Arena para o tricolor

A torcida do Bahia vive sobressaltada com o seu mando de campo, sabe que a qualquer momento um novo revés pode dificultar as coisas, não digo a ponto de lhes ser negado jogar em Pituaçú, até porque, acho que ninguém tem peito suficiente para tanto, principalmente Bobô, tradicionalmente muito frouxo. Lembro de que quando à frente do comando técnico do Bahia, num jogo em Feira de Santana, contra o Fluminense, ao substituir Nonato, esse de volta ao banco de reservas, publicamente negou-lhe os cumprimentos e ainda peitando-o, quase o derrubando ali mesmo na área técnica, no jogo seguinte lá estava Nonato de volta com a 9 no costado…

Hoje li por aí… Que a Sudesb revogou 4 partidas do Bahia em Pituaçú, o fato se deu por conta do Bahia não ter assinado contrato onde implica aceitar a Outplan como a controladora do acesso, quando o Bahia tem outra preferida, para tanto, através Liminar o tricolor impôs, temporariamente, suas condições se baseando no Estatuto do Torcedor.

A revogação do contrato de cessão do Estádio de Pituaçú, ato, aparentemente normal, apenas para troca dos nomes da operadora do sistema de catraca, provocou um estresse em boa parte da torcida tricolor, mais ligada nos bastidores. Aliás, nem só no âmbito da torcida não, teve até reuniões de advogado para analisar com profundidade o novo contrato. O excesso de zelo é por conta do nível de desconfiança com que as partes, Bahia e Sudesb, se relacionam.

Depois de certo tempo sem escrever no megafone do Jornal A Tarde, ontem (7) voltei a redigir um texto naquela coluna, nela fiz alusão à necessidade do Bahia partir definitivamente para um projeto mais arrojado, sua Arena, desvencilhando-se de vez dessa pendência, estádio alugado ao gosto do humor do fornecedor, no caso o estado e suas políticas.

O texto: “É imperativo que o Esporte Clube Bahia, dê o pontapé inicial em direção de construir definitivamente a sua Arena, fatos como os que agora norteiam o ambiente tricolor, vieram para reafirmar essa assertiva, agora, mais do que nunca necessária. Não pode um Clube da envergadura do tricolor, com uma torcida das maiores e mais vibrantes do país, ficar a gosto do humor do estado, quando seus projetos de crescimento ficam ameaçados, às vezes, inviável até, pois que sequer pode garantir o controle da sua torcida aos seus jogos, imagine outras iniciativas, como a capacitação de novos sócios, se não há garantias, sequer se há estádio pra jogar suas competições. Assim como o Bahia hoje vende ingressos e instala catracas para o jogo de amanhã, a Liminar, documento precário, pode ser derrubada novamente e como fica, pode o tricolor continuar assim. Amanha haverá queda de público e receita, até quando pode o azul, vermelho e branco, agüentar esta situação.”

Sabe o torcedor do Bahia, que mesmo como disse antes, ninguém tem peito para barrar o mando de campo do glorioso em Pituaçú, mas acidentes acontecem, como aconteceu na Fonte Nova, mesmo que não seja do mesmo nível de acontecimento, mas podem acontecer inúmeras outras coisas e para o caso, com certeza, mais uma vez o Bahia vai ficar no mato sem cachorro, perdido.

Coincidentemente hoje (8) lemos matéria sobre Santos e São Paulo, dois ferrenhos adversários nos gramados, mas antes de tudo, Clubes sensatos ou povo mais sensato, sei lá, estarem negociando a cessão do Morumbi, estádio do São Paulo, para que o Santo possa mandar jogos na capital paulista. A matéria diz: “Peixe negocia ida para Morumbi – O São Paulo foi procurado por dirigentes do Santos e vai estudar a possibilidade de ceder o Morumbi para que o time da Vila Belmiro mande no estádio alguns dos seus jogos pelo campeonato brasileiro (…)”.

O que quero deixar demonstrado aqui, é que o Bahia, para o caso, está entre a cruz e a espada, no caso de Pituaçu falhar, por qualquer razão ou natureza, essa civilidade possível entre Santos e São Paulo, por aqui não se viabilizaria ainda e nem sabemos se um dia, relações assim, por aqui sejam possíveis. Nestes termos é que, alertamos os que tem poder no Bahia, deve nortear o futuro do Clube com olho crítico de tais possibilidades. Não nos adianta também seguir única e exclusivamente essa saga: Voltar à primeira divisão se uma infra estrutura que nos garanta lá permanecer, seja também pensada e já, pois que, outros lá também já estiveram e voltaram, como outros estão, mas vivem sobressaltados, como é o caso agora do Náutico e do Sport, que já começam a dar sinais de cansaço.

Rui Carvalho

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