Esporte Clube Bahia: um paradoxo no futebol

O Esporte Clube Bahia vive um verdadeiro paradoxo na sua “vida futebolística”. Como um time de massa, tem uma torcida apaixonada e exigente, que cobra bons resultados e sucessos nas competições que disputa. Por outro lado, é um clube com altas dívidas e poucas receitas, sem condições imediatas de grandes intervenções e mudança drástica no panorama de seu futebol. Então, de que maneira essa situação seria resolvida?

Com toda certeza, essa deve ser a principal preocupação do presidente tricolor, Fernando Schmidit. Ter que encarar o torcedor chateado pela sequência de maus resultados acumulados pelo time profissional no campeonato brasileiro, em um contexto onde o clube nem se quer tem um patrocinador máster para o seu uniforme é difícil e quase que desesperador.

Uma matéria veiculada no programa Redação SporTV revelou que o Esporte Clube Bahia deve mais de 110 milhões de reais em tributos, sendo o nono clube mais devedor do Brasil. Soma-se a isso, o fato de que o clube não tem uma grande receita além das cotas da televisão e está, no momento, sem um patrocinador máster, que seria a segunda maior fonte de renda do clube. E se a situação não é pior, é porque o tricolor conta com a receita mensal de R$ 750 mil reais da Arena Fonte Nova e de pouco mais de R$ 600 mil reais proporcionados pelos mais de 16 mil sócio-torcedores que estão em dias nas suas mensalidades.

Como se não bastassem as grandes dívidas e as poucas receitas, o clube não possui algumas certidões negativas, o que seria fundamental para busca de novos patrocinadores e apoio financeiro. Para resolver a situação, o Bahia deveria sanar algumas dívidas e garantir a negociação de outras, a fim de ter a negativação das certidões que limpam o seu nome para novas transações. Daí surge o grande desafio: como contratar um técnico de peso, organizar a gestão do futebol e garantir grandes jogadores em um contexto financeiro tão adverso?

Resumindo-se: em meio a toda conjuntura, o Bahia é um clube de massa vivendo com receita de clube pequeno e sem dinheiro imediato para grandes intervenções ou projetos que possam estabelecer um resultado efetivo em curto prazo. Tarefa ou desafio que está nas mãos do presidente Schmidit e sob supervisão dos torcedores e da imprensa esportiva.

Seja lá o que for feito, o que parece óbvio é que as intervenções não poderão conduzir o Bahia a nada melhor do que a sua manutenção na série A para o ano 2015, o que já não será nada fácil. Associado a isso, o clube precisa de uma estratégia que possa aumentar a sua receita, e ainda fortalecer a associação do seu torcedor para que este também participe mais efetivamente da vida financeira do clube.

E mais, torcedor: não adianta atribuir a culpa da situação atual à nova diretoria. Sem tomar partido de A ou B, é muito claro que essa situação não foi construída agora e sim é reflexo de anos de administração. Sei que já sofremos e esperamos muito, mas teremos que continuar a ter paciência.

Vinicius Sampaio

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