A VELHA MALANDRAGEM VOLTOU NO FUTEBOL BRASILEIRO

A VELHA MALANDRAGEM VOLTOU NO FUTEBOL BRASILEIRO

"Bruno Henrique já pode ser enquadrado na lei e processado pelo ato explícito de XENOFOBIA"

A VELHA MALANDRAGEM VOLTOU NO FUTEBOL BRASILEIRO
Foto - Sérgio Moraes/Reuters

Ainda ressabiado sobre o triste episódio ocorrido no jogo Flamengo x Bahia, tentei compreender sobre o acontecido e as suas origens naquele momento. Tudo pareceu tão surreal quanto a velocidade em que aconteceu e a propagação, também hiper veloz do fato, nas redes sociais. O assunto RACISMO é muito atual e assim deve ser tratado por todos após as mortes verificadas nos Estados Unidos e também aqui no Brasil, em São Paulo. Afora outras situações com menos apelo que ocorrem no nosso cotidiano.

 

O racismo é crime previsto em lei, no nosso País, e como tal o assunto precisa ser pautado. Quero estabelecer aqui que não pretendo ser o “dono” da verdade e nem tampouco me arvorar em estabelecer um juízo de valor. Apenas vou tentar passar, para quem ler esse texto, uma mera elucubração para tentar entender esse dantesco episódio.   Se me permitem, pelo que segue:

Como aconteceu?

Fico imaginando que a Lei de Gerson um dia fosse tão aplicada nesse episódio.

O Flamengo estava com um a menos e foi para o vestiário, no intervalo do primeiro tempo, sabendo que seria complicado sustentar aqueles 2 x 0 até o final do jogo. Não se pode ou deve duvidar que a diretoria do Flamengo tenha feito incursões junto ao pessoal do VAR, os seus jogadores e aos árbitros de campo, visto que precisavam muito ganhar aquele jogo e valeria tudo para manter o placar confortável.

Aos jogadores, cobraram a velha malandragem (bem definida pelo Mano) de tentar desestabilizar os jogadores do Bahia para “tirar” um ou dois do jogo. Apenas isso justificaria a agressividade demonstrada pelos mesmos durante todo o segundo tempo, especialmente após levarem a virada.

Só que após o primeiro gol do Bahia, eles ficaram tão desnorteados e, já na saída da bola, tentaram o primeiro golpe, tendo o Gerson indo na direção do juiz pedindo as providências pois o Ramírez o teria dito um “cala a boca, negro”. Só que o juiz, em não tendo ouvido nada, não teve a coragem de expulsar o jogador do Bahia.

Daí tivemos toda aquela lambança onde, nem mesmo os outros jogadores do Flamengo e do Bahia não conseguiam associar e compreender essa denunciada ofensa racista. Nesse momento, o Mano definiu bem o que estava ali sendo encenado: a malandragem e catimba de épocas remotas no futebol brasileiro estava de volta.

Acredito que caso a tal injúria fosse percebida, os próprios jogadores do Bahia seriam os primeiros a demonstrar o desconforto, sem contar que o Ramires naquele momento negava veementemente o cometimento do hediondo crime, gesticulando seguidamente com as mãos no sentido de negar como que dissesse: “eu!???  Não fiz nada”!

O jogo continuou e o Bahia virou o placar… Imagina!

Não tendo o Gerson conseguido o intento, na sua presepada, restou a um outro jogador do Flamengo conseguir o que se pretendia e aí se apresentou o Bruno Henrique. Demonstrando total descontrole emocional, vez que o jogo estava, naquele momento, praticamente perdido agredindo ao mesmo Ramírez com o que conhecemos como XENOFOBIA ao chamar o colombiano de “gringo de merda”.

Tentou provocar o gringo que magistralmente não entrou na “vibe” dele e apenas o gozava perguntando: “Tá quanto? Tá quanto?” e repetiu algumas vezes, oferecendo apenas o deboche em resposta e se afastando. O juiz, muito próximo, não enxergou e nada fez, pois deveria expulsar também o nervoso agressor.

Ainda em ato contínuo, o mesmo jogador tentou agredir ao Daniel que tentou abrandar a agressão proferida pelo Bruno Henrique, ao Ramírez.  Novamente, o juiz demonstrando um certo constrangimento e talvez já escaldado, fez uma vista para lá de grossa e o jogo seguiu sem que o cara fosse sumariamente e merecidamente expulso.

Que ridículo hein?

Enfim, no campo era claro que, dentro da normalidade, o Flamengo não conseguiria reverter o placar desfavorável e, aí só ficou o último e providencial “cartucho” da bala de prata… Então agiu o VAR!!!

Assistimos perplexos ao jogador da lateral do Flamengo dando uma TAPA DE MÃO CHEIA, sem a bola, e o juiz, assessorado pelo VAR, analisou as imagens e achou tudo normal. Um ABSURDO não só pelo ato, em si mas, pela descarada ação em prejuízo ao Bahia.

Não satisfeitos, depois praticaram a maior e pior “chanchada” quando legitimaram o gol 4, nascido em um lance claro de falta na intermediária do time carioca. O atacante Rossi foi agarrado pelo tronco por Filipe Luís e jogado ao chão e novamente, ninguém viu…

Uma página pra lá de triste no nosso futebol!

Quanto ao ato da INJÚRIA RACIAL, praticado pelo Ramírez ninguém até agora provou de forma clara e objetiva o racismo. Nessa tentativa vã, o que ficou provado apenas foi um crime de xenofobia cometido pelo Bruno Henrique que, para desespero da “diretoria” do clube carioca, ficou bem clara na tal perícia apresentada por eles em tentando incriminar o Ramírez.

A mídia sulista, logo tratou de condenar o Ramírez e foi aquele “Deus nos Acuda”!!!

Passados os dias, aquela sentença proferida na infame mídia, em não conseguindo provar nada, começa a silenciar depois de todas a barrigadas faladas, escritas e televisadas. O programa comandado pelo Galvão Bueno logo tratou de sentenciar o Ramírez, agindo de forma policialesca, sem nenhum constrangimento, causando total desconforto aos telespectadores que pagam os seus salários.

E agora? Acabou?

Claro que o caso precisa punir os envolvidos, incluindo o Ramírez se, e somente SE, ficar provado que tenha cometido a tal injúria racial. Pela mesma via, o Bruno Henrique já pode ser enquadrado na lei e processado pelo ato explícito de XENOFOBIA praticado contra o próprio Ramírez.

Quanto aos fatos verificados num domingo de futebol ficou apenas mais uma evidência de que a velha MALANDRAGEM está de volta, justificada pela ânsia de um clube que, absolutamente, não precisa desses artifícios, mas que tem no seu DNA a tutela da triste LEI DO GERSON.

Vida que segue!

Paulo Fernando, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

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Redação Futebol Baiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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