Sucessão de erros que sucedem sucessivamente sem cessar

Estava na dúvida do que colocar no título, então, ouvindo o novo CD do cantor brega Falcão, xará do ex-mandatário rubro-negro por mera coincidência, quis fazer uma homenagem, não ao cantor e
sim a escolha do não tão novo presidente do Esporte Clube Vitória. Sem zebras e
surpresas, dentro da normalidade, a lógica prevaleceu e o resultado largo deu a
Raimundo Viana a oportunidade de recolocar o Leão no caminho certo, ou de afundar o barco de vez.

O
favoritismo e a confiança de Viana, com o apoio dos ex-presidentes Alexi
Portela e Carlos Falcão, era tanta que antes de contabilizar os votos, o novo
mandatário já comemorava o resultado, resultado esse não tão aceito por boa
parte da nação rubro-negra que pediam mudança. Raimundo Viana não representa
uma mudança, mas uma continuidade, um retrocesso do retrocesso, uma decadência
crônica. Mudam-se os caranguejos, mas a lama é a mesma. 

O novo
presidente era contra a realização de eleições diretas e chegou a presidir a
comissão responsável por alterar o estatuto do clube. Figura antiga no futebol
baiano, o advogado Raimundo Viana presidiu o Vitória nos anos 70 e também
foi presidente da FBF na mesma década, inclusive, acumulando
polêmicas e mais polêmicas.  

Uma
delas foi em relação à distribuição de ingressos e cortesias visando
beneficiamento eleitoral, quando se candidatou a deputado. A revista
Placar de 1º de dezembro de 78 destacou: “Tal qual Heleno Nunes fez com o
Brasileiro, Raimundo Viana transformou a Federação em comitê eleitoral,
oferecendo ingressos e permanentes aos milhares, para os jogos do campeonato, e
material esportivo para as ligas do interior”
.

O
mandatário também foi um dos responsáveis  por oficializar a prática
conhecida como “jabá” no estado, fixando 20 milhões de cruzeiros a
renda do Campeonato Baiano. A quantia que ultrapassasse esse valor era dividida entre Federação, clubes, jornais, rádios e televisões que entrassem na
“jogada”. Esse é Raimundo Viana, um colecionador de polêmicas.

Tudo
indica (duvido muito) que Viana será o último presidente indireto do Vitória.
Pelo menos essa é a cobrança dos torcedores, que tem esperança de dias
melhores, de que o clube possa evoluir, mesmo em linhas tortas, que a nova
linha de pensamento traga mais diálogo com o grande patrimônio do clube (a
torcida), e que os dirigentes aprendam com os erros e consigam mudar
essa pobre cultura amadorista que envelhece o Vitória e o futebol da
Bahia. 

Fellipe Costa 

Autor(a)

Fellipe Amaral

Administrador e colunista do site Futebol Bahiano. Contato: [email protected]

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