Bellintani reforça que projeto da SAF do Bahia é de longo prazo

Presidente do Bahia cedeu entrevista ao jornalista Rodrigo Capelo, da TV Globo

Foto: Reprodução/TV Bahia

O Esporte Clube Bahia pode selar o acordo com o Grupo City nas próximas semanas. Em entrevista ao jornalista Rodrigo Capelo, do ge.globo, nesta terça-feira, o presidente do clube, Guilherme Bellintani, comentou sobre os detalhes da proposta do conglomerado árabe à agremiação. Em um dos questionamentos, ele respondeu acerca da busca do Esquadrão sobre o modelo da Sociedade Anônima do Futebol (SAF).

 

“Não espere que no primeiro, segundo, terceiro ano, o Bahia consiga já se posicionar no topo da tabela, disputando de igual para igual com clubes mais poderosos do futebol brasileiro, porque nosso projeto é de médio e longo prazo. É importante dizer isso, porque queremos um projeto de longo prazo. Prefiro um projeto que no primeiro ano a torcida fale assim: mas não ia ficar na Libertadores? Não ia ficar entre os seis, entre os oito? Começa a gerar um nível de frustração”, disse.

Bellintani destacou que o clube merece resultados esportivos melhores do que dos últimos 20 anos. O mandatário frisou que desde o título brasileiro de 1988, o Tricolor amargou sofrimentos, com rebaixamento para Série C, mas conseguiu dar a volta por cima.

“O Bahia hoje é um clube que, na nossa compreensão, merece resultados esportivos melhores do que temos tido nos últimos 20, 30 anos. Desde o Campeonato Brasileiro de 88, que foi o ápice do Bahia no cenário nacional, de lá para cá a gente sofreu na década de 90 uma desconstrução do clube, tanto econômica quanto política e da participação da torcida, que na prática nunca houve de forma intensa. Na década de 90, aconteceram as duas coisas. Teve um decréscimo de participação no cenário nacional muito intenso, mau gerenciamento repetido, e o torcedor fora desse processo. Nos anos 2000, isso permaneceu. O clube chegou à Série C, momento em que duvidamos da existência no futuro, com uma situação calamitosa, absolutamente à parte da elite do futebol brasileiro. Algo muito desconexo com o tamanho da nossa torcida e com a importância histórica que o Bahia tem no Brasil. A gente entende que o torcedor do Bahia merece mais do que o que a gente conseguiu alcançar”, explicou o dirigente tricolor em entrevista ao podcast Dinheiro em Jogo.

“Dito isso, em 2013, o Bahia passou por um processo de democratização, do rompimento de uma lógica que vinha até ali. O que houve foi de fato uma revolução no clube, quando torcedores organizados conseguiram uma intervenção judicial, e desde então o Bahia é um clube aberto, democrático, que elege seus presidentes e seus conselheiros a partir do voto direto, sem filtros, sem conselheiros beneméritos, com limite de uma recondução, dois mandatos no Conselho Deliberativo e para presidente. Eu sou o terceiro presidente dessa era democrática do clube. Houve um fato mais recente da nossa história, a queda para a Série B e o impacto que nós sofremos na pandemia… Nosso crescimento financeiro se deu muito pela participação do sócio, chegamos a 45 mil, e essa foi a armadilha. Nós fomos o clube que mais perdeu receita proporcionalmente durante a pandemia”, acrescentou.

Autor(a)

Pedro Moraes

Jornalista, formado pela Universidade Salvador (Unifacs). Possui passagens em vários ramos da comunicação, com destaques para impresso, sites e agências de Salvador e São Paulo. Contato: pedrohmoraessjorn@gmail.com

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