Muitos torcedores devem ter criado a expectativa de que o Esporte Clube Bahia já poderia ser campeão brasileiro novamente. Daí, a grande decepção ao ver o clube ainda com essa instabilidade. Esquecem de contratações de jogadores desconhecidos que viraram ídolos e renderam boa grana ao clube. Tem aqueles que citam o Athletico Paranaense como exemplo, mas esquecem (ou não sabem) que esse clube iniciou sua reestruturação em 1997 e, só agora, vem colhendo alguns frutos, conquistando nas últimas temporadas um título da Copa Sul-Americana e outro de Copa do Brasil.
Têm alguns que criticam a gestão e o marketing do Bahia, sem perceber que justamente a excelente gestão e o marketing é que têm atraído muitos profissionais (técnicos e jogadores) para um clube pobre do Nordeste, mas que hoje eles enxergam como um lugar seguro para trabalhar. Erros acontecem, companheiros, ninguém é infalível, principalmente, num ano atípico com essa pandemia que estamos vivendo. No entanto, o Bahia tem conseguido negociar e manter pagamentos em dia. Parece fácil? Dos dez clubes do sudeste, todos beneficiados pela mídia centralizadas, só dois (acho), Flamengo e Palmeiras, têm mantido pagamentos em dia.
Não sei se é porque estamos em período pré-eleição no clube e aqueles 12% que não votaram em Guilherme Bellintani já estão em campanha, mas preciso avaliar toda evolução de um clube que ainda está em fase de recuperação, que ainda paga grandes dívidas deixadas pelas gestões que faliram o clube. Não é só o resultado em campo.
Ninguém está satisfeito, mas a instabilidade ainda vai existir, e agradeço ter um gestor como Guilherme Bellintani e um profissional como Diego Cerri que continuam a garimpar nesta entressafra. As vezes, uma pedra depois de lapidada vira uma ótima joia, mas a maioria das vezes (acho), não.
Hildato Reis, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.