Franciel Cruz, você perdeu, deu Bahia

Quem pensou que os pecados de Franciel Cruz se esgotavam na péssima opção para a escolha do time de preferência, talvez por desorientação doméstica na área esportiva, ou vá-se lá saber, por descaminho e má companhia na juventude, enganou-se do primeiro ao quinto (Franciel de camisa rubro-vermelha na foto).

O homem e primeiro ministro de Amaralina, resolveu no início do ano – seguramente embalado pelas expectativas positiva de acesso e título do Esporte Clube Vitória no mais fraco campeonato Brasileiro da Série B dos últimos anos, resultaria em um imaginário Barradão superlotado, aliado ao um suposto fracasso do Bahia já no meado da competição, em profecia mal assombrada, que tinha como cenário as moscas ocupando espaço e ganhando destaque em um Estádio de Pituaçu vazio – resolveu cometer mais uma transgressão capital, agora desafiando a torcida do Bahia, para uma aposta onde o vencedor seria a equipe que levasse maior público nos Estádios Manoel Barradas Carneiro e Pituaçu, nos respectivos jogos do Vitória e o Esporte Clube Bahia, nos campeonato das Séries A e B.

Alegava Franciel Cruz, na ocasião, que a suposta supremacia azul, vermelha e branca, não passava de pura mistificação infame de parte da imprensa tricolor, sempre empenhada na super-valorização da torcida do Bahia, de modo descabido e injustificável. Logo, algo simples de ser desmontado, após apurados os primeiros borderôs da CBF. 

Aposta foi aceita por alguns tricolores e, entre eles, me incluo. Foram feitas de maneira distintas e em comum acordo entre as partes, através de e-mail, e logo depois publicada no BLOG Victoria Quae Sera Tamen, para que não houvesse rabiçola. 

Dias após, exercendo o meu espírito cristão, acreditando que se tratava de uma barbada e seriamente desconfiado que o desafio pudesse ter sido concebido de forma impensada, no apogeu de uma bebedeira, momento de excesso de euforia ou apagão de lucidez, enviei e-mail ao desafiante rubro-negro, onde oferecia um atestado de desistência amigável, no entanto, conforme manda a lei, em dois ou três parágrafos do Código Nacional de Conduta dos Apostadores (CNCA), exigia que fossem pagos os tradicionais 20% do montante total sugerido e comprometido, sob o nobre título de taxa de arrependimento. 

Para minha surpresa, a oferta inocente foi de imediata rechaçada, com a veemência peculiar de todo o rubro-negro e, no lugar, o homem, além de recusar a economia sugerida e a suspensão da vergonha prevista, contrapôs com a firme disposição de dobrar os objetos da aposta, bateu o martelo e encerrou o assunto. 

Pois bem, apuradas as urnas deu o óbvio, com a torcida do tricolor de aço, mesmo participando do Campeonato Brasileiro apenas para testar o seu nível de sofrimento e tolerância para uma campanha medíocre, ridícula e vagabunda, suplantou a torcida do Esporte Clube Vitória que, por sua vez, buscava e fracassava em mais uma tentativa da busca do título nacional, ainda que parte parcial do projeto tenha sido alcançada com o justo e merecido acesso. Feito que, aliás, não obteve a repercussão no mundo esportivo local. 

A aposta, em si, não tem valor importante, trata-se de uma brincadeira amistosa proposta pelo Franciel Cruz, figura por quem nutro simpatias adicionais de longas datas e reputo, junto com o Victor Hugo, como os mais respeitados nomes da torcida rubro-negra no universo virtual do meu conhecimento, no entanto, revelou-se mais uma vez, e acredito agora e para sempre, que quem tem a maior torcida que é leal, fiel e participativa do Estado da Bahia, é o Esporte Clube Bahia e que ainda no clímax do infortúnio, é capaz de superar o adversário no seu maior estado de euforia. 

Opss…. aposta não envolveu qualquer valor em dinheiro.

Total do Bahia no borderô: 360.634, média de 18.981 pagantes por partida, a quarta da série A atrás do Corinthians, São Paulo e Grêmio. 

Total do Vitória no borderô: 307.656, média de 16.192 pagantes por partida, a primeira da série B e sétimo juntando as séries A e B.

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