Bahia renasce com melhor ataque e defesa

Por Nelson Barros Neto/Folha de São Paulo

Com praticamente os mesmos jogadores, o Bahia terminou a última rodada liderando o segundo turno do Campeonato Brasileiro, com direito a melhor ataque (nove gols) e melhor defesa (dois sofridos) após ser dado como rebaixado por parte de sua torcida há menos de um mês.

Por ora, só se passaram cinco partidas da metade final do torneio. Porém, o número de vitórias já é igual ao registrado nas 19 anteriores ao longo de todo o primeiro turno da disputa: três.

Entre eles, resultados que chamaram a atenção do país: 3 a 1 no Santos (com Neymar) e 4 a 0 no Vasco, quarto colocado –ambos fora de casa. O outro triunfo foi contra o São Paulo, em Pituaçu.

Ainda houve empates com o então líder Atlético-MG e o Sport, em Pernambuco. Os 11 pontos de 15 disputados dão um aproveitamento de 73%, o mesmo do Fluminense, o líder.

Mas o começo ainda pesa bastante, de acordo com o técnico Jorginho, apontado como o principal responsável pela reviravolta. A fase atual se confunde com sua estreia, em agosto.

“Continuamos com a corda no pescoço”, repete o treinador a cada entrevista.
Sondado para assumir o Palmeiras, Jorginho conversou com a diretoria alviverde, mas o Bahia não o liberou.

O treinador também gosta de se esquivar sobre o mérito do time no momento: “A ‘culpa’ é dos jogadores”, disse. Os atletas, por sua vez, enaltecem o trabalho do técnico, dizendo que finalmente um comandante está falando “o idioma do boleiro”.

“Antes, havia problema de comunicação”, afirmou durante a semana o volante Fabinho, um dos líderes do elenco, referindo-se indiretamente a Falcão e Caio Júnior, que também estiveram à frente do Bahia no Nacional.

Dentro de campo também foram feitas algumas mudanças. Além de a equipe promover uma marcação mais agressiva no gramado adversário, pôs fim a improvisações nas laterais. O Bahia não conseguiu ter dois jogadores de ofício da posição no primeiro turno inteiro devido a lesões do ex-corintiano Coelho e do prata da casa Ávine.

O clube, então, partiu para a contratação de um lateral direito, Neto, e resolveu apostar no garoto Jussandro, 20, na esquerda. Deu certo.

Na frente, o centroavante Souza, outro com passagem conturbada pelo Corinthians, tem sido o artilheiro que faltava para a equipe baiana. Neste domingo, contudo, não poderá enfrentar o Figueirense, às 16h, em Salvador.

“Vai ser como uma final para a gente”, afirmou Fahel, termômetro no meio-campo. Seis pontos atrás na classificação, os catarinenses são adversários diretos na briga contra o rebaixamento para a Série B.

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