Bahia investiga contrato do Palmeiras com Esporte Interativo em cartórios de SP

Documentos mostram valor a mais recebido pelo Verdão

O assunto vai além das quatro linhas do campo de jogo e ainda que já velho e até batido, ganhou desdobramentos nesta quarta-feira com a matéria dos jornalistas Danilo Lavieri, Marcus Alves e Napoleão de Almeida, do Portal UOL.

É preciso lembrar que em 2016, o Esporte Clube Bahia ainda na gestão do presidente Marcelo Pereira, fechou acordo com o hoje extinto Canal Esporte Interativo para a transmissão dos seus jogos na TV fechada entre 2019 e 2024. Na época, o tricolor de aço foi segundo clube a bater o martelo rompendo anos e anos de exclusividade da TV GLOBO, antes dele, apenas o Atlético Paranaense. Santos e Internacional estavam apenas apalavrados e na sequência confirmaram, não tão somente, estes como outros clubes. O Bahia na ocasião embolsou R$ 40 milhões que somente Deus ou talvez os sócios sabem dizer onde foi utilizado.

Vieram as eleições do Bahia, o responsável do contrato (Marcelo Sant’Ana) desiste não concorrer às eleições. Guilherme Bellintani assume o posto e já nos primeiros momentos avisa do seu descontentamento com o contrato celebrado. Poucos sabem se, defendendo os interesses do Bahia, ou os interesses da TV GLOBO que tem a TV Bahia como afiliada no Estado com históricas e fortes ligações políticas com os atuais dirigentes do Bahia e foi duramente castigada pela ausência do Esquadrão na sua grade de programação e como consequência, prejuízos na sua área comercial. É duro fazer qualquer afirmação categórica, bem como é difícil não desconfiar.

Vem a descontinuidade do Canal Esportivo. Fechou as portas repassando os jogos dos seus associados para o canais no mesmo grupo: TNT e Space. Quase que imediatamente, o Esporte Clube Bahia se pronunciou através do seu presidente, afirmando caso confirmado a descontinuidade do Canal, iria buscar a rescisão via arbitragem, inclusive afirmando que também buscaria as respectivas indenizações para proteger o patrimônio e a imagem do clube.

A confirmação aconteceu, no entanto, pelo menos de conhecimento público o Esporte Clube Bahia não procurou qualquer fórum para buscar qualquer abrigo acerca da mudança de rumo do canal. Falou, afirmou, mas nada fez, no entanto, agora por outra via, busca romper o contrato.

Hoje, os jornalistas citados no início do texto, publicam que através de uma iniciativa do Esporte Clube Bahia que contratou um escritório de advocacia para fazer uma a “varredura” em cartórios locais e na caça às atas das reuniões do COF (Conselho de Orientação e Fiscalização) do Palmeiras com o propósito de reunir documentos que compreendem o período de 2016 a 2018 para se certificar dos detalhes da divisão dos R$ 100 milhões desembolsados pela emissora aos atuais campeões brasileiros.



Para ficar mais claro. O Bahia assim como os demais clubes receberam apenas R$ 40 milhões e pleiteia o repasse de mais R$ 60 milhões para honrar o que foi discutido inicialmente, segundo eles, para a assinatura do acordo. Os documentos recolhidos pelo Esquadrão foram enviados à Santos, Inter, Ceará e Coritiba, que também se mostram interessados e confrontaram o EI, enquanto o Atlético-PR parece mais distante.

Ainda segundo a publicação caso venha a ser levada às suas últimas instâncias, pode resultar em um processo que superaria as cifras dos R$ 360 milhões nos tribunais, fato que se concretizado inviabilizaria completamente a transmissão da Série A por parte do Esporte Interativo.

Os documentos foram encaminhados aos outros times, que confrontaram o EI e o notificaram extrajudicialmente alegando descumprimento do contrato: o acordo era para que todos recebessem de forma igual, mas o Palmeiras ganhou mais pelas luvas.

Porém, grupo americano Turner, sustenta o discurso que o montante palmeirense se deve a dois contratos diferentes, sendo que um deles supostamente nada teria a ver com as luvas.

O Palmeiras, por sua vez, não comenta oficialmente o assunto, mas pessoas ligadas à cúpula alviverde confirmam o recebimento dos R$ 60 milhões a mais em luvas do Esporte Interativo e defendem que o clube fez a sua própria negociação, não tendo qualquer relação com o imbróglio envolvendo os demais.

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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