Orçamento: O problema de Bahia e Vitória

Os torcedores do Bahia e Vitória, em nome da rivalidade, brigam o ano todo, cada um dentro da sua pobreza histórica
para saber quem é o melhor. O ano que vem ambos vão disputar o Brasileiro de Série
A mas, desde já, podemos prever todas as dificuldades e imaginar que a briga
será saber qual dos clubes irá sobreviver.

O orçamento pequeno, a falta de
estrutura, as dificuldades em contratar, são os grandes problemas. A Tribuna da
Bahia, novamente com ótima matéria, revela como somos pequenos e mostra a
disparidade dos orçamentos dos clubes baianos em relação aos clubes do sul.

Bahia e Vitória deverão
movimentar orçamentos semelhantes para a formação dos seus times, em torno de
R$ 60 milhões, um pouco a mais, um pouco a menos, para a temporada de 2013,
investindo mais no 2º semestre, com uma folha do Departamento de Futebol profissional
acima de R$ 2,5 milhões mensais.

Ainda assim é muito pouco,
irrisório para se pensar num grupo forte que se habilite à conquista do título
do Campeonato Brasileiro, e perigosamente baixo para montar uma equipe de alto
nível que garanta o clube na elite do futebol brasileiro em 2014.

Depois de 10 anos o futebol
baiano volta a ter os seus dois principais clubes, Bahia e Vitória, na Série A.
No levantamento estatístico do professor Marcelo Lopes Monteiro, os números do
Campeonato Brasileiro são cruéis com relação aos clubes do Norte-Nordeste do
Brasil.

No Brasileirão de pontos corridos
é assim: até aqui, nunca um time nordestino ficou mais do que três anos
seguidos na Série A.

É muito difícil para clubes, como
Bahia e Vitória, competirem com os times do Sul e Sudeste, com orçamentos que não
chegam sequer à metade da previsão orçamentária de mais de metade dos 20 clubes, que disputam a Série A e brigam pelo título e as vagas brasileiras para a Taça
Libertadores da América, alguns como São Paulo, Corinthians, Internacional de
Porto Alegre, Atlético Mineiro, com orçamento acima dos R$ 300 milhões.

Dentro dessa realidade financeira
e desequilíbrio de forças – os quadros sociais dos clubes é que fazem esta
diferença e define os clubes entre grandes médios e pequenos – lógica, que está
ocorrendo desde a 1ª edição do Brasileirão de pontos corridos em 2003.

Números radicais e cruéis que, pela estatística, apontam para o Bahia, que voltou à Série A em 2011 e
disputou dois anos para não entrar na zona de rebaixamento, escapando este ano
na 38ª e última rodada com o triunfo de 1 a 0 sobre o Atlético-GO, em Goiânia.

Ou o Tricolor mostra mais
competência em 2013, ou estatisticamente ele passa a fazer parte do grupo dos
clubes que não conseguem sobreviver mais do que três anos na elite do futebol
brasileiro.

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