Torcida Vitória Candango fez festa em Goiânia

Imagine um bando de marmanjos “dando licença” à idade adulta e se esbaldando nas boas brincadeiras dos tempos de criança ou no máximo da adolescência. São as delícias do mundo do futebol, o reboliço da torcida, antes e depois do jogo, pra não falar da festa da arquibancada.

Foi o que viveu a Torcida do Vitória Candango no sábado. Moradores de Brasília, alguns há muitos anos, não é todo dia que podem vibrar no Barradão. Quem vai ao “santuário” esnoba pelo whatsapp, deixando os demais com água escorrendo pelo canto da boca.

Por isso, aproveitaram a proximidade de Goiânia e fizeram a segunda excursão para prestigiar o time do coração. A primeira foi para Anápolis, em 1º de abril, na Copa do Brasil, contra a Anapolina.

Mal o dia amanhecia e o “imperador” Thiago (líder da torcida) conferia a lista de presença, ameaçando os retardatários de dançarem. Ufa! Não faltou ninguém. Os 47 rubro-negros, todos devidamente uniformizados, invadiram o ônibus em estridente algazarra. Não sem antes, bandeiras desfraldadas, posarem para o fotógrafo improvisado, o motorista da Real Sul. E explodirem sonora vaia para um atrevido tricolor que, protegido pela distância (12º andar), resolveu fazer a provocação e abrir uma camisa do rival em sua janela. “Sardinha! Sardinha! Sardinha!” Os moradores dos arranha-céus do bairro de Águas Claras foram obrigados a acordar, em pleno sábado, com aquela gritaria tipicamente baiana.

Os ainda sonolentos acomodaram-se no térreo do ônibus fretado, enquanto os mais excitados faziam a festa no primeiro pavimento. De longe, a Ambev comemorava o lucro, marcado pelo estampido de cada lata aberta pela baianada rubro-negra da capital brasileira. Assim, entre cervejas e o serviço de bordo (salgados), os 200 km até Goiânia foram facilmente vencidos.

Era pouco mais de 11 horas quando o buzu estacionou diante do hotel dos atletas do Vitória. Foi admitido o acesso dos 27 associados. A disciplina tipicamente limitou-se à preleção com o gerente de Marketing Anderson Nunes. No terraço, o furdunço voltou a reinar assim que os atletas começaram a surgir. David, Vinicius, Mineiro, Rafaelson… Cada um saudado com palmas e vivas e escalados para posar, um a um, com os animados torcedores. Depois, Gatito, recebido com grande entusiasmo. Flávio e o jovem Caíque (uma verdadeira torre) e Pedro Ken. Os torcedores até esqueceram o passado tricolor quando apareceu Jorge Wagner. Todos flagrados pelas câmeras, em “selfies” ou posando para fotógrafos amadores. Mesmo os mais tímidos, como Ramon e Ken. Várias camisas saíram cobertas de autógrafos.

“Parabéns pra você, nesta data querida…” Era Guilherme Mattis, o aniversariante do dia, uma das poucas unanimidades entre os atletas, o único a posar com toda a turma. Recebeu das mãos de Gilmar uma camisa do Vitória Candango especialmente produzida para o encontro. A recepção foi encerrada pelo professor Mancine, também festejado e levado a posar com os admiradores. Camisas iguais foram distribuídas para todos os que iniciaram a partida.

Antes de saírem do hotel, os “brasilienses” foram surpreendidos por um sorteio de brindes dirigido por Anderson e seu companheiro de equipe, Marcelo Berhens Na volta ao ônibus, cada um exibia orgulhosamente a sua lembrança, enquanto os demais se arrependiam por ainda não estarem associados.

Nova farra no ônibus, almoço com direito a rolê rubro-negro no Shopping Flamboyant e caminho do estádio, que ninguém foi à capital de Goiás apenas para passear.

Cá entre nós, nem precisava da escolta da PM, sempre junto dos torcedores. Gratidão ao tenente coronel Glauber, ao subtenente Negrão e ao soldado Ivanor. Os adeptos do Atlético Goianiense deram um exemplo de urbanidade. Nenhum incidente, nem a menor hostilidade. Coisa de rivais também rubro-negros. Será por isso?

Semelhanças à parte, os baianos, abriram a garganta e praticamente ensurdeceram as manifestações dos atleticanos, como chegou a ser reconhecido na cobertura da TV Bahia. Festa na arquibancada do Serra Dourada. Quem visse aquela vibração não entenderia nada! Imaginaria uma partida inteiramente diferente da que os atletas dos dois times ofereciam, escassa de lances emocionantes. Salvo pela dureza com que os goianos participavam das disputas, chegando a tirar de campo dois laterais direitos ainda no primeiro tempo e em um intervalo de menos de vinte minutos.

Nem o frustrante 0 x 0, capaz de dificultar ainda mais a caminhada para a Primeira Divisão, anuviou os participantes da Torcida do Vitória Candango. Foi uma experiência para não ser esquecida, especialmente pelas crianças Maria Fernanda, Heitor e Gustavo, pelo jovem Bião e pela ala feminina, constituída de Juliana, Renée, Claudia Andréa e Maria Fernanda.

Fernando Tolentino

www.vitoriacandango.com.br

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