Pro Bahia é matar ou morrer, agora!

Acredito que muitos já escreveram sobre antropologia aqui nesse espaço e nem se deram conta. Pois, o futebol é um simulacro sobre o que nós somos e principalmente o que fomos em um passado não tão remoto. 

Percebam como as poucas regras do futebol se ajustam perfeitamente a um campo de batalha onde guerreiros disputavam territórios e riqueza. Nesse campo de batalha do futebol também jogadores vão para o corpo a corpo para derrotar o adversário física e moralmente com um placar sempre dilatado para mostrar a sua superioridade.

A derrota no campo de futebol também é simbólica como na guerra. Não se perde só uma partida, mas também o reconhecimento, a derrota baixa a auto-estima e muitos são socorridos somente pelas próprias famílias. 

Exemplos de derrotas excepcionais que mostram a identidade entre o futebol e a guerra? Temos duas Copas em nossa casa em que a derrota simbolicamente espelhou um exército inimigo saqueando nosso principal patrimônio. 

Quando o goleiro Barbosa injustamente levou a culpa pela derrota em 1950 e mais recentemente em 2014 em que o Brasil foi massacrado pela Alemanha a nação foi igualmente derrotada como na guerra.

Nessas duas derrotas o componente humano de sofrimento é incomensurável como em guerras. Nas guerras o sofrimento ainda é maior, mas no futebol também a derrota projeta-se na vida das pessoas e no seu ânimo. A projeção do inimigo triunfante e a culpa pela impotência de ver a superioridade do adversário vencer são componentes do jogo do futebol e da guerra.

Hoje, no tricolor, vejo nosso Esquadrão sem o brio dos guerreiros que vão para uma guerra. Em alguns momentos o futebol do Bahia parece burocrático e triste. Não me reconheço nesses times, parecem já mortos em campos como numa guerra em que os soldados não parecem lutar por si ou uma boa causa. 

É verdade que os jogadores não são como máquinas, que funcionam como peças. É preciso motivação, confiança e vontade de triunfar. O abatimento dos nossos jogadores contrasta com a alegria dos adversário em jogar com o Bahia. 

A falta de confiança perdura enquanto o campeonato chega na metade dos pontos disputados. O Bahia se esmera como um batalhão bem treinado mas sem lideranças em campo ou um líder que chame os outros jogadores para a realidade do jogo e da guerra.

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