A notícia do super-Flamengo poderia ser bem a de um jornal baiano sobre a última pesquisa do Datafolha sobre as maiores torcidas do Brasil em algumas regiões do país. O fato mais questionável contudo de se intepretar uma pesquisa é achar que ela é absoluta. A torcida do Flamengo fora do Rio de Janeiro, cerca de 80% da torcida do clube carioca, é uma relação mais com o momento do clube em exposição na mídia, quando o time carioca foi campeão ano passado, que uma relação espontânea do torcedor de futebol em optar por um clube de futebol. O Flamento no nordeste na verdade é o mito do ponto “G” do Estado da Bahia, que informa o Flamengo como campeão na preferência dos baianos fora da capital soteropolitana.
Mas, esta pesquisa é muito últil, pois demonstra a ação intensa de um trabalho dos cariocas: uma emissora carioca trabalhando 24 horas para enaltecer os clubes do Rio, grandes “marketeiros” e intenso processo de simplificação e massificação da informação. O outro trunfo do cariocas é o processo de centralização das decisões políticas do futebol no sudeste do país que afetam todo o futebol brasileiro e provocam essas disparidades de orçamentos com que trabalham os clubes brasileiros.
Um planejamento para o futebol nacional é o que todos desejamos com a igualitária distribuição de cotas de televisão dos clubes. Na Europa, exemplos da Inglaterra, Alemanha e Espanha já estudam divisão gual de cotas de televisão, outros países já implementaram mecanismos que freiam os clubes “tubarões” de receitas do futebol. Vejam que um clube do nordeste brasileiro para sobreviver na série “A”, o Vitória, tem a metade do orçamento de um clube como o Botafogo do Rio de Janeiro, conforma divulgado neste blog.
O Bahia, outro exemplo fora da região sudeste, que sofre com um processo de desgaste político interno, por estar tanto tempo fora da elite do futebol nacional e ter sua marca associada a pessoas noticiadas pela imprensa por fatos negativos está demonstrada pela pesquisa do Datafolha num ponto incontroverso: o crescimento dos rubro-negros baianos entre os mais jovens.
É inegável a opção pelo rubro-negro entre os mais jovens em dados objetivos e não só em manifestações espontâneas em pequisas. A venda de produtos esportivos, também notícia veiculada neste blog, demonstra o crescimento e o apelo do rubro-negro pela sua fase de grandes conquistas internas e administração competente. Por isso, o torcedor do Bahia continua curtingo as loas de títulos do passado, na verdade subjetivando a falta de comemorações atuais de seu clube.