Maxi Biancucch, um tango torturado no Pelourinho.

Maxi Biancucch, também conhecido como El Diablo, El Rey, MB7,El Chapo, chegava no Vitória, em janeiro de 2013, trazendo em sua mala o sangue guerreiro argentino e gravações de Carlos Gardel.

Assim, Maxi sob os passos do tango (entendo a mais bela dança do mundo) , fez estreia nos dois primeiros BAVIs da nova Arena, salvo engano nos 5 x 1 e 7 x 3. Um argentino que entendia estar respirando o ar do bairro LA BOCA, abraçado com o espírito de Carlos Gardel, bailava com a bola, como se fossem as pernas das sensuais, lindas e inesquecíveis argentinas. Marcou gol em ambas as partidas. Bom início. Um delírio para a torcida rubro-negra. Na época, para sua valorização, diziam que era o primo de Messi, mas ele não gostava queria ser Maxi, tão somente.

Durante 2013 fez 17 gols. Ao encerrar o seu contrato, o seu empresário começou a fazer exigências fora da realidade do mercado e, para a idade do jogador, não compatível pelos óbvios riscos e a Diretoria do Vitória não se submeteu ao pedido feito e desistiu da renovação do contrato.


Sem clube, apareceu o Bahia, curvando-se em todos os pedidos dele e ainda na exigência de contratação de um seu irmão, não como garantia de ter dois grandes craques, mas antes de tudo para contratar um ídolo da torcida do rival. Politicamente, para eles, seria excelente e assim foram assinados, dois contratos, com ele e o irmão. O dele a terminar em dezembro deste ano, com valores altíssimos.

O Maxi, no fundo, estava triste, pois por ele estaria no Vitória até hoje e na época ainda tinha a companhia de Escudero, seu amigo e conterrâneo, mas abraçou, profissionalmente, o Bahia e deu iniciais entrevistas, bajulando a torcida tricolor, o que é de rotina.

No Bahia, em dois anos, 19 gols.

Chega a Série B de 2015, não fez boas partidas e começou a ser criticado, por parte da torcida tricolor. Alguma coisa estava errada. Não era o Maxi no campo. Havia algo, que ninguém sabia, até que o atleta foi banido do grupo, que estava ativo e ele fora recolhido como lepra tivesse, num local sem seus colegas, se numa clínica ou leprosário fosse, pois o treinamento com bola era e é o seu pão.

Falta na nossa terrinha o jornalismo investigativo. Há fofoqueiros em massa, multiplicam-se os usuários do CTRT C e CTRT V, mas nenhum imitador de Sherlock Holmes. Ninguém sabe a causa de tamanha perseguição, bancada pelos cofres do clube e o pior com atletas jogando, em nível inferior a ele. E ainda como agravante, os torcedores do Bahia pedindo o seu retorno, pois uma provável injustiça estava a se consumar. No Bahia foram 19 gols e haverá de se respeitar este número.

Há de se abrir esta “caixa preta”, para que se julgue o verdadeiro culpado, ele ou o dirigente, ou prepotência de ambos, ninguém sabe ainda, a não ser uma verdade, ele fez e fará falta no Bahia, COMPARANDO-SE com os titulares.

Agora, Maxi, seu erro foi não acordar com o Vitória, pois o tango só faz eco no Barradão (que diga também Escudero), mas infelizmente o seu tango foi levado para o Pelourinho. Não para ser valorizado pelo Olodum, ou pelo Axé ou por suas ladeiras barrocas, mas sim, para ser castigado, como era na origem histórica deste local.

Uma triste rescisão forçada ocorrera e só falta a você, Maxi, contratar um violinista cigano, para se posicionar sob a residência de Raimundo Viana e tocar uma das famosas músicas de Gardel, para a torcida rubro-negra: “ El Día Que Me Quieras”

Para encerrar, evadindo-se do tema, somos injustos com os argentinos, pois por aqui há uma cruel generalização, como se reinasse somente, por lá, a rivalidade futebolística. Não! Eles gostam dos brasileiros. Não há mais sensual do que a dançarina de tango. Seu olhar, seus passos, seu corpo, suas curvas, valorizam a mulher e fazem de nós, os seus servos. 

ATAUALPA Torcedor do Vitória, amigo e colaborador do BLOG

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

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