Bahia terá lucro na Fonte Nova, Já o Vitória…

No próximo ano, o Bahia promete
reviver os seus melhores momentos, retornando ao Estádio Otávio Mangueira, agora
de roupa nova, estilo moderno e rebatizado como Arena Fonte Nova. Quantos nomes
tenha, pouco importa, o certo é que neste estádio o tricolor de aço fez
história, ganhou fama, robusteceu sua torcida, conquistou títulos e glórias no
cenário nacional, quando venceu o Campeonato Brasileiro. 

O estádio, praticamente, está pronto, o tricolor já celebrou convênio relativo ao mando de campo para as
próximas temporadas, obtendo lucros financeiros e com promessas de reviver os
seus melhores dias. O Esporte Clube Vitória, apegado ao atraso, ainda não
decidiu sobre a possibilidade, ou não, de atuar no novo estádio. O Jornal A
Tarde
, em matéria de autoria de Luis Telles, levanta a questão, mostra os números em detalhes, as vantagens e desvantagens, especialmente ao Esporte Clube Vitória, que tem seu estadio próprio e nele obtém lucros, optar ou não, é o dilema do Esporte Clube Vitória. 

A Arena Fonte Nova já tem data
para reabrir: 29 de março de 2013, data que coincide com o aniversário da
cidade de Salvador. Concedido pelo governo do estado ao Consórcio Arena Fonte
Nova, administrado pela OAS/Odebrecht, o estádio inaugura uma nova era de
conforto e segurança para os baianos.

Mas não serão apenas os
torcedores que serão agraciados com as comodidades da praça esportiva. Bahia e
Vitória têm tudo para também lucrar mandando seus jogos no local. O vínculo do
Bahia com a Fonte Nova já está definido. Em contrato assinado com o consórcio
para atuar no estádio pelos próximos cinco anos, o tricolor garantiu um mínimo
de R$ 9 milhões anuais.

O negócio garante ao clube um
acréscimo de pelo menos 44,7% em sua receita de bilheteria na próxima
temporada. Em 2012, jogando em Pituaçu, o Bahia arrecadou R$ 6.217.943,01
líquidos, em 35 jogos pelo Baianão, Copa do Brasil e Série A. O acordo traz
também uma base de cálculo que pode aumentar ainda mais o lucro do tricolor.
Para efeito de cálculos, o Bahia, em qualquer jogo, tem direito a 65% da renda
liquida.

Contudo, se a Arena Fonte Nova
tiver sua capacidade entre 50% e 75% ocupada, o clube arrecada 75%. Com todos
os ingressos vendidos, esse número sobe para 85%. Ao fim da temporada, se a
parte que cabe ao Bahia superar os R$ 9 milhões, o consórcio pagará a diferença
ao Esquadrão.

“Nossa expectativa é a de
passar sempre do valor mínimo. A Fonte Nova é um estádio mais central que
Pituaçu e é onde nossa torcida gosta de ver o time. Tenho certeza que nosso
público lá será maior que a capacidade de 50% do estádio”, disse, sem
confirmar números, o presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho.

Segundo demonstram os borderôs da
Confederação Brasileira de Futebol e da Federação Bahiana de Futebol da
temporada 2012, o tricolor teve média de 15.628 pagantes por jogo, com o custo
médio do ingresso a R$ 20. A Arena Fonte Nova terá capacidade para 50.433
pessoas e o preço dos bilhetes ainda não foi definido, mas há o consórcio
estima o valor médio em R$ 39.

Assim, em uma temporada completa
com a atual média de público do Bahia, o total arrecadado pelo estádio, sem
descontar os impostos e encargos (de cerca de 40%) seria de R$ 21.941.712,00.
Num cálculo grosseiro, caberia ao tricolor aproximadamente R$ 8,5 milhões. Ou
seja, para arrecadar mais, o Bahia realmente precisaria aumentar a presença de
seu torcedor nas arquibancadas.

Números pressionam Leão – Até o
momento, o Vitória, diferentemente do Bahia, fez um acordo para mandar apenas
cinco de seus compromissos de 2013 na Arena Fonte Nova. O rubro-negro, que ao
contrário do tricolor tem seu estádio próprio, o Barradão, descarta a
possibilidade de passar a atuar exclusivamente na nova praça esportiva.

Mas os valores podem pressionar a
diretoria do Vitória. Caso o consórcio oferecesse ao clube um contrato similar
ao do tricolor, com o mínimo de R$ 9 milhões anuais, seria difícil abrir mão de
um acréscimo de 161,3% em receita de bilheteria.

Em 2012, com 36 jogos no
Barradão, o clube arrecadou R$ 3.444.599,21 líquidos, com o preço médio do
ingresso a R$ 15,45 e média de público de 12.655  pagante por jogo. “Os números desta
maneira, crus, impressionam, mas temos que lembrar também que jogamos a Série B
este ano e que ainda teremos a Copa do Nordeste daqui pra frente. Isso pode
fazer esse quadro mudar um pouco a nosso favor”, ressalta Carlos Falcão,
vice-presidente do Leão.

Em favor do Vitória, o dirigente
argumenta com outros fatores além do dinheiro obtido com a venda de ingressos.
“Financeiramente, não é somente a questão da bilheteria. Temos outras
receitas importantes, que no caso da Fonte Nova o lucro iria inteiro para o
consórcio, como em relação a algumas placas de publicidade, a administração de
bares, lanchonetes e lojas. Há ainda o potencial de outras fontes, como
estacionamento”.

Comparando o demonstrativo
financeiro da dupla Ba-Vi de 2011, fica evidente que o argumento é válido. Ao
passo que o Bahia declara que cerca de R$ 4 milhões de sua receita é oriunda de
patrocínios,publicidade e royalties, no Vitória este valor chega ao triplo: R$
12 milhões.

O dirigente explica também que há
um componente da tradição e da cultura do torcedor rubro-negro, que tem o
Barradão como sua casa. “Para fazer uma mudança dessa, teríamos que
discutir isso muito internamente e com os nossos sócios e torcida. Por isso,
acho difícil acontecer uma ida radical para a Fonte Nova”.

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