O fim do time de transição do Esporte Clube Bahia foi precoce e realmente não estava previsto no cronograma do Esquadrão, fato que não é exclusividade do Bahia, mas de outras equipes que também continha esses atletas, como o rival Vitória. O que ocorre é que além de perder o técnico Dado Cavalcanti e seu staff, alguns atletas foram devidamente devolvidos como o caso de Régis Tosatti, Fessin e assim ocorrerá com alguns outros jogadores certamente, afinal não haverá calendário para esse time e mantê-lo nessas condições com todas as perdas de receitas realmente não seria viável. A equipe vinha liderando o campeonato Baiano de maneira invicta e se preparava para o Brasileiro da modalidade, sendo observado de perto pelo técnico Roger Machado e sua comissão técnica.
Ocorre que nesse momento de incertezas, foram observados alguns potenciais jogadores de qualidade para compor o elenco principal, peças que se destacaram que podem sim render bons frutos compondo a equipe principal e eventualmente atuando, afinal, pelo que tudo indica, haverá um desgaste maior no cumprimento dos campeonatos, pois foi sinalizado que haverá uma distancia menor entre uma partida e outra, sendo necessária uma composição de elenco para aguentar essa maratona, afinal, o elenco principal é enxuto e há possibilidade de algumas saídas quer seja por vendas ou por fim de contrato.
Sempre procuro enxergar coisas positivas quando as coisas não vão bem, como é o caso dessa paralisação e enumerarei algumas delas que mostraram que o time de transição foi um acerto:
1- Contratação de ativos com direitos econômicos vinculados ao clube vindo com baixo custo ou custo zero;
2- Descoberta de novos valores que podem ser aproveitados no time principal, sem ter que gastar grandes quantias para isso;
3- Revelação de jogadores e distribuição desses ativos para que se valorizem em outras equipes, desonerando a folha e mantendo os direitos econômicos de venda em caso de proposta; Caso do Fernandinho, emprestado ao Joinville e destaque do campeonato Catarinense, vai disputar a Série B pelo Chapecoense, ou seja, a vitrine agora não é o Bahia, não é mais “Barriga de Aluguel”, como antes.
4- Aproveitamento para o time principal para que seja feita uma composição de elenco mantendo a austeridade financeira em meio ao caos econômico dos dias atuais;
5- Abertura de negócios com novos mercados, fazendo girar o dinheiro que entra no clube ainda que não sejam grandes valores, mas, sempre mantendo porcentagem nas vendas, como é o caso de Juninho Capixaba, que sua iminente venda pode gerar lucros 2x, uma na primeira e agora na segunda venda, ( tomara que não aconteça, mas depende o Grêmio);
6- Mudança nos contratos dos Atletas e na vinculação destes com porcentagem maior para o clube, não para os empresários; Hoje o Bahia vende atletas e mantém sempre uma porcentagem, caso este se destaque em outra equipe a receita vem, sem que necessariamente o clube tenha o atleta em seu elenco;
7- Atuação do DADE em busca de novos destaques em campeonatos fora das grandes mídias, dando aos atletas que se sobressaiam nesses campeonatos a chance de atuar numa equipe de renome internacional, Caso de Ignácio, que veio Do time Forca e Luz do-RN, é dentre esses atletas já faz parte do time principal, já mostrou sua qualidade e futuramente fará parte como titular do esquadrão com certeza;
8- Utilização de jogadores jovens com salários mais baixos que não oneram a folha salarial e habilita com qualidade possíveis carências sem precisar ir ao mercado gastar.
9- Oferta de plano de carreira e evidencia a nível internacional, num clube de massa, de Série A, com estrutura entre as 5 melhores do país, salários em dia, com todo o aparato para que o atleta busque seu espaço e evidencia na sua carreira, ou seja, uma oportunidade imperdível para contribuir tanto para o clube quanto para si mesmo.
Por fim, eu já havia escrito que sempre em meio a problemas é possível se vislumbrar outras possibilidades bastam ter uma visão ampliada. Não haverá nunca 100% de acerto, mas vejo mais acertos do que erros e mais, vejo um plano em médio prazo, um perfil bem determinado para os próximos anos, onde a politica de valorização de jogadores tende a ser cada vez mais uma certeza, um plano de médio/longo prazo que gerará frutos e estabilizará as receitas e com certeza, culminará em títulos de expressão, com atletas de qualidade 100% comprometidos com o clube e com suas carreiras.
Diego Campos, torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Bahiano.