Danilo Fernandes revela que bomba era uma bola de sinuca cheia de pólvora

"Uma bola de sinuca em forma de bomba. Eles fizeram ela de bomba", revelou.

Foto: TV Bahia

Nas últimas semanas, o futebol brasileiro ficou marcado por vários episódios de violência em jogos e estados diferentes. Houve ataque contra a van que transportava os jogadores do Náutico, ao ônibus do Grêmio antes do Gre-Nal, briga generalizada no jogo do rebaixamento do Paraná, entre outros casos. Um deles aconteceu aqui em Salvador, antes do jogo Bahia x Sampaio Corrêa, pela Copa do Nordeste. Membros da organizada BAMOR atacaram o ônibus do Bahia na chegada à Arena Fonte Nova com artefatos explosivos. Os responsáveis foram identificados e vão responder por tentativa de homicídio.

 

A principal vítima do atentado ao ônibus do Bahia foi o goleiro Danilo Fernandes, que foi atingido por estilhaços de vidro no rosto, perto do olho, e recebeu 20 pontos entre orelha, rosto e perna em função dos múltiplos ferimentos no corpo. Desde então, o jogador não voltou a campo. Cerca de duas semanas após o ocorrido, o arqueiro revelou em entrevista à TV Bahia que o artefato explosivo usado na ação pode ter sido uma bola de sinuca recheada de pólvora. Quando prestou depoimento à polícia, lhe foi apresentado um pedaço de uma bola de sinuca, cheio de pólvora.

“Uma bola de sinuca em forma de bomba. Eles fizeram ela de bomba. Isso é para matar alguém, não é para machucar. Não é para dar um susto. Uma bola de sinuca, no formato de bomba, cheia de pólvora. Se você arremessa numa outra pessoa, no ônibus com 40 pessoas, é para quê?”, questiona.

Ele relembra o que viu no momento do ataque e conta que pensou que havia levado tiros. “Quando eu olhei para as minhas pernas, parecia que eu tinha tomado, não exagerando, mas três tiros. Porque tinham três buracos na minha perna, na minha coxa. Eu estava com muita dor na perna, muita dor no maxilar. No momento, todos ficaram assustados. u já não estava conseguindo enxergar. Só vultos eu conseguia ver por esse olho [atingido por estilhaços]. Muitos vultos, muitas manchas”

Danilo diz que já retirou os pontos que levou nas duas pernas, mas ainda há outros 10 no rosto e pescoço. Apesar do susto, ele diz que não pensou em largar o futebol. “Deixar de fazer o que mais amo por causa de bandidos? Não. Isso nem passou pela minha cabeça, parar de jogar. Eu sou muito maior do que eles. Eu sou muito maior do que isso. Tem que agradecer muito a Deus por estar vivo hoje. Essas cicatrizes são marcas que… Tomara que sumam todas, não quero ver uma marca dessa no meu corpo. Mas só mostra o quanto eu sou muito mais forte do que eles”, afirma.

“Minha filha de três anos, “tadinha”… Disse: “Eu vou fazer o café da manhã do papai, porque ele está com o olho dodói”. Eu não consegui tomar café, eu só chorava, chorava. E a minha esposa: “Calma, você está aqui, você está bem. Aproveita o momento”. Mas eu pensava que poderia não estar, né? A gente não se dá conta de que o simples café da manhã faz toda diferença com nossa família, nossos filhos. E foi o melhor café da manhã da minha vida”

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com

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