Avanços e recuos na profissionalização do Bahia

Hoje uma entrevista de Falcão foi muito comentada em todas as rodas de torcedores do Bahia. Afinal, será que o Bahia é um exemplo de profissionalismo? Eu diria que sim e também que não. Contraditória resposta, não? Mas é tão simples. O Bahia desde que começou com Paulo Angione, como seu diretor de futebol, tem o Bahia adquirido respeito para fora da Bahia. A estrutura que possibilita autonomia aos profissionais que trabalham no clube é coisa digna mesmo de menção honrosa.

Mesmo em agremiações mais financeiramente bem estruturadas, como o Inter, não se acertou ainda um meio de assegurar aos seus profissionais autonomia para desempenharem seus trabalhos. A descrição de Falcão foi sucinta e conclusiva, não é possível mesmo se organizar um clube onde todo mundo bota a colher. Hoje, as condições de trabalho dos atletas e seus departamento, sua organização e desempenho soltam aos olhos no Bahia e estão a anos luz de muitos times do cenário nacional.

Porém, Falcão não poderia dizer o que realmente ainda não conhece quando aos problemas financeiros do clube e a parte institucional. A questão financeira do clube não está a anos luz do Inter. E por quê? O Bahia não encontrou viabilidade política para implantar uma democracia que preserve de um lado a autonomia de seus profissionais e ao mesmo tempo que o clube avance para conquistar fontes de receitas desvinculadas da televisão, como planos de associados aptos para votar para Presidente.

Uma questão ultimamente tem perturbado alguns clubes pioneiros em democratizar seus clubes, algo muito necessário em vistas da grande necessidade de captação de receitas, são as brigas de conselheiros que fazem maioria, a despeito de seu Presidente pertencer ao grupo rival. É justamente o que está acontecendo com o Náutico Capibaribe, onde todos mandam e ninguém manda, reinando um clima de tensão entre diversos conselheiro prontos a intimidar o presidente e o diretor de futebol. No Inter, pelo relato de Falcão, faltou também autonomia para que o profissional desempenhasse suas funções em tantas interferências, geralmente abelhudos sem conhecimento de causa.

Para fazer um Estatuto em que não seja possível uma maioria de conselheiros rivais contrários ao Presidente, como no Náutico, não há alternativa melhor que criar um parlamentarismo moderno no Bahia, onde os conselheiros eleitos pelo voto, elejam o Presidente do Bahia através de uma lista de três nomes pelo menos de cidadãos escolhidos pelos sócios entre os conselheiros mais bem votados. Com poderes para o Presidente dissolver os conselheiros e convocarem novas eleições, inclusive para Presidente

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