Passadas duas rodadas do Brasileirão, e com a pontuação zerada, venho, após um hiato de postagens e publicações, passar minhas humildes impressões sobre o Bahia, um relato puro e pessoal sobre alguns pontos, que ao meu ver, tem interferido de modo decisivo nessa performance inicial pífia do Bahia no Brasileirão. Não sendo engenheiro de obra pronta e, procurando não me valer de contextos pautados na emoção e paixão apenas, tentarei demonstrar alguns pontos que me incomodam, e, provavelmente a muitos torcedores do esquadrão, que assim como eu, estão com a pulga atrás da orelha.
O primeiro ponto é a SAF e as suas convicções, entendo, que há um novo pensar, inegavelmente é outro momento, ok, mas, implantar uma nova filosofia, partindo do zero em meio a um futebol extremamente disputado e exigente aliado a um calendário completamente diferente do Europeu, é como trocar um pneu com um carro andando.
Ainda que haja um “Know How” do Grupo City, com a proposta de trabalhar com jovens, não se mostra viável, colocar esse esses jovens no fogo sem uma espinha dorsal com solidez que permita a eles desenvolver o seu melhor jogo, com a segurança, para que não sejam os “salvadores da pátria”, mas que a eles seja oferecido uma equipe competitiva, defensivamente estável e com a devida intensidade para enfrentar equipes que já estão com bases estabelecidas em condições de paridade e com possibilidades reais de ganhar pontos para conseguir estabilidade dentro das competições.
Já dizia o mestre Evaristo: “calça de homem não veste menino”. Nosso treinador, escolhido, ao meu ver para um projeto de longo prazo, foi colocado, num mercado onde não possuía o conhecimento na prática, pode ter a teoria, mas a prática está sendo “na tora”, a duras penas, e assim, o vejo como o Luís Castro do Botafogo guardada as devidas proporções, que chegou, sem conhecer na prática e saber como se comportar em campeonatos dentro do Brasil, além de não conhecer os adversários. Assim, se Paiva continuar, infelizmente só vai conseguir algo mais adiante, apanhando um bocado, contudo, os campeonatos aqui são implacáveis e de difícil recuperação, não há espaço para experimentos, sim de continuidade, esse é o perigo que o Castro correu, apanhou e só resolveu com o tempo e que está claramente acontecendo com Paiva.
Não vejo o time do Bahia como sendo uma total terra arrasada (ressaltando que a opinião é pessoal), contudo, é espaçado, tem pouca intensidade e alguns jogadores tem que correr pelos outros que, aparentemente não se comprometem. A questão anímica é fundamental, o time inteiro tem que estar concentrado durante os 90 minutos e acréscimos, isso decide jogos. Não vejo compactação no meio campo, onde, via de regra, se ganha os jogos. Há uma completa carência de efetividade de jogadas aéreas e defensivas, sofremos demais com bolas alçadas e as bolas cruzadas ofensivas se mostram praticamente nulas nas partidas.
Outro ponto, que reparei na postura dos jogos fora de casa, há muita permissividade e se aceita muito o jogo dos adversário. Pontos fora de casa são fundamentais para a manutenção do clube fora da zona maldita, e, fazem a diferença no final do campeonato.
Fato é que restam 36 rodadas, que devem ser tratadas como sendo 36 finais, e, mesmo com todo aporte financeiro, e com toda estrutura oferecida, na competitividade no mercado só haverá resposta efetiva quando o campo for o principal assunto dos comentários dos torcedores. O campo, os gols e os triunfos são mais importantes que o dinheiro e o Marketing, pois não adianta jogar dinheiro pelo ralo se não houver retorno técnico e resultados.
Teremos uma longa jornada em 2023, mas, é preciso que se saia do laboratório e se parta para os resultados de fato. Que comece amanhã, ante o Vasco, é a oportunidade de nos mostrarmos maiores do que os adversários nos olham, e conseguir respeito mesmo, pois só podemos subir de patamar se pontuarmos e conseguir estabilidade enquanto equipe, dentro e fora de casa. SEMPRE ACREDITANDO. BBMP!