Gestor tricolor promete mudanças rápidas

FOTO Paulo Angioni, ECBAHIA, Esporte Clube Bahia O Bahia está de cara nova. O clube tem novo gestor, que assume o comando ainda nesta terça-feira. Será o confronto entre o tido como novo, contra a velha guarda antiga e “démodê” que comandou o Bahia até há pouco tempo atrás, mas como carrapatos, ainda hoje parasitam no clube.

Paulo Sérgio Scudieri Angione carrega experiência de mais de 30 anos de futebol. Chegou ao Vasco em 1979 e ficou por lá até 1993. Nesse período, foi também supervisor da Seleção Brasileira em 1989 e 1990, inclusive na Copa da Itália. Passou pelo Flamengo e, no final da década de 1990, assumiu a gerência da Parmalat no Palmeiras. Em 2005, foi homem forte da MSI dentro do Corinthians. Esteve ainda no Fluminense e, recentemente, iniciou projeto no Olaria, no Rio. Confira matéria e entrevista do Correio com o novo gestor de futebol do Bahia.

Paulo Angioni assume a diretoria de futebol do Bahia nesta terça-feira (13). Ele vai ocupar um cargo que estava vago desde setembro do ano passado, quando Paulo Carneiro acertou sua saída da direção.

Com passagens por grandes clubes do futebol nacional e Seleção Brasileira, o novo gestor diz ainda não saber como funcionam as coisas no Fazendão, mas promete agilidade.

“Serei um executivo, e profissionalizar todo o futebol de um clube é coisa que leva tempo. Preciso de, no mínimo, seis meses para pensar o todo. Minha ideia é chegar à base no final do ano, por exemplo. Num primeiro momento, vou atacar o futebol profissional. O Bahia não tem seis meses. Tem que se profissionalizar da noite pro dia”, disse Angioni, em entrevista ao jornal Correio.

Quando perguntado sobre uma possível mudança estrutural, o novo diretor prefere não se antecipar. “Tirando gente, eu só provocaria mais problemas financeiros para o clube. Vou gerenciar isso. Ver como as pessoas podem ser melhor aproveitadas. sou adepto de regra, entendimento e carinho”. Elizeu Godoy, superintendente de futebol, e Roberto Passos, supervisor de futebol, estariam com a corda no pescoço.

Confira entrevista

Quais os planos imediatos para o futebol do Bahia?

Chego (hoje) à tarde e ainda vou analisar a situação. Tenho uma visão diferente do futebol,. Costumo respeitar as tradições do clube. Não tenho uma metodologia pronta. Trabalhei em grandes marcas e sei que são diferentes. Tenho que analisar a essência e a cultura do futebol do Bahia.

O que você conhece do clube, então?

Conheço o potencial, o fervor excepcional, único de um clube que tem a torcida como diferencial. Vejo o Bahia como um clube de ponta, de representatividade nacional. Mas o torcedor precisa entender que temos que ultrapassar obstáculos. Sou um profissional que gosta de reconstruir. Acredito que a ideia no Bahia é essa.

Reconstruir o Bahia passa por um trabalho do qual você participou, á alguns anos, em outras equipes: o de profissionalizar. Como profissionalizar o futebol de um clube que tem uma essência amadora?

Serei um executivo e profissionalizar todo o futebol de um clube é coisa que leva tempo. Preciso de, no mínimo, seis meses para pensar o todo. Minha ideia é chegar à base no final do ano, por exemplo. Num primeiro momento, vou atacar o futebol profissional. O Bahia não tem seis meses. Tem que profissionalizar da noite pró dia. Então, o primeiro objetivo é profissionalizar o futebol o mais rápido possível.

Isso envolve mudanças na estrutura atual do futebol?

Tirando gente, eu só provocaria mais problemas financeiros para o clube. Vou gerenciar isso. Ver como as pessoas podem ser melhor aproveitadas. Sou adepto de regra, entendimento e carinho.

Mas você traz pessoas novas para trabalhar no futebol?
Estão viajando comigo duas pessoas. Uma trabalha com a gente há dois anos, é uma pessoa liga ao vôlei, que vai nos ajudar nessa primeira parte, de mapeamento. O outro vai trabalhar diretamente comigo, no futebol.

Do vôlei? Brunoro, Bebeto de Freitas…

Prefiro conversar sobre nomes quando chegar aí.

Você chega ao clube num momento em que Renato Gaúcho tem criticado muito a diretoria do Bahia…
Sou uma pessoa pouco crítica. Quero chegar aí e me inteirar. Eu não conversei com o Renato ainda… Falei com ele rapidamente, em outra ocasião. Mas é uma pessoa que conheço. Foi meu jogador na Seleção e trabalhamos juntos no Vasco. É uma grata surpresa como técnico Quero conversar com outras pessoas também.

Quem?

Preciso conhecer os caminhos. Tenho algumas pessoas importantes para ouvir: Bobô, Charles, Zé Carlos… Convivi com eles na Seleção Brasileira. Eles podem falar sobre a cultura, a história do clube… São pessoas que passaram muito tempo por lá. Nem sei nem como é a relação deles com o Bahia hoje.

Alguns deles não vão te falar muito bem do clube, e com alguma razão…
Eu adoto a coerência no meu trabalho. Vou ouvir outras pessoas também.

Hoje o Bahia vive o problema de não ter a figura estabelecida de uma pessoa que manda. Como vai ser na sua gestão?

A direção é única, uma pessoa decide. Eu sou o executivo de futebol.

Pra finalizar, a pergunta batida de sempre: por que vir pró Bahia?

Muito mais pelo desafio. A possibilidade de dar, quem sabe, um acesso ao Bahia no Campeonato Brasileiro. Uma reformulação como essa é melhor que Seleção Brasileira. O que eu levo é minha experiência e entusiasmo. Outra que viver no Nordeste era um desejo meu. Gosto sempre de descobrir novas possibilidades.

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