O duelo Flamengo 4 x 3 Bahia ficou marcado pela denúncia de racismo do volante Gerson contra o meia Juan Ramírez, colombiano que chegou recentemente ao Brasil para defender as cores do Esquadrão. O jogador flamenguista afirma que ouviu o gringo dizer “cala a boca, negro”. Logo após a partida, o assunto ganhou inúmeros capítulos. Bahia demitiu Mano, anunciou que Ramírez negou veementemente, mas decidiu afastar o seu jogador – que vinha sendo uma das peças principais do time – até que se apure o caso. Ele, inclusive, vem sofrendo ataques nas redes sociais. Pelo lado do clube carioca, os dirigentes afirmam que o atleta vai prestar queixa-crime e que o clube vai fazer uma representação contra Ramírez e o treinador Mano Menezes.
Ainda ontem, por meio de nota, a CBF informou que pediu ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) que investigue o caso. A Procuradoria do vai analisar a súmula do jogo entre Flamengo e Bahia e o vídeo da partida para verificar como agir no caso de injúria racial denunciado por Gerson. A documentação deve chegar da CBF entre segunda e terça-feira e, a partir daí, será analisada. Como o STJD estará de recesso entre os dias 22 de dezembro e 4 de janeiro, o julgamento – se houver – será apenas no ano que vem.
Procurador-geral do STJD, Ronaldo Piacente, pregou cautela para que se analise as provas e tome a atitude correta. De acordo com ele, é necessário que o ato não fique sem punição caso seja comprovado, mas também é preciso tomar cuidado para não cometer uma injustiça contra o jogador do Bahia.
“Precisa ver se há prova se esse fato ocorreu. Precisamos tomar muito cuidado para não deixar passar impune o ato, que é muito grave, como também não podemos cometer injustiça de punir alguém que, por ventura, possa não ter cometido o ato.”
