídica de
qualquer entidade de prática desportiva poderá ter participação simultânea no
capital social ou na gestão de outra entidade de prática desportiva disputante
da mesma competição profissional” 

No entanto, a parceria – ‘feita de boca’ desde o ano
passado, sem contrato assinado –  gera
polêmica. Por exemplo, o Bahia, rival do Vitória, pode eventualmente depender
de um resultado do Botafogo para passar à fase decisiva do Estadual.

O mandatário tricolor Marcelo Guimarães Filho, via
assessoria de imprensa, não quis se pronunciar. Por outro lado, o dirigente
máximo do Feirense – do mesmo grupo que Bahia e Botafogo -, Dilson Gamela, não
fugiu ao questionamento, mas evitou polêmica. “Nada contra. O presidente
Alexi Portela (do Vitória) é um cara direito, confio nele”, disse.

Presidente da Federação Bahiana de Futebol (FBF), Ednaldo
Rodrigues  também comentou o assunto:
“A Federação entende que seus filiados, desde que haja moralidade, devem
se entrosar. Até que se prove o contrário, todos são honestos”.

Já o auditor Cristiano Possídio tem uma visão mais crítica:
“Má fé não se presume, se prova. Mas não acho recomendável que eles
treinem no mesmo lugar. Ao mesmo tempo, não creio que isso chegue a suscitar
dúvidas sobre honestidade”.

Parceria fundamental – O presidente do Vitória, Alexi
Portela, tenta relativizar o assunto, tratando como algo inerente do futebol.
“Isso sempre existiu. Agora, eu garanto que jamais pediria que um jogador
emprestado fizesse corpo mole quando jogar contra a gente, até porque o intuito
do empréstimo é justamente dar ritmo de jogo a eles”, aponta.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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