Pior que o vexame do Esporte Clube Bahia ao ser eliminado da Copa do Brasil, são os comentários infames disparados na internet por alguns (poucos) torcedores. Parece que foi o fim do mundo. Perder ganhar faz parte de qualquer atividade. É certo que foi para um time de menor poder aquisitivo e qualidade técnica, mas qual foi o time que nunca passou por essa infelicidade? O ser humano está cada vez mais inumano. É deveras as redes sociais deu azo, voz, palavra a “legião de imbecis” já dizia o eminente escritor e filosofo Umberto Eco, e como são coerentes, sensatos, humanos ao escrevem. Recentemente, o Moisés foi o lixado da vez, chegaram alguns até mesmo comemorar a contusão do profissional. E uma pessoa dessa se diz cristão, ora chame-me os ateus. Esses tipos de torcedores seria melhor nem torcerem para o Bahia.
O respeito aos profissionais é de somenos, a empatia por aqui se dar por quem é mais ferrenho dos “críticos”, é um verdadeiro lixamento as pessoas, devo imaginar que todos estes “torcedores” são bem sucedidos em suas vidas, devo imaginar, são pessoas acima do bem e do mal, o lixamento coletivo ao outro. De antemão, sei que serei mais uma vítima, dos deuses, dos seres humanos perfeitos, corretos, sensatos, cristãos que por aqui pululam suas frustrações. Olha que levei 10 anos trabalhando com pessoas, consideradas pela maioria da população como “lixo da sociedade”, como escória desta, mas mesmo entre eles havia mais respeito em si que por alguns aqui.
Quando leio os comentários rancorosos, raivosos, venenos, haja adjetivos, lembro-me que infelizmente a Hannah Arendt, e sua obra prima está mais do que atual “A banalidade do Mal” e esta é nossa contemporânea, era é atemporal, enquanto existirem pessoas como essas que espalham veneno em formas de palavras… E como são valentes, qualquer coisa manda tomar naquele lugar… Xingam mãe, pai a família toda, daqueles que ousam discordar de suas sandices, que frustração mórbida essas pessoas sofrem. Todo esse ódio, rancor, raiva ao insucesso do time.
Será que foi de propósito, nem a direção, nem técnico, tampouco o elenco queria ganhar, foi de caso pensado, queria frustrar a torcida? É obvio que não, mais do que qualquer um de nós, eles queriam triunfar, contudo nem tudo que queremos nessa vida, mesmo envidando esforços para alcançar, nem sempre obtemos êxito. Mas essa gente que só conhece o sucesso, jamais passaram por momento como esse. Todavia, mesmo que tenham dito tanto sucesso assim, deveriam quando nada ter o dom da empatia, de se colocar no lugar do outro que não alcançou os mesmos objetivos de vencerem na escola da vida. Só espero que o Roger saia vivo com os seus comandados. Quanto aos detratores de plantão, atacá-los com o mesmo “modus operandi” seria tornar-me um deles, Deus me livre e os ilumine!
Texto: Lázaro Sampaio, torcedor do Bahia e amigo do Futebol Bahiano.