Além da esfera desportiva, o suposto caso de injúria racial do meia Ramírez contra o volante Gérson está sendo analisado na esfera criminal, visto que o jogador flamenguista prestou uma queixa-crime um dia após o jogo Flamengo 4 x 3 Bahia. Depois de ouvir os dois principais personagens, além de Natan e Bruno Henrique, e o técnico Mano Menezes, a Polícia Civil do Rio de Janeiro decidiu indiciar o meia colombiano por injúria racial, segundo informação do site Globo Esporte. O inquérito vai para o Ministério Público, que decidirá então se apresentará denúncia.
Ainda segundo o portal, a conclusão da Polícia Civil é de que a versão do atleta do Flamengo é verdadeira. Gerson acusou Ramírez de ter dito “Cala a boca, negro”. Na ocasião, Ramírez negou e afirmou ter dito “Joga rápido, irmão”. Ainda assim, o colombiano foi afastado pela diretoria do Bahia, mas foi reintegrado após perícia contratada pelo clube afirmar que não houve injúria racial em discussão com Bruno Henrique. No caso do volante Gérson, nenhuma imagem mostrou a fala racista da qual o flamenguista afirma ter ouvido.
Na nota, a polícia informou que todas as testemunhas foram ouvidas e a súmula do jogo e imagens apreendidas comprovam a indignação imediata de Gerson. Afirma ainda que “o conjunto probatório coligido em sede policial corroborou toda a dinâmica do fato e versão da vítima, desde o momento que disse ter sofrido a agressão injuriosa por preconceito até seu comportamento após o término da partida”.
No Superior Tribunal da Justiça Desportiva, Gerson e os outros jogadores do Flamengo dariam depoimento na quarta-feira, mas não compareceram. O clube carioca não autorizou a ida dos jogadores ao tribunal por causa do clássico com o Vasco, nesta quinta, e tentou adiar o depoimento pela segunda vez, mas o STJD não aceitou. O inquérito vai seguir sem a declaração dos atletas rubro-negros. A arbitragem foi ouvida, além de Ramírez e do técnico Mano Menezes, ambos de forma virtual.