Em meio a esses tempos tão malucos, algumas coisas começam a voltar para a normalidade. E a estreia do Nosso Tricolor na mais importante competição do ano, foi marcada por várias coisas normais.
Sai de casa atrasado, buzu demorou e tive de ir de uber, nada mais normal. Cheguei no CAS pra pegar minha carteira. Uma fila do estopô, o povo brigando com a pobre da funcionária que tentava ajudar a galera, entrei, esperei, fui chamado, peguei a carteira, uma pulseira, outra fila pra subir as escadas, “Nasce o sol ao 2 de Julho” e eu ainda na catraca, subi aquela rampa duzinfernos correndo, fim do hino nacional e cheguei antes do apito do juiz. BORA BAÊÊÊÊÊA!
Achei meu pai, meu primo Anderson e tiramos a foto tradicional, com ele dizendo que seria 2×0. Para felicidade da Torcida, a Torcida começou a voltar ao estádio! Pouca coisa para o clube que tem a Terceira Maior Média de Público do Campeonato Brasileiro (atrás apenas dos 2 midiáticos da Globo). Mas 15 mil já dá pro gasto.
Em campo um time desacreditado e uma galera querendo acreditar. Do outro lado um rival forte, de camisa pesada, mas que vive a sua guaranização há alguns anos. Ah, Seu Pezzolano: MÁS GRANDE, ¡ES MI HUEVO!
Nas arquibancadas, a volta feliz do triste “Vamos subir, Esquadrão!”. Essa Torcida é de 1ª demais pra amargar porra de série b.
Apita o árbitro e começa o jogo.
Rodallega de falta assusta. Borel dá uma pixotada grotesca e entrega de bandeija pro atacante dos caras, que isolou, lá nos Orixás do Dique. E aí eu vi uma coisa importante. A Torcida apoiou o garoto e não ficou com aquela maluquice de vaiar o jogador 90 minutos. Voltamos!
Rodallega deixa Raí de cara, e o miserável chuta na zaga. Marco Antônio recebe na área, corta e chuta nas Tricolíderes. O cara do Cruzeiro recebe sozinho, na meia-lua e chuta no placar. E fim de primeiro tempo.
O time sai sobre aplausos, mas o meu receio de “já vi esse filme”, só ataque e sem gols, preocupava.
Pra piorar, Rodallega que fazia uma partida absurda, sai. Entra Davó e Jacaré. Só que os caras nem deixaram a gente sentir falta do craque.
Rezende (que partidaça) puxa a jogada, toca pra Davó e dispara em direção ao gol. O volante já tava na centroavância, deixando 3 marcadores pra trás. A bola vai na direção dele, mas quem bota essa porra nas redes é o estreante, Jacaré. Um gol, no primeiro toque na bola com a camisa do Esquadrão e saiu metendo dança! 1×0.
Olhei pra meu primo e os dois falaram ao mesmo tempo: novo Oscar Ruiz?
O Bahia muda o esquema de jogo (novidade, parabéns, Gordiola), baixa as linhas de marcação e arma a arapuca pra matar a raposa no contra-ataque rápido (outra novidade em 2022). E o bicho cai.
Luiz Henrique, que até aquele momento era o melhor em campo, recebe um passe do jogador dos caras e faz um lançamento milimétrico pra corrida do Jacaré. O cara recebe, dispara, corta pra dentro e chuta, a la Gilberto, pra fazer um golaço “pornográfico, proibido para menores de 18 anos” (PIRES, Abraão. 2017), e fechar o caixão dos mineiros. 2×0, fora o baile, o olé, o banho de cuia, a tabaca e a provocação de Jacaré.
Daniel consegue enfim uma enfiada pra Davó, que dispara e sozinho com o goleiro, chuta pra fora. Davó ainda teve outra chance, sofreu falta, expulsou o advesário, mas o bicho já tava comido.
BORA BAÊA MINHA PORRA!
Partidaça de Luiz Henrique, Rezende, Luiz Otávio e Rodallega. Grandes estreias do Davó e do Jacaré. O time jogou como a gente gosta, com vontade, garra, amassando o adversário, mas ainda toma muitas decisões erradas no quarto final do campo. O Cruzeiro que vi é um time medíocre, de muita velocidade e só. Marcação frouxa e atacantes fracos. Que bom que “é grande”, mais carne pra gente comer. Chama o IBAMA, uruguaio.
Depois do jogo, a resenha, o churrasquinho na Kombi do Reggae ao som de Bob, a subida da Ladeira dos Galés. sem o Mestre do HotDog (ponto baixo da noite), demora pra pegar buzu e tome uber de novo. Você me quebra, Bahia, mas eu te amo, sua mizéra!
P.S.: Continuo achando o trabalho de Guto muito ruim. Mas hoje eu vou liberar o gordinho. Brocou, Gordiola. Sempre assim, viu?
P.S.2: Estarei em Recife na sexta, e na próxima em Maceió! Adivinha onde será o “Sextô”?
P.S. 3: Parabéns, Michèle Correia. Deixei a festa do aniversário, mas por um bom motivo!
E AGORA UMA MÚSICA PRA O TÉCNICO DO CRUZEIRO