A MUDANÇA DE MENTALIDADE NO ESPORTE CLUBE BAHIA

A MUDANÇA DE MENTALIDADE NO ESPORTE CLUBE BAHIA

"Bahia sempre foi um time vibrante, ganhando ou perdendo"

Foto: Bruno Queiroz/EC Bahia

O Bahia mudou, ao longo dos meus mais de 40 anos, posso atestar que o Esporte Clube Bahia mudou muito sua mentalidade, pelo fato de como a diretoria enxerga o futebol atualmente, passando pelas péssimas administrações que sempre focavam nos resultados positivos em detrimento a evolução interna. Um dos sintomas podemos observar com o não aproveitamento dos resultados em campo para alavancar o clube, vide o título Brasileiro de 88/89, me diga o que o Bahia lucrou com esse título? O Bahia não aproveitou o segundo título nacional para poder se estabelecer entre os grandes clubes do Brasil, não só em resultados, mas na evolução interna, administrativa e de visibilidade, coisa que hoje o Bahia faz bem.

 

A evolução administrativa, e reconhecimento nacional, sendo referência para diversos clubes, e dirigentes no Brasil, mas não podemos perder nossa identidade, que sinto que estamos perdendo, como um time aguerrido, brigador, revelador, não só de jogadores mas, também de profissionais da aérea técnica, onde tínhamos principalmente na base como seus preparadores, profissionais locais, ex-atletas, e abnegados pelo clube que, sabiam das dificuldades e do potencial do clube, e que dentro das características do clube conseguiam identificar jogadores com o perfil do Bahia, e atraí-los para o clube, como Charles, João Marcelo, Wesley, Jean, Valdomiro, Mailson, Bobô, Gil Sergipano, Cabo Lima, entre outros.

Atualmente quando assisto um jogo do Bahia, fico com um sentimento que esses caras não sabem que esporte estão jogando, pois falta ao elenco do Bahia uma coisa que todo jogador tem que ter internamente, que é a “indignação”, não é entrar em campo com a teoria da conspiração, de que a arbitragem já entra em campo com tendência em nos prejudicar, que a imprensa nos menospreza, que nosso orçamento é menor do quê a maioria dos clubes da Série A, mas a “indignação” que cobro, é brigar por todas bolas com vontade de ganhá-la, de reclamar com o companheiro que erra um passe, que escolhe uma jogada equivocada, que não procura sem impor perante o adversário, jogadores que não reclamam com a arbitragem veementemente nas marcações, mesmo que não se tenha convicção do erro, mas o jogador tem que mostrar a arbitragem de que não vai aceitar ter seu trabalho prejudicado por uma arbitragem tendenciosa, mesmo sujeito à levar um cartão amarelo, mas o jogador tem que marcar território, isso me incomoda nos jogos do Bahia, e não acredito que isso seja o técnico que vem passando para os atletas, e sim filosofia do clube ser “Politicamente Correto”.

Essa “indignação”, que o Bahia perdeu, vendo ao longo dos últimos anos, vejo que é uma questão mais acima de filosofia da diretoria, onde tais atitudes devem estar no manual do Bahia como “atitudes politicamente incorretas”, como: Reclamar da arbitragem; Reclamar com seus companheiros por erros de passe; Reclamar com seus companheiros por falhar na conclusão de jogadas, principalmente no último passe, vejo nos jogos do Bahia jogadores que após tais erros, só fazem o único gesto, abaixar a cabeça e retornar lentamente para sua posição, sem contestar e procurar através de uma conversa mais áspera dentro de campo corrigir esses pontos – eu fazia isso sempre no baba, porque eles que são profissionais, dependem dos seus resultados para sobreviver não podem fazer? Deve ter alguma premiação por ser um time de bonzinhos, que a diretoria quer ganhar.

Queremos ver jogadores reclamando com árbitro quando achar que está errado, com companheiros quando errar alguma jogada, passe, finalização, questionar até o técnico quando entender que o que ele vem fazendo não está surtindo efeito, temos que parar de ser cordeirinhos, temos que honrar nosso hino “Ninguém nos vence em vibração”. O Bahia sempre foi um time vibrante, ganhando ou perdendo, saímos de campo com cicatrizes de nossas batalhas, mas hoje, saímos com a sensação de que não entramos em campo, que aceitamos muito fácil um resultado negativo, como se já estivesse previsto, criávamos um clima em nossos jogos para o adversário que jogar contra o Bahia em Salvador e empatar era um bom resultado, hoje em dia, qualquer um que venha jogar como o Bahia vem na esperança de ganhar o jogo, devido a passividade em que o Bahia joga nos últimos anos, temos que voltar às nossas raízes, para voltarmos à darmos um passo adiante no futebol, mas isso não invalida os avanços administrativamente, e estruturalmente, como reconhecimento nacional e em algumas situações, até internacional.

Emerson Monteiro, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.

 

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Autor(a)

Redação Futebol Baiano

Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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