Bahia e mais seis clubes contratam empresa para discutir com a Turner

Bahia e mais seis clubes contratam empresa para discutir com a Turner

A indicação foi do presidente do Furacão, Mario Celso Petraglia

A novela “Turner e clubes brasileiros” ganhou mais um capítulo. De acordo com informação do portal Tribuna do Paraná, Bahia, Athletico-PR, Coritiba, Ceará, Fortaleza, Palmeiras e Santos contrataram uma empresa especializada para discutir diretamente com o grupo americano os impasses relacionados ao contrato de TV fechada do Brasileirão. Por indicação foi do presidente do Furacão, Mario Celso Petraglia, a Livemode passou a intermediar as conversas há algumas semanas. A posição conjunta demonstra uma rara união na tentativa de resolver o imbróglio milionário, que ainda anda a passos bastante lentos.

 

Mesmo com vínculo à parte, o que gera receita R$ 12 milhões menor do que os outros parceiros da Turner, o Fortaleza decidiu por reforçar a iniciativa em grupo. Já o Internacional – cujo contrato vale apenas até dezembro de 2020 – discute o problema individualmente. Nos próximos três meses, entre maio e julho, cada clube deveria receber aproximadamente R$ 10 milhões como parte dos 50% igualitários do contrato de TV fechada, valor muito bem vindo principalmente em um momento de forte crise por conta da pandemia do coronavírus. Porém, o conglomerado de mídia já indicou que não vai pagar.

ENTENDA O CASO:

O contrato assinado com o grupo de mídia Turner para transmissão do Brasileirão (TV fechada) tem multa rescisória individual de aproximadamente R$ 300 milhões. O pagamento das parcelas da atual edição, ainda sem data de início por causa da pandemia do novo coronavírus, foi suspenso. Em nota, a dona dos canais TNT e Space, que exibiram 42 jogos da Série A em 2019, disse que acredita em uma solução conjunta e tentou uma nova conversa com os times, mas ressaltou que “não descuidará das ações necessárias à defesa de seus direitos”. O tom do comunicado reforça um grave problema de relacionamento entre a Turner e seus parceiros.

O grande problema apontado pela Turner está no número de partidas exibidas em TV aberta (ou internet) para a mesma praça onde o duelo foi realizado. Para cada descumprimento, que deveria ser notificado pela empresa, existe multa de R$ 1 milhão. No entanto, há também um limite de seis jogos por clube — e a violação autorizaria a rescisão de todo o contrato.

Cinco das sete equipes parceiras tiveram mais de seis partidas transmitidas, nessas condições, pela Rede Globo. Segundo levantamento da reportagem, o Palmeiras teve 12 jogos, seguido pelo Athletico, com 11. Depois aparecem Santos (10) e Internacional e Fortaleza (7 cada). Ceará e Bahia ficaram exatamente no limite. É importante lembrar, contudo, que os times não têm qualquer poder de decisão sobre quais partidas são transmitidas. A escolha é da emissora, no caso a Globo.

A alegação da Turner para a inclusão da cláusula citada acima é de que a exibição de seus parceiros em TV aberta, de graça, prejudica seu produto, que depende de assinantes. O contrato, vale lembrar, foi formatado e assinado ainda em 2016. Mas existem outros dois artigos considerados essenciais no acordo que também teriam sido ignorados. Um deles estipula que o valor mensal do Premiere — pay-per-view (PPV) de futebol da Globo — não poderia ser menor do que R$ 60.

O outro impede a utilização da plataforma Premiere Play, que permite ao usuário assistir aos jogos ao vivo pela internet, sem cobrança extra ao assinante tradicional do Premiere. Novamente, duas situações que os clubes não controlam, mas que consentiram ao assinar o contrato. O futuro. Como deixou claro em seu comunicado oficial, a Turner está convocado os clubes para reuniões sobre o tema. Em um cenário ideal, as partes chegarão a um acordo sobre o futuro do contrato. Neste caso, os times poderiam retomar amigavelmente seus direitos de transmissão.

O vínculo, que vale por mais cinco temporadas, distribuiu cerca R$ 140 milhões às equipes em 2019. Sem o retorno esperado de audiência e publicidade, o grupo americano considera que o produto é muito caro. Hoje, internamente, a intenção seria romper de forma definitiva. No entanto, há uma grande possibilidade de a disputa ganhar contornos jurídicos, principalmente por envolver somas milionárias. Aí, a briga na Justiça seria por indenizações e compensações de ambos os lados. Se isso acontecer junto com fim das transmissões de TNT e Space, a chance de um blecaute temporário desses times na TV fechada aumentaria consideravelmente.

“Cláusula Palmeiras”: Disputa entre clubes e Turner ganha mais um contorno

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Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: futebolbahiano2007@gmail.com



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