Wallace diz ter sido ‘cuspido’ do Vitória e revela dívida do clube

Wallace fez um desabafo sobre sua saída do Vitória, e revelou que a diretoria não chegou a fazer uma proposta de redução salarial

Em janeiro deste ano, o zagueiro Wallace deixou o Esporte Clube Vitória e foi emprestado ao Brusque, onde sagrou-se campeão catarinense. Apesar de ter vínculo com o Leão até meados de 2023, o defensor de 34 anos não estava nos planos para a temporada 2022 por conta do alto salário e entrou na lista de ‘dispensáveis’ depois do rebaixamento do clube à Série C do Brasileiro. Na época, o presidente em exercício, Fábio Mota, revelou que o salário do atleta não era compatível com a realidade financeira do clube para esta temporada e que chegou a procurar um patrocinador para bancar os vencimentos.

 

Em entrevista ao ge.globo, Wallace fez um desabafo sobre sua saída do Vitória, e revelou que a diretoria não chegou a fazer uma proposta de redução salarial. Cria da Toca do Leão, o zagueiro acumula três passagens pela Toca do Leão, onde conquistou quatro títulos baianos e um do Nordeste.

“Eu fui praticamente cuspido do clube, a verdade é essa. Infelizmente, isso acontece no futebol, eu já estou bem maturado em relação a isso. Mas eu não esperava, no clube que eu fui formado, onde eu me dediquei, sempre me entreguei com o maior profissionalismo possível, que fosse tratado dessa forma. Mas faz parte também, cada um tem suas condutas, e eu não posso julgar as pessoas pelos meus princípios. Cada um tem o seu. Então eu fui praticamente cuspido do clube, a verdade é essa. Não tive nenhum tipo de proposta do clube para questão de redução salarial, para tentar achar um meio-termo. Acho que a ideia do clube era que eu não ficasse mesmo. Também passa pelo meu modo de me comportar dentro do clube, porque eu fui muito incisivo no que eu penso, e isso também incomoda. E faz parte também, é questão de escolha. Eu sou muito visceral em tudo aquilo que eu me disponho a fazer. […] Fico triste, fiquei triste naquele momento. Mas são águas passadas. Torço para que o clube se reestruture o mais rápido possível. Que as pessoas que fazem futebol coloquem o Vitória onde ele merece”

“Dentro dos motivos que foram dados, cada um dá o seu motivo e acredita no que quer, foi a questão de salário, e isso nunca foi empecilho. Simplesmente o clube achou que o caminho não era mais eu estar aí. Então acabaram decidindo pela minha saída. Da forma como foi tratada [a saída], foi extremamente desrespeitosa, faltou transparência. A gente lamenta a falta de transparência, porque eu sempre fui muito transparente com o clube”

O defensor também revelou uma dívida do Vitória referente há dez meses de salários e afirmou que nunca levou a público a situação por respeito ao clube. Ele frisou que tentou de todas as formas um acordo, mas que será ‘obrigado’ a acionar a Justiça.

“Estou sem receber do Vitória há dez meses e ainda não acionei a Justiça. E isso não foi explanado, nunca expus isso para ninguém por respeito ao clube. Tentei de todas as formas um acordo com o clube. Tentei de várias formas, de forma amigável, para não prejudicar o clube. Porque tenho muito respeito e carinho, até que a gente vai ter que chegar no processo litigioso, que é como o clube parece querer conduzir as coisas.”

“Infelizmente, o clube se encontra em uma situação delicada. Mas tudo isso é efeito colateral das decisões que a gente deveria ter tomado, mais incisivas em alguns momentos, mas que não foram feitas. Mas eu acredito sempre que quem vai fazer a camisa forte ou fraca é quem a veste. E os atletas que nos últimos anos a vestiram não condiziam com a qualidade que o clube merece. Não quero ser antiético, não estou citando nomes, mas eu acho que os desempenhos de alguns atletas específicos falam por si só.”

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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