Torcida Rubro-Negra: É difícil ser fiel !

Parece fácil julgar quando as estatísticas tornam supostas verdades tão evidentes. O perigo é tirar conclusões dos números sem levar em conta o contexto. A média de publico no barradão em 2009, sem o BA x VI é de 5.531 pagantes. Logo, vem a ladainha de sempre, acompanhada da acusação: rubro-negros são infiéis.

Por trás da baixa freqüência da galera do Leão este ano, talvez se escondam alguns pontos ignorados quando o pesquisador fixa o olhar na soma de todos os públicos divididos pelo número de jogos.

Exemplos como o sempre acesso ruim, o perfil da torcida, o custo e as cobranças da diretoria, que implorava pelo comparecimento mesmo em jogos poucos atrativos, são itens que podem influenciar no resultado numérico.

A noite de hoje contra o Madre de Deus, em Pituaçu, é uma boa oportunidade de mostrar e, quem sabe, mudar a opinião de quem avalia apenas na base do quantitativo a paixão da turma vermelha e preta.

Garganta – A discussão da fidelidade rubro-negra chega à garganta de algumas figuras que acompanham ou acompanhavam muito bem a realidade dentro do Barradão.

O vice-presidente executivo Jorge Sampaio força a cachola, retorna três anos e lembra da série C em 2006, para falar da sua torcida “Quando estávamos na sarjeta do futebol brasileiro, o torcedor do Vitória foi fundamental. Ela está abaixo da expectativa para esse momento” diz.

Fidelidade máxima talvez tenha acontecido quando o Vitória passou 44 anos sem soltar o grito de campeão, entre os anos 1909 e 1953, uma marca raríssima no mundo de um grande clube. Ou na terceira partida do Brasileiro de 1972, quando 68.937 pessoas pagaram para ver o triunfo por 1 x 0 sobre o Santos, após inicio com empate com o Remo e goleada de 3 x 0 para o Palmeira jogando em Salvador.

EXPLODA – O ex-presidente Paulo Carneiro, hoje no Bahia viveu 17 anos como cartola do Vitória e sabe que os rubro-negros gostam mais de competições importantes. Mas quem disse que ele quis detalhar o assunto? “Eu quero que o Vitória se exploda. Só trato do Bahia, que me contratou e paga meu salário” disse.

Por fim, a torcida Os imbatíveis, através do presidente Gabriel Oliveira, resume: “Somos fies, só falta um titulo nacional”

Estatísticas podem enganar

Acesso crônico

Desde a plena utilização do Barradão como mando de campo, em 1995, o Vitória não conseguiu solucionar o problema de acesso dos torcedores ao estádio. Todas as avenidas que se ligam ao estádio são de mão única, o que causa constantes congestionamentos.

Origem elitista

Observando o rastro histórico do Vitória, é fácil perceber que os torcedores levam em alta conta a idéia de elite, até porque o clube tornou-se o único baiano na Série A. A torcida é seletiva em relação aos adversários.

O bolso sente

Para o rubro-negro da maioria dos bairros de Salvador ir de buzu ao Barradão é a maior dor-de-cabeça. Como é preciso pagar até três ônibus, o custo do transporte pula no mínimo para R$ 6.00. Pior mesmo é esperar aos raros ônibus passarem no ponto.

Hostilidade

Ex-presidente Paulo Carneiro costumava puxar a orelha do torcedor pela imprensa. E não dava muita vez a ouvir o que a galera perdia. Tomava as decisões e pronto. Atual gestão também já começou a cobrar forte a presença de público.

Estrelas

Por outro lado, o Vitória também teria acostumado “mal” o torcedor com atrações internacionais como, Bebeto, Petkovic e Aristizabal. Hoje o Vitória tem Viafra, mas o impacto é menor em relação aos ídolos anterioresVitória afasta lateral

A Comissão Técnica decidiu afastar do grupo o lateral-esquerdo Luciano Almeida, um dos últimos contratados para a temporada de 2009, para submeter-se a um trabalho específico de condicionamento físico. O jogador ainda não está bem fisicamente, e será submetido a uma série de trabalhos visando a fase decisiva do Campeonato Baiano, quando o clube luta pela conquista do 25º título Estadual da sua história. Com informações do Correio desta quarta-feira

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