A dupla BA-VI, a corrupção e os ladrões de galinha

Meus amigos, plagiando aquele ” famoso” prefeito de São Francisco do Conde (Sábado que vem tem mais…), estamos aqui de novo para buscar nuances e detalhes nesta nossa batalha épica travada todos os dias dentro do nosso futebol. No campo, a cada passo (rodada) seguimos no mesmo ritmo, estamos no G4, mas não temos ainda a confiança no acesso. Assim como as demais coisas da vida, só o tempo dará o veredito final. Porém, existe um aspecto importante que gostaria de debater com os amigos. Qual a relação entre corrupção, incompetência e má administração dentro do nosso futebol ?

Granujas de medio pelo

Está frase engraçada poderia ser traduzida como: Ladrões de galinha. Ou seja, aqueles pequenos trapaceiros que nunca fazem nada e constroem suas vidas e alcançam algum status social através de armações e golpes. Esta frase é, na realidade, o título em espanhol de um filme de Woody Allen chamado: Small time crooks. A história, resumidamente, retrata um grupo de ladrões atrapalhados que abrem uma loja para vender biscoitos ao lado de um banco. O plano é cavar um túnel da loja até o cofre do banco, mas o que acontece é que eles ficam ricos vendendo os biscoitos que produzem… rsss

Bom o que isso tem a ver com o nosso país, nosso futebol e a dupla BaVi ? Ora, amigos, parece um retrato fiel do que acontece na nossa história. Pessoas incompetentes assumem cargos dirigentes importantes, mas estão sempre envolvidos com falcatruas e corrupções. Com relação à dupla BaVi, será que o ” modus operandi” é diferente ?

No Vitória, todos presenciaram quando um antigo gestor teve uma trajetória digna de louvor: Entrou pobre e saiu rico. Ainda que se possa elogiar algumas medidas de sua gestão, a sua saída demonstrou que o clube não estava tão bem como se propagandeava e sua estrutura não tinha sido modernizada como seria esperado e necessário. Vale ressaltar que quem o sucedeu prometeu auditorias, mas tão pouco as executou. Aliás, já comentei aqui outras vezes e repetirei. Além da lisura e honestidade, todo gestor deve resolver as questões do presente e preparar a instituição para o futuro. Caso contrário, quando ele deixar a instituição qual será o seu legado ?

Nesta semana, fomos surpreendidos pela notícia da investigação do MP sobre a antiga gestão do Bahia. Ainda que não se possa concluir pela culpabilidade, haja vista a investigação estar em curso, podemos, desde já, fazer uma análise sobre o perfil do antigo gestor juntamente com sua relutância em abir o clube e permitir eleições diretas. Como já é notório para todos nós, a democracia e a transparência definitivamente não combinam com a gestão temerosa, onde o a instituição torna-se uma mera extensão do patrimônio do seu gestor.

Peço aos amigos que estendam esta análise para o setor público. Imagino que será fácil constatar que este fenômeno dentro do futebol não é casual. Ele etá entranhado na nossa cultura e destruindo nossa possibilidade de progredir, melhorar, abandonar esta pasmaceira e este deserto de transformações que nos persegue como uma infinita maldição.

Corrupção e Má administração no futebol

Quando nós deparamos e analisamos a forma com que a dupla BaVi foi administrada ao longo de sua história, ressalvando alguns exemplos aqui e outros ali, causa espécie como alguns cartolas e famílias puderam se manter no poder por tanto tempo. Ora, amigos, ainda que ambos os clubes não tivessem eleições diretas no período, o próprio fracasso das administrações suscitaria aos conselheiros do clube uma atitude em prol da mudança de comando. Porém, este cenário não era comum em nenhum dos dois clubes. Este fato gera uma dúvida cruel em nossas mentes. Que fator ou força tão poderosa era capaz de manter administrações pífias durante muitos anos ? Porque aqueles que detinham o poder não eram confrontados com os resultados das suas próprias administrações e cobrados por isso ? Vou tentar ser mais claro através de um exemplo. Quem é o responsável pelo aumento da dívida, ao longo do tempo, da dupla Bavi ? Os responsáveis não deveriam ser confrontados pelas instâncias do clube ?. Mas uma vez repito a pergunta: Que força pode ser tão suficientemente poderosa para evitar esta cobrança, confrontação, responsabilização ?

Obviamente que não podemos condenar ninguém sem provas e sem o devido processo legal. Porém, ao longo do tempo vamos adquirindo a devida experiencia para saber que a corrupção vem, geralmente, associada à má administração. Nossa repulsa e recusa a continuar aceitando a corrupção (em todos os níveis e esferas !) não se concerne somente à necessária punição na esfera penal, ela é preponderante para que as administrações possam melhorar, nosso futebol crescer e sair do fosso profundo em que se encontra.

Nós torcedores enxergamos, via de regra, precipuamente o resultado em campo. Parece que quando o time vai bem, nossas preocupações diminuem e nossa necessária intransigência com o que está errado se arrefece. No entanto, já estamos sofrendo há muito tempo dentro de campo para continuamente culparmos somente o treinador incompetente ou o boleiro que” come água” ou é chinelinho. Estes problemas são menores comparados com a mudança no comando e na estrutura de poder que possa qualificar nossas agremiações e profissionaliza-las. A corrupção é o lubrificante que azeita a máquina e apara as arestas para que a conveniência suplante a competência, para que a imagem vença o conteúdo, para que o silêncio abafe a verdade e a justiça.

Temos muito trabalho pela frente e discutir abertamente os temas é o ponto de partida. Como diria o filósofo: A justiça pode irritar-se porque é precária. A verdade não se impacienta, porque é eterna.”. E nós temos que lutar sempre pela verdade.

Sds rubro-negras do Vitória da Bahia, resignado com o título que escapou e rezando pelo acesso… já o vice..

Filba – torcedor do Bahia e amigo do BLOG 

Autor(a)

Deixe seu comentário