Atenção, Mancini! A Tarefa do Vitória é ser Campeão!

Atenção, Mancini! Atenção, Viana!

O Vitória está devendo em 2015. E não se trata de bater de novo nas teclas dos insucessos do primeiro semestre. As eliminações da Copa do Brasil e do Nordestão, além da tragédia do Campeonato Baiano, que lhe nega até o direito de sequer participar desses dois certames no ano que vem.

Sobrou a disputa da Série B do Brasileiro, que pode amainar o vexame, caso garanta o acesso à Primeira Divisão. Mas a expectativa de êxito ainda não pode ser definida como a mais provável, mesmo em um momento em que o Vitória está em quinto lugar, um ponto atrás do líder e com chance imediata de avançar.

Há muito para caminhar e a avaliação é simples.

A última vez em que o Vitória subiu da Segunda para a Primeira Divisão foi em 2012. Não foi uma campanha fácil. Classificou-se como o quarto do grupo que conquistou o direito à elite. O campeão foi o Goiás, com 78 pontos, e o segundo colocado foi o Criciúma, com 73. Atlético Paranaense (3º) e Vitória (4º) chegaram empatados em pontos, com 71, mas o São Caetano, que ficou de fora, atingiu a mesma pontuação. Pausa para respirar! O melhor colocado dos demais concorrentes foi o Joinville, com 60 pontos. Uma senhora distância, demonstrando em torno de quem estava a disputa.

Nunca é demais lembrar o destino dessa turma dos melhores. Estão entre os times mais destacados do Brasil o Goiás, o Atlético e, embora atualmente na lanterna, até o Joinville, aquele que vinha na rabeira do pelotão mais avançado, com somente 60 pontos. Só o Criciúma faz companhia ao Vitória na divisão de baixo. O São Caetano é um caso à parte. “Foi parar em Irajá!” Caiu para a C e, depois, despencou para a Série D. Mas este é outro assunto.

Não por acaso, o Portal Chance de Gol dá hoje ao Vitória acanhados 10% de probabilidade de conquista do título de campeão e somente 55,9% de acesso. Estão à frente dele o Botafogo (com 88,7%), o América Mineiro (65,7%), o seu maior rival baiano (64,8%) e o Payssandu (58,8%), que está atrás dele, na sexta colocação.

Vamos voltar a 2012? Foi o que sugeriu o amigo Marcelo Torres, também integrante da Torcida do Vitória Candango. O rubro-negro baiano subiu em 2012, com o torcedor prendendo a respiração nas últimas rodadas e o São Caetano rosnando em seus calcanhares.

O problema para se refletir hoje é que, naquele ano, não dava pra prever tanto aperto quando o Campeonato se iniciava. Na 12ª rodada, equivalente ao momento atual, o Vitória já acumulava 28 pontos, cinco a mais que os 23 da atual edição. Aqueles 28 pontos eram o resultado de nove vitórias e apenas um empate. Das nove vitórias, cinco haviam sido no campo do adversário. Este ano, a equipe venceu sete partidas, empatou duas e foi derrotada três vezes. E vale sempre lembrar o amargor dos rubro-negros com os pontos desperdiçados, dois empates com times do subsolo da tabela: Mogi Mirim e Boa.

Ou seja, se for pra atingir o modesto resultado de 2012, o acesso como última opção entre os concorrentes, o time terá que se superar. E ninguém diga que a formação atual é inferior à daquele ano. Participaram da partida de encerramento da trajetória (1 x 1 contra o Ceará) Deola, Nino, Gabriel Paulista, Vitor Ramos, Mansur, Fernando Bob (entrando em seu lugar Marcelo Nicácio), Michel (depois Rodrigo Mancha), Willie, Pedro Ken, Dinei e William.

É hora, portanto, de arregalar os olhos, botar a faca na boca e entrar em campo com a determinação de que a tarefa é disputar o troféu de campeão. Foi muito bom ouvir o meia Marcelo Mattos falar em ser campeão na entrevista de apresentação. Foi o primeiro reforço a expor tal ambição. Todos os demais projetaram como alvo apenas o acesso ao andar de cima. Alguém precisa lhes dizer, com toda a ênfase possível, que só chega à Primeira quem participa da competição com o objetivo de levantar a taça.

Fernando Tolentino

Autor(a)

Dalmo Carrera

Fundador e administrador do Futebol Bahiano. Contato: dalmocarrera@live.com

Deixe seu comentário