Um dos meus primeiros comentários que o Mestre Dalmo transformou em post aqui no blog dizia que Guto Ferreira era o treinador ideal para os planos medíocres da diretoria tricolor, esse texto ganhou vida na época em que o nosso Esquadrão fazia excursão na Disney e Marcelo Sant’Ana dizia que seus planos para 2017 seriam vencer uma competição no ano, baianinho ou Copa do Nordeste, e ficar no meio da tabela no brasileiro ou exatamente: “Fazer uma campanha segura” talvez por um ato falho, quem sabe, não mencionou a participação do Bahia na Copa do Brasil. Após esse comentário houve certa controvérsia, mas por fim, acabei sendo aceito no clã dos Oreias Secas após o rito de passagem ser completado, ainda que com desconfiança por parte de certos membros do alto clero Oreio.
Pois bem, Guto Ferreira havia salvo o nosso tricolor de passar mais um ano no subsolo B do futebol brasileiro (assim diziam os encantadores de cavalos), tinha moral junto a diretoria e torcida apesar da campanha ter sido totalmente caseira, todos tínhamos que admitir que seria pior se tivéssemos ficado com Doriva no comando até o fim.
2017 deu o ar da graça e o Bahia feliz foi passear nos States com alguns reforços na mala, trouxe 0 triunfos e o gol mais bonito do ano. O matador Tinga rivalizou as cabeçadas fulminantes do velho Oséas que começou sua carreira no Galícia velho de guerra.
Chegamos à época do rodízio tricolor (provavelmente Guto Ferreira estava tentando trazer o povão de volta para Arena homenageando o característico churrasco de gato da velha Fonte) com o time capengando entramos na “Dança do Gordinho”(lá ele!) com triunfos xexelentos contra a “elite” do Campeonato Baiano e Copa do Nordeste, somando-se a isso alguns empates, nada fora da contabilidade primária do Professor Pancinha e da cúpula tricolor. “Tudo nos conformes” diziam eles, “os empates são apenas efeitos colaterais do rodízio”, “toma estomazil que passa”… além disso, quando algo saia dos “conformes” de imediato era atribuído ao processo de amadurecimento e consequentemente do crescimento do projeto.
10 reforços depois e sem um camisa 10 (camisa que aparentemente nunca mais erá vestida por um craque e merecia até ser aposentada no museu tricolor que nunca foi inaugurado na Arena) nós torcedores, em grandes números defendíamos a “churrascaria tricolor” dos comentários maldosos de certos rubro-negros de estirpe no blog, alguns até com múltiplas personalidades, mas a verdade é que pé atrás e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém e tenho certeza que até os defensores mais exaltados de MS, GF e SMS tinham uma pulga atrás da orelha. Sem verdadeiros testes, como auferir a qualidade real desse Esquadrão ano 2016 no seu modelo 2017?
Abel Braga que tem pesadelos com Bobô até hoje tentou nos jogar a maldição do Beetle (nome do fusca em inglês e que significa besouro) quando do episódio da perda de um jogador para o tricolor, junte-se a isso a polêmica interminável dos últimos dois meses: Time de Velhos Talentos x time como jogadores desconhecidos mais que chegavam com o carimbo e o certificado de jogadores de potencial de crescimento, isto numa comparação com a nossa política em relação aos procedimentos do rival na mesma área, digo contratações.
A escolha dos rubro-negros por uma estratégia de contratações oposta a nossa gerou um enxurrada de bons posts e discussões aqui no blog, Vôvô Mundico sendo substituído por Sardana aos 15 do primeiro tempo por falta de fólego, se envolvendo em discussões com os tricolores Magno, Paulinho Fernando, Irinho, Flavio Andrade dentre outros e sendo arbitrados pelo Mestre Dalmo com um pé de cada lado do Meridiano de Greenwich em nome da imparcialidade de MC do nosso querido blog Futebol Baiano.
Mas pra que toda essa encheção de lingüiça (Deus é mais!) Cangaceiro?
Pois bem, na quarta-feira a mascara caiu e a verdade foi revelada, Quem matou Odete…Digo, o time do Bahia finalmente passou pelo seu primeiro teste real no ano de 2017, passou é apenas modo de dizer, pois foi reprovado em todos os quesitos, da comissão de frente até a comissão técnica, passando pelas alegorias, laterais inoperantes e chegando a bateria, direção e o ataque donzelo, o Bahia nada fez, teve posse de bola e nada produziu, e o Paraná, time de número três na hierarquia da bola paranaense, time de serie B, com orçamento 8 vezes inferior ao do Bahia superou o tricolor em todos os aspectos técnicos, históricos e antropológicos, jogou nos defeitos da nossa equipe e triunfou decretando a nossa primeira eliminação do ano.
Parece piada, mas não é para o desespero do nosso amigo tricolor Lite que está para ficar doido com tanta incompetência nas linhas tricolores. porém, como diria o nosso grande pesquisador técnico e tático Henrique Ferreira, contra fatos não há argumentos então vamos a eles:
Guto Ferreira
O homem deixou a Chapecoense na Serie A em 2016 na oitava posição para treinar um time em dificuldades na Serie B: O Bahia
Ele havia assumido A Chape em Setembro de 2015 após ter sido demitido da Ponte-Preta em Agosto do mesmo ano. Vinicius Eutrópio havia montado o time da Chape em 2015, neste ano que terminou o Brasileiro na 14ª posição com 47 pontos. Já na Ponte que havia se livrado de Guto (caiu após uma seqüência de 7 jogos sem vencer) terminou em 11 com 51 pontos.
Ao chegar para treinar o Bahia o técnico Guto Ferreira carregava o seguinte currículo.
XV de Piracicaba
Campeonato Paulista Juvenil: 1992
São Paulo
Campeonato Paulista Juvenil: 1993
Torneio Sul-Americano Sub-16: 1995
Internacional
Campeonato Gaúcho de Juniores: 1996 e 1997
Copa São Paulo de Futebol Júnior: 1998
Campeonato Gaúcho: 2002
Mogi Mirim
Campeonato Paulista do Interior: 2012
Ponte Preta
Campeonato Paulista do Interior: 2013
Chapecoense
Campeonato Catarinense: 2016
Na sua primeira passagem pela Ponte (2012) ele herdou o time de Gilson Kleina com o Brasileiro em andamento na 27ª rodada ( jogo em que se enfrentaram com Kleina no comando do Palmeiras)
O time da Ponte de GF foi treinado montado por Kleina e esse treinou o time até a rodada 26. No ano seguinte GF caiu na quarta rodada do Brasileirão. Na segunda passagem( 2015) ele assumiu o time das mão de Dado Cavalcante e perdeu o lugar no Brasileiro para advinhem quem? DORIVA em agosto daquele ano!
Nem vale a pena falar das passagens por Figueirense, Portuguesa e Mogi-Mirim onde conquistou o acesso a Serie C. Seus títulos mais importantes, o Gaúcho de 2002 e o mais recente o Catarinense de 2016 com a Chapecoense herdado de Eutrópio.
Apesar de achar Guto melhor que Doriva (achismo puro, os dois são ruins), o fato é que o treinador com Cara de Pato chegou em Salvador, campeão. Ganhou o Campeão Paulista com o Ituano!!!(2014) e Carioca com o Vasco (2015) a meu ver títulos mais importantes que os títulos de Guto e colocando os dois no mesmo patamar de APOSTA!!!
A verdade é que Guto só tem algum resultado respeitável em nível estadual e os seus melhores trabalhos na Serie A foram em times herdados de alguém, quando teve a chance de começar falhou (Ponte) e abandonou por dinheiro ( Chapecoense) o resto é história.
Mesmo assim, Doriva pegou a pista e Guto Ferreira chegou ao Bahia no dia 24/06/16 e com a seguinte campanha. Em 26 partidas da Serie B 13 triunfos, sete empates e seis derrotas. Sendo que, todavia, porém e com licença, Guto só derrotou o Avaí e Vila Nova fora da Arena.
Mas como havíamos conquistado a acesso, creditamos a dificuldade no time herdado de Doriva e demos a Guto a chance de provar o seu valor, afinal já estava no contrato à renovação automática em caso de acesso. Pois bem, 2017 chegou e com ele, a Disney, Tinga, Hernane, Renato Cajá, Rodízio, pasto, Touro do Sertão (chifrada)…Paraná (capoeira mata um)
Tomamos uma bêncão no Paraná e no Paranauê carimbou nossa volta pra casa com as mãos abanando e o peito marcado pelas pezadas (2) que levamos, sem os quase 700 mil da próxima rodada da Copa do Brasil, o que seria a premiação de fase. Após 12 jogos oficiais e todo o blá de branding, expandir fronteiras, propagar a marca internacional, rodízio, jogadores com potencial disso e aquilo e todo aquele bambambam e suas caixas de fósforos e o resumo do Bahia é o seguinte:
2º lugar no Campeonato Baiano e quatro pontos atrás do líder. Após 4 rodada ainda estamos buscando a classificação em num grupo com adversários de Serie C e D e sem Série na Copa do Nordeste. Eliminado da Copa do Brasil por um time de Serie B na segunda fase
Não temos um camisa 10. Não temos ataque. Temos apenas um esquema tático. Ganhar em casa e perder fora. Somos lentos e previsíveis tanto que o Paraná venceu o jogo nas nossas deficiências mesmo que com um time inferior. Cajá não quer jogar. Hernane não quer marcar (gols). Guto Ferreira não deixa Juninho jogar, mantém Capixaba e Éder no banco para Armero e Lucas Fonseca “brilharem”. A sombra de Hernane temos GustaGol que não faz gols. Regis joga muito contra times medíocres, mas quando precisamos dele ele desaparece. Jean o goleiro que não havia sido vazado e a melhor defesa do Brasil (sem Jackson) tomou 2 gols quando do primeiro jogo a vera do ano.
Mas nos temos que apoiar e esperar mais 197 rodadas para poder criticar por que seremos CORNETEIROS E COLABORAMOS COM A TURMA DO JABÁ QUE QUER VER O BAHIA NA LONA!
Vocês já pararam para pensar que ninguém desaprende a jogar da noite para o dia? Eu acho estranho o desaparecimento do futebol de alguns jogadores no Bahia. ( Guto Ferreira tem histórico de problemas com jogadores, mesmo Diego Rosa disse em entrevista recente que teve problema com ele no passado, o técnico teve problemas com jogadores na Ponte e na Chapecoense.
Outra coisa, Gordiola nunca havia enganado ninguém, ele foi meeiro por todos os clubes onde passou e no Bahia 2016 foi igual e está sendo igual. Porque esperávamos algo melhor em 2017?
Demos a ele as melhores condições que já trabalhou na carreira, grande orçamento, reforços, pré-temporada e oportunidade de fazer um rodízio de jogadores, mas, no entanto, após 12 jogos e sei lá quantas dezenas e dezenas de treinamentos ainda somos um catado sem jogadas ensaiadas, sem boa recomposição ( vejam quantas faltas fazem os nossos volantes e quantos cartões levam porque sofremos constantemente contra-ataques) Não temos velocidade para atacar, não temos bom passe, ninguém lança, ninguém se desloca, ninguém recebe, ninguém se aproxima (O Paraná jogou nos espaços entre as linhas do nosso time)
Portanto meus senhores, no meu entendimento o técnico precisa sair, e dai saberemos quem está dando migué e quem já deu o que tinha que dá e o que é preciso chegar. Marcelo Sant’Ana tem que vir a público assumir a sua incompetência no futebol agora e não esperar perder o BA-VI, a propósito, essa será a sua cartada, se ganhar o BA-VI vai chantagear a torcida.
Não há tempo para mais Marketing mambembe e ilusões, o time está mal treinado e precisando de peças, mesmo que não seja tão ruim quanto está jogando não temos condições de levar esse time ao Campeonato Brasileiro e não esperar brigar contra o rebaixamento.
Precisamos de um novo treinador (um de verdade, que tenha esquemas táticos e saiba substituir), reforços (para chegar jogando como titulares absolutos) e precisamos que Marcelo Sant’Ana tome vergonha na cara e arrume o Departamento de Futebol.
Faltam dois meses para a tempestade começar. Estamos no mar à deriva (deriva, Doriva, parece até praga!) e só existem 16 vagas no bote salva-vidas, 4 equipes vão ficar de fora. Esqueçam baiano e a Copa do Nordeste, se ganhar ótimo, mas se não tivermos um time descente no Brasileiro vamos nos afogar. Eu já me afoguei e não recomendo.
Yvez Pineiro (Cangaceiro), torcedor do Bahia e colaborador do Futebol Baiano.