Assembleia gaúcha homenageia o atual técnico do Esporte Clube Bahia

Mérito Farroupilha é a mais alta honraria concedida pelo Parlamento gaúcho

O atual técnico do Esporte Clube Bahia, o gaúcho Roger Machado está na crista da onda indicando que o aceitamento para comandar o tricolor de aço foi uma decisão acertada, não tão somente para ele, como também para o clube. Ontem à tarde, por exemplo, pela sua posição contra o racismo por unanimidade, os parlamentares que integram a Mesa Diretora da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul, aprovaram a proposição do deputado estadual Valdeci Oliveira em conceder a Medalha do Mérito Farroupilha ao técnico tricolor.

 

O Mérito Farroupilha é a mais alta honraria concedida pelo Parlamento gaúcho, e cada parlamentar pode concedê-la apenas uma vez a cada legislatura. No caso de Roger, a homenagem, conforme Valdeci, visa valorizar e reconhecer o profissional, gaúcho de Porto Alegre, que tem trazido a público, em nível nacional, o tema do racismo e da discriminação.

“Com essa homenagem, a Casa Legislativa tem a oportunidade de reafirmar sua posição inequívoca de combate a todas as formas de preconceito, intolerância e em defesa de uma cultura de paz”, avalia Valdeci, que também atua como coordenador da Frente Parlamentar contra o Racismo.

A data da entrega da medalha será definida em conjunto com a assessoria do técnico homenageado. Pela redes sociais, o deputado agradeceu a aprovação unânime da mesa para conceder a homenagem.

Ídolo do Grêmio como jogador, o atual técnico no Bahia é um dos dois únicos negros no comando de uma equipe na série A Campeonato Brasileiro – o outro é Marcão, que está começando a carreira à frente do Fluminense. Foi justamente em entrevista após o confronto dos dois times que o nome do treinador gaúcho voltou aos holofotes. Com fala calma, fez uma espécie de manifesto contra a discriminação racial no futebol e também na sociedade.

“Negar e ficar em silêncio é confirmar o racismo. O grande preconceito que eu sinto não são os insultos racistas. Eu sinto o preconceito quanto vou a um restaurante e eu sou o único negro que está lá. Na universidade em que estudei, eu era o único negro. As pessoas dizem que eu estar aqui é a prova de que o racismo não existe. Não, a prova de que o racismo existe é o fato de somente eu estar aqui”, disse.

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