A eliminação precoce do Esporte Clube Bahia na Copa do Brasil no início do ano não trouxe apenas um prejuízo financeiro milionário, mas já evidenciava às limitações da equipe e do até então treinador Roger Machado. O conformismo de Roger com um time perdido em campo, deixou o torcedor chateado. Contudo, Guilherme patrocinou a permanência de Roger por longas semanas e no final cedeu a pressão da torcida. O Campeonato Baiano, fraquíssimo tecnicamente, foi conquistado com as calças na mão. Já a Copa do Nordeste foi perdida com amplo domínio do Ceará nos dois jogos. Na Série A, luta desesperadamente contra o Z4 e na Copa Sul-Americana iniciou a segunda fase com derrota para o limitado time do Melgar.
Indiscutivelmente, o Bahia tem o maior orçamento do Nordeste, a melhor estrutura, o melhor marketing social do país, mas quando chega no campo é decepcionante. Era esperado que a saída tardia de Roger sacrificaria o primeiro turno do Campeonato Brasileiro e, até então, não estamos brigando pela Libertadores, mas para escapar da Zona do Rebaixamento.
O presidente assegurou reforços, entretanto poucos jogadores chegaram e perdemos agilidade nas contratações que pode nos custar caro mais tarde. Durante a atual queda de rendimento, vendemos e dispensamos muito mais jogadores que contratamos. Uma manobra em sentido inverso a maioria dos demais clubes da primeira divisão do futebol nacional e sabemos que o campeonato nacional é longo e precisamos de elenco para fazer reposições quando forem necessárias.
Vendemos a ideia que o Esquadrão é um clube democrático, mas o Conselho Deliberativo e a Diretoria parecem distantes do torcedor. Nesta quinta, ao expor à venda de Edgar Junio, o presidente Guilherme Bellintani não revelou o valor da transação alegando sigilo contratual. Ora, sabemos que o futebol brasileiro é vítima, quase que recorrente, de vários trambiques e laranjadas envolvendo transações de jogadores, então porque não divulgar os valores? Democracia e sigilo nunca foram sinônimos.
O “Harry Potter” tricolor perdeu a vara de condão, abusa do viés político, perde o foco no campo, demorou para substituir o treinador e agora agoniza nas contratações.
Luigi Bispo, Tecnólogo em Processos Gerencias, Pós Graduado em Gestão Esportiva, MBA em Gestão Executiva e Liderança Estratégica, Pós Graduando Controladoria, Auditoria e Compliance e Torcedor do Esporte Clube Bahia.