O falível processo de contratações do Esporte Clube Bahia

As contratações do Bahia não têm se constituído em reforços dentro de campo

Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia

Existe uma frase de autoria desconhecida ou, se não for, não sei ou não recordo o nome do seu ator, que diz: “Contratar é um ato de risco”. É fundamentado nessa frase que afirmo, sem medo de errar, que a maioria das contratações feitas pelo Esporte Clube Bahia, ou não deram certo, ou então, por questões óbvias, podem até ter atendido às expectativas do dirigente que realizou, mas têm feito o torcedor passar por muita raiva, além de jogadores caros que só vieram sangrar as finanças do clube.

 

Nem queria citar aqui, contratações que aconteceram ainda no ciclo que precedeu à democracia tricolor, principalmente, na última [indi]gestão do império dos Guimarães, quando contrataram, a peso de ouro, uma carreta de ex-jogadores velhos e imprestáveis,  em fim de carreira, tipo Kleberson, Ricardinho, Zé Roberto, Mancini, Carlos Alberto, Coelho, Souza, Zé Roberto, Reinaldo, Danny Moraes e outros menos votados que acabaram rescindindo seus contratos e, muito deles, como não receberam as devidas verbas rescisórias previstas por lei,  acionaram a justiça do trabalho e até hoje, o clube é penalizado à pagar dívidas do passivo trabalhista.

Para o bem do clube e felicidade geral da nação tricolor, após tantos desmandos, em meados de 2013 aconteceu à intervenção judicial que ensejou às eleições diretas, elegendo Fernando Shimidth (já falecido) que cumpriu um mandato tampão até o final de 2014. E quando se pensava  que o nível de contratação iria melhorar, o torcedor é contemplado com as primeiras “buchas de sena” da democracia tricolor que foram as de Branquinho, um jogador de 30 anos que teve uma boa passagem pelo Santo André no início dos anos 2000 e só isso, mas, no ano passado, abocanhou do Bahia, via justiça trabalhista, 700 e tantos mil reais e depois, o argentino Maxi Biancucchi e o irmão que serviu de contrapeso na negociação, nem precisa comentar que o torcedor lembra do pífio desempenho desses atletas.

Para à sucessão de Schimdt, que assumiu o clube na Série A e o deixou na Série B, o torcedor elegeu o jovem Jornalista Marcelo Sant’Anna, que trabalhava no Jornal Correio e assinava uma coluna semanal com ácidas críticas ao modelo de gestão do Bahia, inclusive, a respeito desse ponto nevrálgico que sempre foi o item contratação. Só que no Jornal, ele era estilingue e no Bahia passou a ser vidraça e para não fugir à regra, contratou logo de início o técnico Sérgio Soares, cujo trabalho, deixou muito a desejar. Mas, para  seguir à risca o costume das contratações ruins, o então presidente do Bahia contratou, dois enganadores pagando altíssimos salários e com contratos de longo período, mas, quando foi aferir o custo/benefício desses atletas, só custo, porque os caras não jogavam nada, vieram para o Bahia, só para curtir à Bahia. Estou me referindo a Renato Cajá e a Thiago Ribeiro, o qual, imagino que sua equivocada e precipitada contratação, foi para o clube tentar dar uma resposta ao torcedor que tinha acabado de perder Kieza para o rival.

Já em 2018, quando Bellintani tomou posse, achei um erro dele, não ter substituído Diego Cerri, por entender que ele já estava no clube desde  2016 e o departamento de futebol já necessitava de um chacoalhada, para ver se melhorava o processo de contratação. E adivinhem qual foi a primeira contratação de “impacto”  com salário alto, feita pelo Bahia? Quem respondeu Nilton, acertou na mosca. Já era um ex-jogador em atividade onde seu último brilho no futebol tinha acontecido no super time do Cruzeiro de 2014, que levantou o Bi-Campeonato Brasileiro. Já no início de 2019, a primeira “bucha de sena” do ano, com contrato de dois anos e meio de duração, e salário alto, o Bahia fez o torcedor engolir goela abaixo, Rogério, um jogador meia boca que nunca se firmou em clube nenhum por onde passou, durante toda temporada, marcou dois gols e, só. Quanto à contratação de Fernandão, isento toda diretoria, porque foi uma solicitação unânime da torcida.

No entanto, para a presente temporada, o presidente voltou a errar o alvo nas contratações. João Pedro, Wanderson, Zeca, Jadson, Rossi, Clayson, meio time que passeia em campo e não resolve. Dos que vieram esse ano, apenas, Rodriguinho, ainda pode encaixar. O resto? Só Jesus na causa, inclusive  “seo Claysson” que o Bahia adquiriu junto ao Corinthians 40% dos seus direitos econômicos pela bagatela de quatro milhões de reais, é o pior de todos. Agora, se quiser sair do atoleiro em que se encontra, tem que remontar o time, ou seja, trocar os pneus com o carro em movimento. É claro que também houve acertos, como atletas que chegaram como apostas e vingaram, exemplos de Zé Rafael (contratado na gestão de Sant’Ana e vendido ao Palmeiras), além de Gregore e Flávio, que vieram já na gestão de Bellintani, algumas raras exceções.

Tudo que citei nesse texto, foi  extraído da minha cachola, sem  recorrer a nenhuma fonte de pesquisa. Então, se houve alguma informação equivocada, desde já,  peço minhas desculpas antecipadas, afinal de contas, se o Bahia pode ser falível nas suas contratações, não posso ser infalível em minhas observações..

José Antônio Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

Autor(a)

José Antônio Reis

Torcedor Raiz do Bahêa, aposentado, que sempre procura deixar de lado o clubismo e o coração, para analisar os fatos de acordo com a razão. BBMP!

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